A ETH Bioenergia, companhia de açúcar e álcool do conglomerado Odebrecht, e a Companhia Brasileira de Energia Renovável (Brenco), anunciam hoje acordo para a criação de uma joint venture, que será a maior produtora de etanol de cana-de-açúcar do mundo. No início de outubro de 2009, as duas companhias assinaram memorando de entendimento para uma associação que será responsável por produzir 3 bilhões de litros de etanol por ano e 2.500 Gigawatts-hora (GWh) por ano de energia elétrica a partir de biomassa.
No início de outubro de 2009, a ETH Bionergia e a Brenco assinaram memorando de entendimento para uma associação entre as duas empresas. Na ocasião, o presidente da Brenco disse que, quando concretizada, a operação deveria manter todos os atuais sócios das duas empresas. Juntas, as companhias produzirão 3 bilhões de litros de etanol por ano e 2.500 gigawatts-hora (GWh) por ano de energia elétrica a partir da biomassa.
AS COMPANHIAS. A ETH, fundada em 2007, é o braço da Odebrecht para o setor de bioenergia e açúcar. A companhia planejou investimento de R$ 6 bilhões no desenvolvimento de três polos de produção em São Paulo, Goiás e Mato Grosso do Sul. Na safra de 2008/09, a empresa produziu 200 milhões de litros de etanol. Para a safra de 2010, a expectativa é de que as cinco unidades de produção gerem 470 milhões de litros do biocombustível. A trading japonesa Sojitz possui 33% do capital da companhia.
A Brenco, que passou por dificuldades de caixa no ano passado, chegou a negociar sua venda para a Petrobras. A empresa tinha projeto para investir R$ 5,5 bilhões até 2015 para ampliar sua produção de etanol, construindo 12 unidades industriais, que seriam reunidas em três polos de produção. A crise financeira mundial pôs fim aos planos da companhia.
OUTROS NEGÓCIOS. No início do ano, a Shell anunciou um acordo com a Cosan, maior empresa de açúcar e álcool do Brasil, para união de ativos no País. O joint venture vai contar com aporte financeiro da Shell de US$ 1,625 bilhão ao longo de dois anos. A capacidade de produção anual da Cosan seria de aproximadamente 2 bilhões de litros de etanol por ano.
A Bunge, empresa do setor de fertilizantes, agronegócios e alimentos, anunciou na semana passada que adquiriu controle total de três usinas de cana-de-açúcar no Brasil, Moema, Frutal e Ouroeste e parcial de outras duas, Guariroba e Tapagipe, 70% e 44%, respectivamente. A expectativa é também assumir controle total das duas usinas resntantes.
A empresa informou que pretende investir no setor parte do dinheiro advindo da venda de suas operações de fertilizantes para a Vale. O valor líquido da transação foi de US$ 3,5 bilhões, segundo a Bunge.
O setor de açúcar e álcool no Brasil está passando por uma nova fase de consolidação, que segue os problemas financeiros que várias companhias tiveram no auge da crise financeira global, que reduziu o crédito em um momento de grande alavancagem.