Jornal do Commercio
O governo dos Estados Unidos não dá qualquer sinal de que esteja disposto a abrir seu mercado de etanol. Ontem, o embaixador americano para a Organização Mundial do Comércio (OMC), Peter Allgeier, reconheceu que a conversão do milho e da soja em etanol está contribuindo para a elevação dos preços dos alimentos no mundo. Mas evitou falar em uma revisão das barreiras.
A OMC concluiu ontem sua avaliação da política comercial americana, sabatina que ocorre a cada dois anos. Para Allgeier, há de fato uma relação entre a produção de etanol nos Estados Unidos e a alta de preços dos alimentos. Mas alertou que outros fatores teriam um impacto maior sobre os preços que o etanol. Entre eles estariam o preço do petróleo, maior demanda por alimentos e más colheitas diante da seca em alguns países. "Os Estados Unidos buscam políticas com a meta de garantir o fornecimento abundante, seguro e a preços baixos de energia e de alimentos", afirmou Allgeier, que já foi o negociador americano para a finada Área de Livre Comércio das Américas (Alca).
O Brasil e outros países aproveitaram a sabatina na OMC para atacar os subsídios ao etanol e as medidas protecionistas. O Itamaraty ainda pediu a queda das barreiras alfandegárias. Mas Washington apenas se limitou a dizer que está "investindo significativamente no desenvolvimento de uma próxima geração de biocombustíveis que promoverão, ao mesmo tempo, a segurança alimentar e a diversificação energética".
Os americanos garantiram que sua nova lei agrícola, aprovada pelo Congresso e que perpetua as distorções no mercado de alimentos, poderá ser modificada caso haja um acordo na Rodada Doha que limite os subsídios. Vários países atacaram os subsídios e alertaram que precisam ver uma correção nessas distorções.
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