Exportações

País vai exportar 60% da soja mundial

<P>O Brasil vai assumir de vez sua vocação e se consolidará como o maior exportador mundial de soja em grão. Até 2016, o País estará dominando 60% do total exportado ao mundo, percentual que, atualmente, é de 40%. As projeções, feitas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Us...

Gazeta Mercantil
22/02/2007 00:00
Visualizações: 580 (0) (0) (0) (0)

O Brasil vai assumir de vez sua vocação e se consolidará como o maior exportador mundial de soja em grão. Até 2016, o País estará dominando 60% do total exportado ao mundo, percentual que, atualmente, é de 40%. As projeções, feitas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda), é vista como positiva por alguns segmentos do mercado. Para outros, a medida tem mais impacto negativo, pois resulta na importação de empregos.

A previsão do Usda é de que, em 2008, o Brasil vai superar de vez as exportações americanas do grão. Nos dois anos essa liderança vem sendo revezada entre os dois países. Na safra 2005/06, por exemplo, o Brasil superou as vendas externas da oleaginosa americana em 100 mil toneladas. Para a safra 2007/08, a previsão do Usda é de que as exportações dos Estados Unidos sejam 1,4 milhão de toneladas superior às brasileiras. A liderança deve ser assumida em definitivo pelo Brasil a partir da safra 2008/09, quando o País exportará 37,4 milhões de toneladas, ante as 27,2 milhões de toneladas dos Estados Unidos.

Para o analista da Tetra Consultoria, Renato Sayeg,

o Brasil anunciou que assumiria essa posição há cerca de dez anos, quando criou a Lei Kandir, isentando, do imposto estadual, a exportação de produtos primários e semi-elaborados. Tanto que há uma década tínhamos mais que o dobro da capacidade de esmagamento da Argentina que, em 2006, superou a do Brasil, informa.

Ele explica que essa condição não se limita ao produto soja. Em torno de 76% das exportações brasileiras são de baixo componente tecnológico. E, isso representa um enfraquecimento, sobretudo na geração de empregos. Estamos importando desemprego, pontua Sayeg. O cacau é um caso clássico, segundo o analista. A Suíça não planta um hectare dessa matéria-prima, mas é o maior exportador mundial de chocolate, compara. Ele acrescenta ainda que, o País passa a perder investimentos privados. Qualquer aporte a ser feito em esmagamento de soja, por exemplo, não ocorrerá no Brasil, o que intensifica a perda econômica, considera o analista.

Além disso, segundo Sayeg, agregar valor, fortalecer a agroindústria, redunda em menos riscos para economia, no caso de crises no campo, como quebras de safra. O setor industrial fica mais imune à intensidade dos prejuízos, pois, se falta matéria-prima, a indústria pode importar; não pára de produzir, pois tem mercado para vender. Assim ocorre, por exemplo, com a indústria do trigo.

O diretor-geral da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), Sérgio Teixeira Mendes, avalia essa postura brasileira com positiva. Para ele, é uma questão de cada país assumir sua posição, conforme suas condições de competitividade. É o que o mercado está pedindo. Outros países, como China e Argentina, querem agregar valor e gerar emprego em seu país e, por isso, precisam importar o grão e, não, o óleo. Além disso, a indústria brasileira não tem condições de competir no mercado internacional. Por isso, tem assumir o posto de exportador de matéria-prima, o que é positivo, pois só os brasileiros têm condições de expandir área. Temos ainda o dobro das terras ocupadas ainda a serem incorporados à agricultura, afirma Mendes.

Na disputa direta com a Argentina, por exemplo, além da questão pontual do câmbio argentino - mais vantajoso que o brasileiro em relação ao dólar - há a diferença tributária do imposto interestadual, encargo que os argentinos não têm, segundo Anderson Galvão, da Céleres Consultoria.

Por outro lado, os argentinos estão no limite da expansão de área, e por isso, também não podem disputar a exportação da soja em grão com o Brasil.

Fonte: Gazeta Mercantil

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Mato Grosso do Sul
Gás Natural: ANP firma acordo com reguladora do Mato Gro...
15/05/25
Energia Elétrica
CCEE liquidou R$ 4,00 bilhões no fechamento das operaçõe...
15/05/25
Gás Natural
ANP aprova revisão das especificações e controles de qua...
15/05/25
Meio Ambiente
SLB destina cerca de 2 mil toneladas de resíduos para re...
15/05/25
IBP
Políticas públicas bem estruturadas são essenciais para ...
15/05/25
IBP
Gás natural é essencial para garantir segurança energéti...
14/05/25
Apoio Marítimo
Svitzer celebra 10 anos de operação no Brasil com expans...
14/05/25
Pesquisa
ANP convida postos de combustíveis a participarem de pes...
14/05/25
Energia Solar
Parceria entre BYD e JV Gera + Raizen instala nove usina...
14/05/25
Evento
Data centers, energia e sustentabilidade estão no centro...
14/05/25
Sustentabilidade
Repsol Sinopec lança Plano de Sustentabilidade para 2025
14/05/25
Gás Natural
Comgás realiza chamada pública para aquisição de gás natural
14/05/25
Bahia Oil & Gas Energy 2025
BOGE25 terá oportunidades de negócios para empresas do s...
13/05/25
Bioenergia
Acordos com a China mostram força do modelo brasileiro d...
13/05/25
Evento
Sebrae promove rodada de negócios na feira NT2E
13/05/25
Petrobras
Campos de Búzios e Atapu receberam quase o total dos US$...
13/05/25
Espírito Santo
ES Gás injeta biometano na rede e inaugura fase de desca...
13/05/25
Petrobras
Conselho de Administração da Petrobras aprova pagamento ...
13/05/25
OTC HOUSTON 2025
Petronect colabora com o fortalecimento da cadeia de sup...
12/05/25
Resultado
Vibra adota relatório integrado e fecha 2024 com lucro r...
12/05/25
Sustentabilidade
OceanPact estreia no Índice de Sustentabilidade Empresar...
12/05/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

22