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Porto do Açu e Porto de Antuérpia-Bruges assinam carta de intenções para criação de corredor verde de e-combustíveis*

Primeira grande rota marítima global de e-combustíveis pode iniciar operações antes de 2030.

Redação TN Petróleo/Assessoria Porto do Açu
03/11/2025 12:51
Porto do Açu e Porto de Antuérpia-Bruges assinam carta de intenções para criação de corredor verde de e-combustíveis* Imagem: Divulgação Visualizações: 117

O Porto do Açu e o Porto de Antuérpia-Bruges assinaram nesta segunda-feira (3) uma carta de intenções para a criação de um corredor marítimo verde entre Brasil e Europa, com potencial para se tornar a primeira grande rota de exportação de e-combustíveis do mundo. O objetivo é que o corredor esteja em operação antes de 2030.

O acordo é resultado de um estudo de pré-viabilidade desenvolvido pelo Rocky Mountain Institute (RMI) e Global Maritime Forum (GMF), apresentado durante o Oceans of Opportunity Summit, no Rio de Janeiro. O evento reuniu líderes do setor portuário, marítimo, energético, financeiro e governamental para discutir a agenda de descarbonização marítima do Brasil. 

"Trabalhamos para que o Porto do Açu seja um hub global de exportação de combustíveis marítimos de emissão zero, estrategicamente posicionado para conectar a produção brasileira à crescente demanda europeia por soluções de baixo carbono. A criação do corredor reforça nossa estratégia de ser o porto da transição energética no Brasil", afirma Rogério Zampronha, CEO da Prumo.

O Porto de Antuérpia-Bruges, um dos maiores hubs industriais da Europa, projeta a importação de 6 a 10 milhões de toneladas de amônia verde por ano até 2030, equivalente a 1,2 a 1,5 milhão de toneladas de hidrogênio verde. Essa demanda de mercado pode ser atendida pela produção brasileira, incluindo a prevista para o hub de hidrogênio e derivados do Porto do Açu.

"A parceria com o Porto de Antuérpia-Bruges mostra o poder da cooperação internacional e como podemos contribuir para uma economia marítima sustentável e circular. O Açu é um ecossistema que entrega resultados reais, com disponibilidade de energia e um modelo de porto privado que garante agilidade, eficiência e os mais altos padrões ESG", completa Eugenio Figueiredo, CEO do Porto do Açu.

De acordo com o estudo de pré-viabilidade, o corredor Açu-Antuérpia oferece vantagens comerciais: a operação dos navios pode se aproximar da paridade de custos com combustíveis convencionais com os novos incentivos da Organização Marítima Internacional (IMO, na sigla em inglês); a infraestrutura necessária já foi mapeada, incluindo terminais, protocolos de segurança e requisitos regulatórios; e há viabilidade comercial para atender à demanda europeia com baixo risco de compliance.

"A parceria com o Porto do Açu é um marco na construção de um corredor transatlântico de energia verde. Juntos, estamos preparando os primeiros fluxos de importação de amônia verde do Açu para Antuérpia-Bruges, impulsionando uma economia marítima verdadeiramente sustentável e circular", comenta Kristof Waterschoot, CEO do Porto de Antuérpia-Bruges Internacional.

O mapeamento também destaca que o Brasil possui condições competitivas para se tornar um dos maiores produtores globais de e-combustíveis, impulsionado por sua matriz elétrica predominantemente renovável, políticas públicas para o setor e baixo custo de capital. Além disso, a implementação do IMO Net Zero Framework, prevista para o próximo ano, e políticas europeias como FuelEU Maritime e Emissions Trading System (ETS) devem criar incentivos adicionais para combustíveis de emissão zero ou quase zero. O setor marítimo é responsável hoje por cerca de 80% do comércio mundial em volume e por aproximadamente 3% das emissões globais.

"O Brasil tem os recursos para liderar o mundo em combustíveis marítimos sustentáveis ​​e competitivos. Possui ótimas energias renováveis, carbono natural, uma indústria de recursos naturais próspera e conectividade que o tornarão uma potência global na próxima economia de energia e o posicionarão como líder para nos levar até lá", destaca Jon Creyts, CEO da RMI. 

"A crescente mobilização internacional em torno dos e-combustíveis mostra que o setor marítimo está pronto para liderar a transição energética global. O corredor verde entre Açu e Antwerp-Bruges é mais do que uma rota comercial, é um símbolo do que podemos alcançar com ação climática coordenada e visão estratégica. Estamos apenas começando a explorar as oportunidades que surgem quando inovação, política pública e liderança se unem em prol de um futuro descarbonizado", aponta Johannah Christensen, CEO do Global Maritime Forum. 

Hub de hidrogênio do Porto do Açu

O Porto do Açu está consolidando rapidamente sua posição como um importante polo de produção de hidrogênio de baixo carbono e combustíveis limpos. Em apenas um ano, a primeira área licenciada, abrangendo 1 milhão de metros quadrados, foi totalmente destinada a projetos focados na exportação de amônia verde e e-metanol para mercados internacionais. O licenciamento ambiental para mais 4,5 milhões de metros quadrados está em andamento para atender à crescente demanda de investidores no Porto.

Até o momento, cinco desenvolvedores internacionais garantiram seis reservas de terrenos dentro do hub de hidrogênio e Derivados do açu, reforçando o papel do porto como porta de entrada do Brasil para a produção e exportação em larga escala de combustíveis sustentáveis.

O próximo passo do corredor Açu-Antuérpia será um estudo de viabilidade completo, que detalhará custos, contratos de offtake, disponibilidade de navios e motores compatíveis, e a estrutura financeira do projeto, combinando incentivos da IMO, programas brasileiros e políticas europeias. 

Sobre o Porto do Açu - Localizado no norte do Rio de Janeiro, o Porto do Açu é o maior complexo porto-indústria privado de águas profundas da América Latina. Em operação desde 2014, é administrado pela Porto do Açu Operações, uma parceria entre a Prumo Logística e o Porto de Antuérpia-Bruges Internacional. Atualmente, 30 empresas já estão instaladas no complexo, incluindo clientes e parceiros de classe mundial. Com operações consolidadas em minério, petróleo e gás natural, o Açu acelera sua industrialização com foco em projetos de baixo carbono, reafirmando sua posição como o porto da transição energética no Brasil.

Sobre a Prumo Logística - A Prumo Logística é um grupo econômico multinegócio responsável pelo desenvolvimento estratégico do Porto do Açu. É controlada pela EIG, um investidor institucional líder nos setores globais de energia e infraestrutura, e pela Mubadala Investment Company, um investidor ativo e inovador que aloca capital em diversos segmentos. Por meio das seis empresas do Grupo Prumo (Porto do Açu Operações, Ferroport, Vast Infraestrutura, GNA, Dome e efen) e de clientes e parceiros, o Porto do Açu atende, principalmente, aos setores de petróleo e gás, logística portuária e mineração. A infraestrutura tem potencial ímpar para suportar novos negócios e diversos nichos industriais de baixo carbono. Orientado pela perspectiva estratégica da Prumo, o Açu é hoje um dos maiores e mais promissores ativos de infraestrutura do Brasil.

Sobre o Porto de Antuérpia-Bruges - Com uma movimentação anual de 278 milhões de toneladas, o Porto de Antuérpia-Bruges é um porto mundial no coração da Europa. O porto é um ecossistema único de movimentação marítima, logística e indústria, e abriga o maior cluster químico integrado da Europa. Como um centro para contêineres, carga geral e veículos, e sede de mais de 1.400 empresas, é responsável por cerca de 164.000 empregos diretos e indiretos e 21 bilhões de euros em valor agregado. Isso o torna o motor econômico mais importante da Bélgica.

O Porto de Antuérpia-Bruges almeja se tornar o primeiro porto mundial a conciliar economia, pessoas e clima. A Autoridade Portuária de Antuérpia-Bruges, uma sociedade de responsabilidade limitada de direito público, administra as plataformas portuárias de Antuérpia e Zeebrugge. As cidades de Antuérpia e Bruges são as acionistas. 

Sobre o Rocky Mountain Institute - O Rocky Mountain Institute (RMI) é uma organização independente, apartidária e sem fins lucrativos, fundada em 1982, que transforma os sistemas energéticos globais por meio de soluções orientadas pelo mercado, visando garantir um futuro energético próspero, resiliente e limpo para todos. Em colaboração com empresas, formuladores de políticas, financiadores, comunidades e outros parceiros, o RMI impulsiona investimentos para ampliar soluções de energia limpa, reduzir o desperdício de energia e aumentar o acesso à energia limpa e acessível, de forma a aprimorar a segurança, fortalecer a economia e melhorar a qualidade de vida das pessoas. O RMI atua em mais de 50 países.

Sobre o Global Maritime Forum - O Global Maritime Forum é uma organização independente sem fins lucrativos dedicada a moldar o futuro do comércio marítimo global. Somos um fórum para empresas que se concentram em enfrentar os desafios mais prementes e complexos que afetam toda a cadeia de valor marítima, como a descarbonização e a fadiga dos marítimos.

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