Jornal do Commercio
Os preços do etanol ainda não chegaram ao fundo do poço na atual safra. Segundo estimativa do consultor Plínio Nastari, da Datagro, as cotações devem voltar a cair nas próximas semanas com o início de operação de mais usinas a partir do final de abril, período em que a maior parte das empresas da região Centro-Sul começa a moagem de cana. Nastari acredita que a alta dos preços registrada nos últimos dias deve se reverter em breve.
“Uma maior recuperação nas cotações deve acontecer apenas a partir de junho. Mesmo assim, a expectativa é de que o preço ao produtor do hidratado atinja, no máximo, R$ 0,75 por litro em 2009/10, que é o valor do custo atual de produção”, disse ele.
A pressão nas cotações provocada pela desova do produto que está sendo produzido deve continuar porque as usinas estão precisando fazer caixa diante da crise de liquidez. “Seria importante que o setor sucroalcooleiro tivesse acesso aos R$ 10 bilhões anunciados pelo governo para a agricultura, mas acredito que uma ínfima parte das usinas terá acesso a estes recursos”, disse.
Segundo Nastari, este processo encontrará suporte nas exportações de hidratado, que este ano já começam a acontecer com maior força para os países do Caribe. “Os preços do etanol no mercado internacional estão melhores que no mercado doméstico e uma janela de exportação para o Caribe está sendo aproveitada”, afirmou.Este movimento de exportação deve ajudar a enxugar o excesso de etanol existente no mercado.
Além disso, o consultor lembra que os preços mais remuneradores do açúcar devem levar a uma maior produção do produto, principalmente a partir do segundo semestre. A quantidade de cana destinada à produção de açúcar deve subir de 40% na safra 2008/09 para 43% na atual safra 2009/10.
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