<P>O eventual cancelamento da licitação da plataforma P-61 poderá implicar alterações no projeto da plataforma P-63, que deve ser construída no município de Rio Grande. Isso acarretaria custos adicionais de US$ 400 milhões orçados para a realização da unidade prevista para o Sul do Estado...
Jornal do Commercio - RSO eventual cancelamento da licitação da plataforma P-61 poderá implicar alterações no projeto da plataforma P-63, que deve ser construída no município de Rio Grande. Isso acarretaria custos adicionais de US$ 400 milhões orçados para a realização da unidade prevista para o Sul do Estado. A P-61 iria funcionar no campo de Papa-Terra, na Bacia de Campos, em conjunto com a P-63, estrutura pela qual o consórcio Quip ofereceu a menor proposta para sua implantação (US$ 1,652 bilhão).
A Petrobras deve convocar na próxima semana as empresas que disputaram a licitação da P-61 para renegociarem seus preços, segundo fonte da empresa. A informação é de que a estatal quer reduzir em pelo menos US$ 400 milhões o valor da proposta mais baixa (US$ 1,7 bilhão) para fazer com que seja compatível com o orçamento previsto anteriormente. As empresas que disputaram a licitação são a Floatec, a Modec e a SBM. O menor preço havia sido apresentado pela Modec.
O cancelamento da licitação teria sido aprovado na última reunião de diretoria (quinta-feira passada), mas a Petrobras não confirma a informação. De acordo com técnicos do mercado, este tipo de plataforma TLP (Tension Leg Platform) - que seria implantado pela primeira vez no Brasil - é um sistema que a Petrobras estuda adotar no pré-sal.
Apesar de ser possível à P-63 operar sozinha com esta modificação no projeto e esta opção, teoricamente, ser mais econômica para a Petrobras, na medida em que reduz o valor total da contratação dos equipamentos em mais de US$ 1 bilhão, técnicos do setor apontam que, no longo prazo, a Petrobras pode ter um custo maior.
Isso porque o campo de Papa-Terra (de maneira semelhante ao que acontece no pré-sal) tem um tipo de poço que fecha constantemente devido à movimentação do subsolo. Para a solução do problema é exigida uma sonda de perfuração constantemente operando na área. “A plataforma do tipo TLP tem esta sonda acoplada e evita que a Petrobras tenha que ir ao mercado afretar novas sondas para atuarem na área quando for preciso”, explicou um técnico da empresa.
Ele acredita, também, que a queda no valor do afretamento das sondas no mercado internacional em decorrência da redução do barril de petróleo pode influenciar nas negociações para a construção da P-61, mas não seria suficiente para pôr um ponto final na perspectiva de a Petrobras utilizar as TLPs. “As sondas tiveram suas diárias despencando de US$ 600 mil para US$ 300 mil depois da queda do barril de petróleo.
Com isso, num curto prazo, até podem ser vantajosas para poços deste tipo. Porém, no longo prazo, não há como garantir que este preço não voltará a subir”, disse este técnico. Licitada em dezembro, paralelamente à P-63, a P-61 seria instalada em lâmina d’água de 1.180 metros. Já a P-63 terá capacidade de processamento de óleo de 150 mil barris por dia e de 1 milhão de metros cúbicos por dia de gás. Ela será instalada em lâmina d’água de 1.165 metros. O campo de Papa-Terra está localizado em águas profundas, a 1,2 mil metros abaixo da superfície do mar, no litoral fluminense.
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