Meio Ambiente

Revista online AlterNet nomeia Chevron a mais poluidora de 2011

Este ano, a Chevron perdeu a maior ação ambiental da história pela contaminação intencional da floresta tropical virgem na Amazônia do Equador. De acordo com evidências apresentadas a um tribunal do país, a companhia dizimou grupos indígenas e criou um surto que câncer que matou ou ameaça

Redação/ Agência
28/11/2011 17:15
Visualizações: 992 (0) (0) (0) (0)
A Chevron, gigante petrolífera norte-americana, foi nomeada a empresa de energia "mais poluidora" de 2011 pela revista online AlterNet, que acompanha de perto as questões ambientais. A notícia surge na mesma semana em que a companhia assumiu a responsabilidade pelo vazamento na Bacia de Campos (RJ).

Este ano, a Chevron perdeu a maior ação ambiental da história pela contaminação intencional do que já foi uma floresta tropical virgem na Amazônia do Equador. O evento dizimou grupos indígenas e criou um surto que câncer que matou ou ameaça matar milhares de pessoas, de acordo com as evidências apresentadas a um tribunal do país que recentemente ordenou que a empresa pagasse US$ 18 bilhões pelos danos. A Chevron operou no Equador de 1964 a 1992 sob a marca Texaco.

A AlterNet divulgou que a Chevron superou a ExxonMobile e a BP, que ficaram em segundo e terceiro lugares, respectivamente. A Koch Industries e a Massey Energy ficaram classificadas em quarto e quinto lugares.

No relatório chamado "As 5 empresa mais poluidoras e como elas controlam nossa política", a AlterNet citou a má-conduta da Chevron, no Equador, como o motivo primário de ela ter ganhado o prêmio. "O pior legado da Chevron pode ser no Equador, onde a Texaco (agora parte da Chevron) passou 30 anos dizimando a Amazônia e sua floresta tropical ecologicamente rica, além de muitas comunidades indígenas por lá", diz o texto.

As vítimas no Equador se referem à catástrofe da Chevron como o "Chernobil da Amazônia" e especialistas acreditam que os danos superam aqueles causados pelo recente vazamento de petróleo da BP no Golfo do México. Diferente do vazamento da BP, que foi um acidente, a Chevron projetou seu sistema de extração de petróleo no Equador a fim de poluir de modo a reduzir os custos de produção.

A AlterNet também concluiu que a Chevron pagou US$ 85 milhões a lobistas de Washington desde 1998 para encobrir seus delitos. Ela escreveu: "(A Chevron) … movimentou uma quantia enorme de dinheiro em Washington e suas práticas de negócios resultaram em uma incrível perda de vida. Muito disso aconteceu fora do país, portanto, muitos nos EUA podem ter ficado sem conhecimento dos abusos grotescos da Chevron".

O prêmio de "mais poluidora" da Chevron vem logo após um vazamento de petróleo em 7 de novembro pela empresa no Brasil, que espalhou algo estimado em 110.000 galões (mais de 415.000 litros) de petróleo cru no Oceano Atlântico. Autoridades brasileiras e ambientalistas ficaram indignados após o porta-voz local da Chevron tentar ludibriá-los quanto à origem do vazamento, subestimar o número de barris lançados no oceano e ter dito às agências regulatórias que os danos estavam contidos quando, de fato, não estavam.

No Equador, a Chevron declarou Guerra aberta ao governo do país ao processá-lo em vários tribunais numa tentativa desesperada de transferir a responsabilidade de US$ 18 bilhões para a Petroecuador, a estatal petrolífera.

A sentença no Equador, emitida após oito anos de julgamento, também determinou que a Chevron deixou para trás mais de 900 aterros de resíduos encravados no solo da floresta que até hoje contaminam lençóis freáticos e liberam sedimentos de petróleo em rios e riachos da região.

O relatório da AlterNet levou em consideração diversos fatores ao chegar às suas conclusões. Entre eles, estão a perda de vida, o grau de destruição ambiental, e o uso de falsa publicidade para encobrir má-conduta.

A Chevron tem sido amplamente ridicularizada por sua campanha publicitária "We Agree" (Nós Concordamos), e gasta muito mais dinheiro a cada ano comprando publicidade do que já gastou limpando seu legado tóxico no Equador, declarou Karen Hinton, porta-voz dos EUA para os equatorianos.

"Está ficando cada vez mais claro que a Chevron, e seu CEO atual, John Watson, se tornou a empresa de energia mais nociva e fomentou uma cultura interna de impunidade ao se tratar de abusos", informou Hinton. Ela afirmou que uma parte significativa dos fundos de lobby da Chevron foram usados para tentar convencer o governo dos EUA a cortar preferências comerciais em retaliação por permitir que seus cidadãos entrem com ações legais contra a empresa. O corte de preferências comerciais teria custado ao Equador aproximadamente 300.000 empregos.
Mais Lidas De Hoje
veja Também
Rio Pipeline & Logistics 2025
Rio Pipeline & Logistics 2025 começa na próxima semana
05/09/25
Rio Pipeline & Logistics 2025
Grupo Omni Helicopters International leva drones de alta...
04/09/25
IBP
Devedor Contumaz: Aprovação no Senado representa avanço ...
04/09/25
Etanol
Nordeste mostra protagonismo em inovação tecnológica na ...
04/09/25
Reconhecimento
Supergasbras conquista Selo Ouro no Programa Brasileiro ...
03/09/25
Minas Gerais
Com investimento de R$ 314 milhões, centro pioneiro em p...
03/09/25
Copel
Presidente da EPE apresenta visão de futuro do setor elé...
03/09/25
Firjan
Indústria brasileira acumula quatro meses sem cresciment...
03/09/25
Firjan
Junto com a CNI, Firjan inicia missão empresarial nos EU...
03/09/25
Seminário
PPSA destaca potencial de upsides nas áreas que serão le...
02/09/25
Apoio Offshore
Posidonia incorpora PSV Posidonia Lion, sua primeira emb...
02/09/25
Brasil
ETANOL/CEPEA: Menor oferta sustenta preços em agosto pel...
02/09/25
Meio Ambiente
Brasol reduz emissões de GEEs em 72% e atinge marca de 7...
01/09/25
Combustível
Etanol anidro e hidratado registram alta na última seman...
01/09/25
Reconhecimento
Pesquisadora do Mackenzie conquista Prêmio Inventor Petr...
29/08/25
Combustíveis
IBP e FIESP debatem descarbonização da indústria rumo à ...
29/08/25
Etanol
Asprovac, afiliada da ORPLANA, passa a ter representação...
29/08/25
Royalties
Valores referentes à produção de junho para contratos de...
29/08/25
Gás Natural
BRAVA anuncia novo modal para venda de gás na Bahia
28/08/25
Combustíveis
ANP participa da operação Carbono Oculto, para coibir ir...
28/08/25
IBP
Posicionamento - Operações representam passo fundamental...
28/08/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

23