Entrevista Exclusiva

ROG 2018: revitalização e tecnologias para o pré-sal devem pautar trabalhos técnicos

Redação
02/03/2018 13:18
ROG 2018: revitalização e tecnologias para o pré-sal devem pautar trabalhos técnicos Imagem: Divulgação IBP - Antonio Carlos Capeleiro Pinto Visualizações: 1780

Considerado um dos maiores eventos da indústria de óleo e gás do hemisfério Sul, a Rio Oil & Gas 2018, espera ver o lema desse ano, Transformando desafios em oportunidades, refletido nos trabalhos técnicos do congresso. Com esse objetivo, o Comitê Técnico da Rio Oil & Gas 2018, prorrogou o prazo de chamada, que agora vai até 30 de março. Em entrevista exclusiva à TN Petróleo, o chairman do Comitê Técnico, Antonio Carlos Capeleiro Pinto, engenheiro de petróleo sênior da Petrobras, afirma que espera um evento técnico de alto nível, com muitos artigos nacionais e de autores estrangeiros, enfocando todos os elos da cadeia da indústria, mas acredita que, na área de E&P, a tônica dos trabalhos devem ser assuntos como revitalização e aumento de fator de recuperação em campos maduros e a evolução das tecnologias para o pré-sal.

Qual a expectativa do Comitê Técnico da ROG 2018? Acredita que haverá um volume diferenciado de trabalhos?

Antonio Pinto - A expectativa com a ROG de 2018 é das melhores. A indústria de petróleo no Brasil vive um momento de transformações, com as licitações recentes de áreas exploratórias, perspectiva de recuperação e estabilização dos preços do petróleo em patamar mais elevado, assim como discussões sobre o marco legal e empresarial na área de gás. Esperamos um evento técnico de alto nível, com muitos artigos nacionais e de autores estrangeiros, enfocando todos os elos da cadeia da indústria: da exploração, passando pelas áreas de poços, reservatórios, sistemas de produção, gestão de grandes projetos, fontes de gás natural e energias alternativas, refino, logística, arcabouço legal para a indústria e abordando ainda a utilização cada vez mais presente das novas tecnologias digitais.

Quais deveriam ser os principais focos desses trabalhos, em função dos desafios e demandas da indústria de óleo e gás no país e no mundo, de forma a contribuir para a evolução dessa indústria?

Na área de E&P eu diria que assuntos como revitalização e aumento de fator de recuperação em campos maduros e a evolução das tecnologias para o pré-sal devem ser uma tônica. No segmento de Gás e Energia as fontes de gás natural (pré-sal, GNL, gás da Bolívia) e a complementaridade destes com energias alternativas (eólica, solar) devem gerar discussões muito ricas. Refino, gestão de grandes projetos, discussões sobre o marco legal para o gás natural, demandas ambientais também serão enfocadas. E vamos, pela primeira vez na ROG, abrir um espaço específico para as tecnologias digitais, que vemos como um caminho para ganhos de eficiência em todas essas áreas.

O pré-sal continua a ser um dos principais desafios. Quais pontos você acredita que podem ser tema de trabalhos?

Sim, o pré-sal vem em um crescimento impressionante de produção sendo já responsável por mais de 50% da produção nacional. Para 2018 prevê-se a entrada em operação de mais 6 sistemas de produção no pré-sal, entre elas as primeiras de campos da Cessão Onerosa (Búzios). O campo de Mero iniciou recentemente seu Teste de Longa Duração, o primeiro a se dar com reinjeção do gás produzido, o que permitirá avaliação da jazida sob ambas as perspectivas, de produção propriamente dita e de injeção para recuperação secundária. As outras áreas do pré-sal também devem gerar artigos técnicos e discussões interessantes sobre processamento de gás nas unidades de produção, otimização de processos visando aumento de recuperação e redução de custos.

A questão da recuperação avançada também vem ganhando espaço no cenário local. Novas tecnologias e processos podem ser trazidos em trabalhos técnicos deste ano?

Certamente este é um tema de grande importância. Novas tecnologias de sísmica 4D, por exemplo, têm o poder de direcionar investimentos em poços de adensamento de malha que, empregando tecnologias de construção de poços com menores custos, podem viabilizar a extensão da vida de campos maduros. Aliás, o próprio tema de extensão de vida útil de instalações (EVU), por si só tem um papel relevante no aumento da recuperação. Sempre presentes, devemos ter apresentações sobre produtos químicos e técnicas de recuperação melhorada, ou EOR, enhanced oil recovery. E as tecnologias de sensores e monitoramento em tempo real, que agilizam o gerenciamento dos reservatórios, facilitando a tomada de decisões de forma pró ativa. A discussão será mesmo muito rica.

A indústria de óleo e gás também tem de se engajar nos objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS), entre os quais o da redução das emissões e uso de energias mais limpas. Como mostrar que ela também está comprometida com isso, sendo uma indústria ‘movida’ a hidrocarbonetos?

A indústria de óleo e gás está comprometida com os ODSs e já enviou para a ONU, por intermédio do IBP, o mapeamento dos projetos desenvolvidos pelas empresas estabelecidas no Brasil para figurar no Mapeamento Global dos ODSs. Falando especificamente sobre a redução das emissões, acreditamos que por algumas décadas por vir a geração de energia a partir de hidrocarbonetos e a partir de fontes renováveis vão se complementar. A mudança climática é um dos maiores desafios globais, e as empresas de petróleo devem fazer parte da solução para a transição energética. A indústria de petróleo e gás vem desenvolvendo novas tecnologias e a cultura da sustentabilidade faz parte do setor. As preocupações climáticas de hoje são parte integrante das decisões estratégicas das grandes companhias. Na Rio Oil & Gas haverá espaço para discussões sobre o gás natural, que é visto por muitos como o caminho para um cenário de “baixo carbono”, e sobre as novas fontes que se apresentam.

Qual a mensagem final que você gostaria de dar aos leitores?

Por tudo o que foi dito acima, gostaria de registrar meu entusiasmo com o evento que estamos construindo. Será mesmo marcante. E deixar um convite para todos, em especial para os jovens profissionais que se engajaram nesta indústria, que enviem suas sinopses. A Rio Oil & Gas é o lugar para discutir novos projetos, tecnologias, lições e experiências aprendidas, ouvir profissionais de destaque na indústria, interagir com seus pares, ampliar sua rede de contatos.

As chamadas de trabalho estão abertas em www.riooilgas.com.br até 30 de março.

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