Mercado

Saldo da balança comercial deve cair 75,2% em 2014

Cálculos são da AEB.

Agência Brasil
16/07/2014 09:44
Visualizações: 1305

Revisão da balança comercial divulgada ontem (15) pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), no Rio de Janeiro, aponta que as exportações do país, este ano,  totalizarão cerca de US$ 228,240 bilhões, com queda de 5,8% em relação aos US$ 242,179 bilhões exportados em 2013. Também para as importações, a projeção é queda de 5%, fechando o ano com US$ 227,605 bilhões, ante US$ 239,621 bilhões no ano passado. Com isso, o superávit esperado atinge US$ 635 milhões, com redução de 75,2% em relação ao saldo de US$ 2,558 bilhões obtido em 2013.

O presidente da AEB, José Augusto de Castro, disse à 'Agência Brasil' que o atual superávit comercial resulta da queda nas importações, em função da redução do ritmo da atividade econômica, da elevação do nível de inadimplência e da diminuição do nível de emprego. “Esses fatores todos é que estão provocando queda nas importações, porque a taxa de câmbio é favorável à importação. O que ocorre hoje é que a demanda está claramente contida no mercado interno. Então, a queda nas importações ajuda a que ainda tenhamos superávit”, explicou.

Dois fatores contribuem para a redução nas exportações, disse Castro. Um deles é a redução dos embarques de plataformas de petróleo - foram sete em 2013, com valor exportado de US$ 7,7 bilhões, e este ano serão apenas duas, com valor de US$ 2,5 bilhões. O segundo fator é a Argentina. O presidente da AEB prevê que a redução das exportações brasileiras para o mercado argentino alcance este ano entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões. A redução nos embarques está, no momento, em torno de US$ 1,9 bilhão, informou, e acrescentou que “isso tudo faz com que a gente tenha uma redução forte nas exportações, principalmente de produtos manufaturados”.

Salientou, no entanto, que os embarques do Brasil para o exterior contarão com grande ajuda da conta petróleo neste ano. A expectativa é que haja aumento de 40% na quantidade exportada de petróleo, e “esses 40% vão dar ótima contribuição porque, em relação ao ano passado, são quase US$ 6 bilhões a mais do que foi exportado de petróleo em 2013”.

Nos produtos básicos exportados, a perspectiva é que haja pequeno aumento, em torno de 0,4%, enquanto nos manufaturados, a previsão é queda de 13,8%. “Nos manufaturados, nós não temos alternativas”, avaliou o presidente da AEB, pois do total das exportações brasileiras de manufaturados, 20% se destinam à Argentina e 50% à América do Sul: “Quer dizer, estamos concentrados aqui. Nós não  temos alternativa de pensar no mercado americano, europeu, asiático, nada. Nosso forte em manufaturados é aqui, e estamos com problemas”.

Com a queda  projetada nas exportações, a participação do Brasil no comércio mundial também cairá. José Augusto de Castro disse que caso se confirme a estimativa da Organização Mundial do Comércio, de  crescimento de 4,7% no comércio global este ano, a participação brasileira se reduzirá de 1,32%, em 2013, para 1,19%, o que levará o país a cair da atual 22ª classificação no ranking internacional de exportação.

A pauta nacional de exportações continua concentrada em commodities (produtos agrícolas e minerais com cotação internacional), que respondem por “mais de 65% da pauta”, segundo ele. Castro destacou que o superávit previsto para este ano, de US$ 635 milhões, pode ser considerado negativo, na medida em que não será obtido com aumento das exportações, mas com quedas tanto nas vendas quanto nas compras externas. “Podemos dizer que é um superávit negativo”, acrescentou, embora a expressão contrarie a terminologia econômica.

Minério de ferro, isoladamente, continuará liderando as exportações brasileiras, graças à elevação de 6% na quantidade embarcada. Volume aumentado para compensar a redução de 13% no preço internacional do produto.

A revisão estimada para a balança comercial brasileira é inferior à projeção anterior da AEB, divulgada em dezembro de 2013, que apontava para exportações equivalentes a US$ 239,053 bilhões e importações de US$ 231,830 bilhões, o que deixaria saldo comercial de US$ 7,223 bilhões, ora reestimado para US$ 635 milhões. Redução, portanto, de 88%.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Biodiesel
ANP reúne representantes de laboratórios para discussões...
17/12/25
Pré-Sal
Cerimônia marca início da produção do campo de Bacalhau,...
17/12/25
Logística
Santos Brasil recebe autorização para operar com capacid...
16/12/25
Indicadores
ETANOL/CEPEA: Indicadores são os maiores da safra 25/26
16/12/25
Sergipe
Projeto Sergipe Águas Profundas reforça expansão da ofer...
15/12/25
Etanol
Hidratado sobe pela 9ª semana seguida
15/12/25
Meio Ambiente
Shell Brasil, Petrobras e CCARBON/USP lançam o Carbon Co...
12/12/25
Energia Solar
Desafios de topografia na geração de energia solar: conh...
12/12/25
Oferta Permanente
Seminário da ANP apresenta informações sobre a Oferta Pe...
12/12/25
Drilling
SLB conclui a construção do primeiro poço de injeção de ...
12/12/25
Drilling
Shell assina contrato com a Valaris para uso de sonda of...
12/12/25
Royalties
Estudo revela proporção de royalties na receita municipa...
12/12/25
Sergipe Oil & Gas 2026
SOG26 destaca Sergipe como nova fronteira na produção de...
12/12/25
Biocombustíveis
Sessão especial celebra 8 anos do RenovaBio e reforça su...
12/12/25
Navegação Interior
A Revolução Livre de Graxa no setor de embarcações de se...
12/12/25
Reconhecimento
IBP conquista novamente o "Oscar dos Eventos" com a ROG....
11/12/25
Firjan
Rio pode ganhar mais 676 mil empregos com estímulo a 9 n...
10/12/25
Reconhecimento
Programa Nacional de Transparência Pública concede certi...
10/12/25
Combustíveis
Com novo aumento do ICMS para 2026, impacto nos preços d...
10/12/25
PPSA
Contratos de partilha vão produzir 2 milhões de barris a...
10/12/25
Logística
Transpetro amplia atuação logística com integração da PB...
09/12/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.