Navegação interior

Seminário debate potencialidades da Hidrovia do Parnaíba

<P>Representantes de órgãos dos governos federal e estadual, administradores de hidrovias, transportadores, usuários e especialistas participaram do Seminário sobre a Hidrovia do Parnaíba, que aconteceu nesta terça-feira (15), na sede da Agência Nacional de Transportes Aquaviários – ANTAQ,...

Antaq
16/05/2007 00:00
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Representantes de órgãos dos governos federal e estadual, administradores de hidrovias, transportadores, usuários e especialistas participaram do Seminário sobre a Hidrovia do Parnaíba, que aconteceu nesta terça-feira (15), na sede da Agência Nacional de Transportes Aquaviários – ANTAQ, em Brasília. O encontro, o sétimo que a Agência promove para buscar formas de fomentar e estimular a navegação interior, foi aberto pelo diretor-geral da Agência, Fernando Fialho, e contou com a participação do governador do Piauí, José Wellington Barroso de Araújo Dias.

Ao lembrar que, apesar do tamanho, o Parnaíba é um dos rios menos conhecidos do Brasil, o governador do Piauí disse, em seu discurso, que, com o foco do desenvolvimento agora no miolo central do país, a criação de uma forte infra-estrutura de transportes na região da bacia do Parnaíba é fundamental para escoar a produção local de grãos até os centros consumidores, seja dentro ou fora do país.

“A Hidrovia do Parnaíba e sua integração por meio da intermodalidade é um elo importante do projeto de desenvolvimento do Brasil e para que nos tornemos um grande exportador mundial de grãos e bioenergia. A construção dessa intermodalidade, com certeza, traz acentuadas vantagens ao país em relação a outros mercados”, destacou.
Com base em dados do Governo Federal, o governador lembrou que o sul do Piauí e do Maranhão, com um crescimento de mais de 27%, é a região que mais cresce no Brasil. Contudo, ele observou que esse mesmo miolo central, do qual faz parte o interior nordestino, carece da infra-estrutura para suportar o seu desenvolvimento.

Wellington Dias destacou, ainda, “o papel da ANTAQ como protagonista da iniciativa, e de seus parceiros na realização do seminário”, que tem como objetivo alavancar o transporte hidroviário interior.

O diretor-geral da ANTAQ, Fernando Fialho, afirmou que a presença do governador do Piauí contribui de forma decisiva para o trabalho político em favor do setor, manifestando que sem esse trabalho político não será possível implementar as hidrovias no país.

Fialho citou alguns argumentos que, a seu ver, colocam as hidrovias como o modal de transporte preferencial, especialmente nas grandes distâncias: “Com poucos investimentos, o setor hidroviário pode trazer enormes ganhos para o país, traduzidos em redução de custos, menor emissão de CO2 na atmosfera para uma mesma tonelagem de carga transportada, chegando a menos 90%, além de promover uma maior distribuição de renda e geração de empregos”, avaliou.

Além do diretor-geral da ANTAQ, a mesa de abertura do Seminário contou com a participação dos diretores da Agência, Murillo Barbosa e Decio Cunha, do Secretário de Transportes do Estado do Piauí, Luciano José Linard, do diretor do Departamento de Infra-Estrutura e Logística do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Biramar Nunes de Lima, e do superintendente da Administração das Hidrovias do Nordeste (AHINOR), José Oscar Frazão Frota. O governador chegou em seguida ao início dos trabalhos.

Na seqüência, o diretor da ANTAQ, Murillo Barbosa, anunciou a realização de dois encontros internacionais, que serão promovidos pela Agência. Segundo o almirante Barbosa, estão sendo acertados os últimos detalhes para a realização do seminário do Mississipi, que está programado para acontecer no final de agosto próximo. A iniciativa trará especialistas norte-americanos, que virão ao Brasil para falar sobre aquela importante hidrovia dos Estados Unidos.

O segundo seminário está previsto para o início de 2008. De acordo com o diretor da ANTAQ, especialistas da Alemanha virão ao Brasil para falar sobre a operação daquela que é a maior malha hidroviária da Europa.

A Hidrovia - As características da Hidrovia do Parnaíba foram apresentadas pelo superintendente da AHINOR, José Oscar Frazão Frota, que pediu a conclusão das obras civis e eletromecânicas do sistema de eclusas para transposição da barragem de Boa Esperança, no Rio Parnaíba, e das obras civis do Porto fluvial-marítimo de Luís Correia, no litoral do Piauí.

Segundo ele, muita coisa já está pronta e com recursos da ordem de apenas R$ 48,400 milhões já será possível colocar em operação o corredor de 830 km ligando Ribeiro Gonçalves a Teresina e, assim, escoar a soja do sul do Maranhão e do Piauí, que já supera 1,900 milhão de toneladas/ano.

Frota teme, porém, que os novos projetos hidrelétricos previstos para a região coloquem em risco a navegabilidade do Parnaíba, já que, segundo ele, não prevêem a construção de eclusas nas obras das barragens.
Hidrovias no PAC

O diretor do Departamento de Infra-Estrutura e Logística do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Biramar Nunes de Lima, defendeu um grande esforço, reunindo os ministérios dos Transportes, Indústria e Comércio e da Agricultura, bem como de entidades empresariais, como a Confederação Nacional da Agricultura, para colocar as hidrovias como prioridade do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

“A forma de fazermos isso é pegar carona em emendas, como a da senadora Cátia Abreu, que prevê a construção de eclusas nos empreendimentos hidrelétricos. Se conseguirmos colocar isso no PAC, em dois anos já estaremos colhendo os frutos”, salientou.

O representante do MAPA destacou que o corredor de produção de grãos ligando o norte do Tocantins ao Maranhão e ao Piauí é considerado pelo Ministério o mais importante do país, mas o escoamento dessa produção ainda é inviável em razão do alto custo do frete rodoviário.

“No Brasil, ainda não atentamos para as vantagens dos transportes hidroviário e ferroviário nas grandes distâncias. Assim, está passando da hora de fazermos o equilíbrio entre os modais, até porque a experiência internacional mostra que os custos do frete nas hidrovias é um, nas ferrovias dois e nas rodovias quatro. O resultado disso é que a avicultura do Nordeste prefere buscar o milho na Argentina e nos Estados Unidos”, observou.

Construção de eclusas - O diretor do Departamento do Fundo de Infra-Estrutura de Transportes do Ministério dos Transportes, Luiz Eduardo Garcia, falou sobre os projetos do Governo Federal para a hidrovia.

Garcia disse que é vital a previsão de eclusas nos projetos hidrelétricos, sob pena de inviabilizar a navegação: “Construir barragens sem eclusas é morte certa para a navegação”, sentenciou.

O representante do Ministério dos Transportes também mencionou que, além dos novos empreendimentos hidrelétricos na região, a operação inadequada dos reservatórios é um importante fator de conflito na área do Parnaíba, em função da alteração dos níveis de água do rio, dificultando e interrompendo a navegação.

Fonte: Antaq

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