Redação/Assessoria Fapesp
Vinte e uma empresas apoiadas pelo Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), da FAPESP, concluíram, em 18 de setembro, a 8ª edição do Treinamento em Empreendedorismo de Alta Tecnologia.
Todas têm projetos aprovados na fase 1 do PIPE – de validação de uma ideia inovadora – e, ao longo de sete semanas, avaliaram a consistência de sua proposta ante as necessidades do mercado para, eventualmente, rever planos de negócios.
A CT&I Decisões e Ações Inteligentes, de São José dos Campos, por exemplo, tem apoio da FAPESP para desenvolver um sistema de alertas e monitoramento de eventos que envolvam o clima espacial – fenômenos decorrentes de explosões solares – com o objetivo de ampliar a proteção de infraestruturas críticas como operações de satélites, comunicações nas faixas de frequência reservada às navegações marítima e aérea, linhas de transmissão de energia, sistemas de posicionamento global baseados em satélites, entre outros.
Durante o treinamento foram realizadas 80 entrevistas com empresas potencialmente interessadas na tecnologia e identificadas as principais “dores” desse mercado: alerta antecipado de eventos extremos de clima espacial, informações sobre a duração da interferência e recomendações de procedimentos.
“Existe demanda por um sistema de suporte às decisões relacionadas ao clima espacial. Vamos em frente com o nosso projeto”, disse Amaury Caruzzo, pesquisador principal da CT&I Decisões e Ações Inteligentes.
Entre os interessados, Caruzzo sublinhou, a empresa identificou a disposição da Telebras de testar o protótipo da tecnologia no Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), que, entre outras missões, vai prover áreas não atendidas pela internet.
A Geneseq Serviços de Consultoria e Assessoria Genômica obteve apoio do PIPE para verificar a viabilidade de desenvolver testes diagnósticos metagenômicos de patógenos virais, principalmente do zika e da dengue, por meio de sequenciamento por nanoporos.
Mas, diferentemente da CT&I, ao final do treinamento decidiu repensar sua estratégia de negócio. “Nas entrevistas, constatamos que os potenciais clientes, entre eles hospitais de alta complexidade, têm pouco interesse em teste diagnóstico de vírus de zika e dengue”, disse Cláudio Antônio Goulart Valadares, proprietário da empresa.
O Treinamento em Empreendedorismo de Alta Tecnologia tem como base o programa I-Corps, concebido por Steve Blank, referência mundial nas abordagens Lean Startup e Customer Development, e adotado pela National Science Foundation (NSF) e National Institute of Health (NIH), entre outras agências federais norte-americanas.
Cada empresa participante forma uma equipe com dois representantes, apoiada por um mentor e um comentor indicados pela FAPESP. Mentores e comentores são empresários com experiência em negócios e conhecimento do mercado que acompanham e orientam as equipes participantes do programa – sem qualquer custo para a Fundação.
O PIPE Empreendedor é coordenado por Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP, tendo Flávio Grynszpan, Hélio Graciosa e Marcelo Nakagawa como adjuntos.
Mais informações sobre o Treinamento do PIPE em Empreendedorismo de Alta Tecnologia: www.fapesp.br/pipe/empreendedor.
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