Redação TN Petróleo/Assessoria UNICA
A moagem de cana-de-açúcar na segunda quinzena de setembro registrou crescimento de 77%, na comparação com o mesmo período do ciclo passado. Foram processadas 44,78 milhões de toneladas contra 25,3 milhões. No acumulado da safra 23/24, a moagem atingiu 493,09 milhões, ante 431,63 milhões de toneladas registradas no mesmo período no ciclo 22/23 -- avanço de 14,24%.
O aumento da moagem registrado traduz a maior disponibilidade de matéria-prima do atual ciclo quando comparado a safra 2022/2023. Em comparação com os primeiros 15 dias do mês, a segunda metade de setembro teve um menor índice de precipitação pluviométrica -- mas que parece estar se intensificando nesses dias iniciais de outubro. Tal fato contribuiu para melhor operacionalização da colheita por parte das unidades produtoras, que mantiveram ritmo de moagem que reduziu a defasagem quando comparado ao ciclo 2020/2021. Naquele ano, até esta mesma posição, haviam sido processadas 501,87 milhões de toneladas de cana. Portanto, há 8 milhões de toneladas defasadas e que precisarão ser recuperadas na hipótese de ultrapassar a marca de 605 milhões observadas, pela última vez, no ciclo supramencionado.
Ao final da segunda quinzena de setembro permanecem em operação 260 unidades produtoras na região Centro-Sul, sendo 243 unidades com processamento de cana, oito empresas que fabricam etanol a partir do milho e nove usinas flex. No mesmo período, na safra 22/23, havia 242 unidades produtoras em atividade. No último ciclo, 15 unidades produtoras haviam encerrado o período de operação ao final de setembro devido a menor disponibilidade de cana.
No que condiz à qualidade da matéria-prima, o nível de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) registrado na segunda quinzena de setembro foi de 154,25 kg por tonelada de cana-de-açúcar, contra 155,53 kg por tonelada na safra 22/23 -- variação negativa de 0,82%. No acumulado da safra, o indicador marca o valor de 140,13 kg de ATR por tonelada (-0,58%).
Produção de açúcar e etanol
A produção de açúcar na segunda metade de setembro totalizou 3,36 milhões de toneladas. Essa quantidade, quando comparada àquela registrada na safra 22/23 de 1,7 milhão de toneladas, representa aumento de 98,02%. No acumulado desde 1º de abril, a fabricação do adoçante totaliza 32,62 milhões de toneladas, contra 26,35 milhões de toneladas do ciclo anterior (+23,77%).
Nos quinze dias finais de setembro, 2,22 bilhões de litros (55,38%) de etanol foram fabricados pelas unidades do Centro-Sul. Do volume total produzido, o etanol hidratado alcançou 1,38 bilhão de litros (+88,69%), enquanto a produção de etanol anidro totalizou 833,11 milhões de litros (+20,07%). No acumulado desde o início do atual ciclo agrícola até 1° de outubro, a fabricação do biocombustível totaliza 23,43 bilhões de litros (+8,83%), sendo 13,81 bilhões de etanol hidratado (+6,56%) e 9,62 bilhões de anidro (+12,26%).
Da produção total de etanol registrada na segunda quinzena de setembro, 11% foram provenientes do milho, cuja produção foi de 238,8 milhões de litros neste ano, contra 172,68 milhões de litros no mesmo período do ciclo 22/23 -- aumento de 38,29%. No acumulado desde o início da safra, a produção de etanol de milho atingiu 2,99 bilhões de litros -- avanço de 44,21% na comparação com igual período do ano passado.
Vendas de etanol
Em setembro, as vendas de etanol totalizaram 2,76 bilhões de litros, o que representa aumento de 3,15% em relação ao mesmo período da safra 22/23. O volume comercializado de etanol anidro no período foi de 1 bilhão de litros -- queda de 12,22% -- enquanto o etanol hidratado registrou venda de 1,76 bilhão de litros -- crescimento de 14,64%.
No mercado doméstico, as vendas de etanol hidratado terminaram setembro com o maior consumo mensal em 2023, totalizando 1,65 bilhão de litros -- variação de 18,45% em relação ao ano passado. A depender da relação de preços observada nos postos, o movimento de saída dos produtores deve manter a tendência positiva registrada no mês de setembro. Dados de preços de revenda publicados pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para semana que se encerrou em 7/10 indicam que nas cidades correspondentes a 65% do consumo de combustíveis nacional, o etanol hidratado tem apresentado paridades atrativas. No estado de São Paulo esse percentual atinge 98% do consumo. A respeito das vendas de etanol anidro, o volume comercializado foi de 927,25 milhões de litros o que representa uma variação negativa de 0,84%.
No acumulado da safra 23/24, a comercialização de etanol soma 15,33 bilhões de litros, o que representa um aumento de 2,73%. O hidratado compreende uma venda no volume de 8,84 bilhões de litros (+0,51%), enquanto o anidro de 6,49 bilhões (+5,91%).
Mercado de CBios
Dados da B3 registrados até o dia 6 de outubro indicam a emissão de 24,91 milhões de CBios em 2023. Até o dia 30 de setembro, prazo final para cumprimento da meta referente ao ano de 2022, a parte obrigada havia aposentado 38,66 milhões de créditos. Ainda será confirmado, pela ANP, se houveram distribuidoras que não atenderam ao compromisso. No entanto, de forma agregada, as aposentadorias do período mostram um excedente de quase 2 milhões de CBios em relação a meta.
A partir de agora o foco se volta para a meta do ano de 2023, cujo prazo para cumprimento se encerrará em 31 de março de 2024. Para o ano em questão, a meta estabelecida é de 37,47 milhões de CBios. Tendo isso em mente, até dia 6 de outubro, a parte obrigada do programa RenovaBio havia adquirido cerca de 20,13 milhões de créditos de descarbonização. Esse valor considera o estoque de passagem da parte obrigada em 2021 somada com os créditos adquiridos em 2022 e 2023, até o momento, subtraída a meta referente ao ano de 2022.
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