Mineração

AngloGold separa operações e cria outra companhia

Reestruturações no setor de mineração.

Valor Online
11/09/2014 10:49
Visualizações: 355

A AngloGold Ashanti aderiu à onda de reestruturações no setor de mineração como reação à queda dos preços e ao enfraquecimento das perspectivas de crescimento.

A mineradora anunciou plano que prevê a cisão corporativa respaldada por uma emissão de direitos preferenciais de subscrição de US$ 2,1 bilhões.

A companhia, a terceira maior mineradora mundial de ouro em termos de produção, vai desmembrar as divisões em operação fora de seu país de origem, a África do Sul, e registrará uma nova produtora multinacional de ouro na Bolsa de Londres.

A AngloGold vai manter suas minas na África do Sul, responsáveis por cerca de um terço de sua produção, e manter uma participação de 65% no capital da empresa resultante da cisão.

A emissão de direitos foi necessária para reduzir a dívida líquida da AngloGold, de US$ 3,1 bilhões, e será levada a cabo mesmo se os acionistas rejeitarem o plano de desmembramento, disse o principal executivo Srinivasan Venkatakrishnan.

As ações da AngloGold caíram mais de 11% ontem. As mineradoras que se apressaram em acumular ativos durante uma década de crescimento da demanda por commodities tentam gerar valor para acionistas decepcionados por meio da reversão desse processo: livrando-se de ativos secundários, reduzindo as dívidas e pressionando os custos.

"Uma cisão pode ser uma solução imediata relativamente rápida para gerar valor", disse Alexander Keepin, codiretor de mineração do escritório internacional de advocacia Berwin Leighton Paisner.

A proposta da AngloGold ocorre após a BHP Billiton, maior mineradora do mundo em valor de mercado, informar no ano passado que pretende vincular ativos avaliados entre US$ 10 bilhões e US$ 15 bilhões a uma empresa australiana registrada em bolsa.

Ela espera com isso simplificar sua estrutura e tornar-se mais atrativa aos investidores.

As mineradoras de ouro estão sendo pressionadas desde a queda de 18% no preço do metal, no ano passado, expondo uma década de inflação de custos no setor.

No caso da AngloGold, os investidores encaram com restrições suas ligações com a África do Sul, onde a reestruturação tende a ser interpretada como mais um golpe sobre o setor minerador.

A mineração tem sido pressionada pela insatisfação da mão de obra, a expansão dos custos, os gargalos de infraestrutura e, no caso do ouro, pela queda da produção.

A produtora sul-africana Gold Fields anunciou em 2012 uma grande reestruturação, e manteve apenas uma mina na África do Sul, seu carro-chefe South Deep.

As minas mais antigas foram desmembradas em uma empresa chamada Sibanye Gold.

A África do Sul já foi responsável por cerca de dois terços da produção mundial de ouro, mas o volume anual extraído caiu de mil toneladas em 1970 para 167 toneladas em 2012 - o menor desde 1905. A AngloGold espera que a tecnologia melhore a produção.

Ao cindir seu portfólio de ativos, a AngloGold tem esperanças de que a classificação da nova empresa - que ela espera habilitar para integrar o índice FTSE 100 de "blue-chips" britânicas - suba junto aos investidores.

"Essa é a melhor oportunidade de reclassificação para os ativos não operantes na África do Sul", disse Venkatakrishnan.

A nova empresa será diferente de outras mineradoras de ouro com ações registradas em Londres, que tendem a se concentrar em um país ou região.

Ela tem minas nas Américas, na Austrália e na África, mas suas principais perspectivas de crescimento estão na Colômbia, onde há muito subexplorada devido à agitação civil.

Analistas do banco e gestora de investimentos Investec sugeriram que o desmembramento poderia, "de modo simplista", ser avaliado em cerca de 3 bilhões de libras esterlinas.

Por outro lado, após a emissão de direitos e a cisão, a AngloGold ficará livre de dívidas - uma condição fixada pelo banco central da África do Sul para que a reestruturação continue.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Logística
Santos Brasil recebe autorização para operar com capacid...
16/12/25
Indicadores
ETANOL/CEPEA: Indicadores são os maiores da safra 25/26
16/12/25
Sergipe
Projeto Sergipe Águas Profundas reforça expansão da ofer...
15/12/25
Etanol
Hidratado sobe pela 9ª semana seguida
15/12/25
Meio Ambiente
Shell Brasil, Petrobras e CCARBON/USP lançam o Carbon Co...
12/12/25
Energia Solar
Desafios de topografia na geração de energia solar: conh...
12/12/25
Oferta Permanente
Seminário da ANP apresenta informações sobre a Oferta Pe...
12/12/25
Drilling
SLB conclui a construção do primeiro poço de injeção de ...
12/12/25
Drilling
Shell assina contrato com a Valaris para uso de sonda of...
12/12/25
Royalties
Estudo revela proporção de royalties na receita municipa...
12/12/25
Sergipe Oil & Gas 2026
SOG26 destaca Sergipe como nova fronteira na produção de...
12/12/25
Biocombustíveis
Sessão especial celebra 8 anos do RenovaBio e reforça su...
12/12/25
Navegação Interior
A Revolução Livre de Graxa no setor de embarcações de se...
12/12/25
Reconhecimento
IBP conquista novamente o "Oscar dos Eventos" com a ROG....
11/12/25
Firjan
Rio pode ganhar mais 676 mil empregos com estímulo a 9 n...
10/12/25
Reconhecimento
Programa Nacional de Transparência Pública concede certi...
10/12/25
Combustíveis
Com novo aumento do ICMS para 2026, impacto nos preços d...
10/12/25
PPSA
Contratos de partilha vão produzir 2 milhões de barris a...
10/12/25
Logística
Transpetro amplia atuação logística com integração da PB...
09/12/25
Posicionamento IBP
Imposto Seletivo sobre petróleo e gás ameaça exportações...
09/12/25
Energia Solar
ArcelorMittal e Atlas Renewable Energy concluem construç...
09/12/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.