Jornal do Commercio
Sócia da Petrobras em importantes blocos do pré-sal, a petroleira britânica BG acredita que poderá encontrar reservas superiores de bilhões de barris também em águas mais rasas na Bacia de Santos. Em apresentação de resultados feita nesta quinta-feira a analistas, a companhia cita o projeto Corcovado, que fica na chamada “franja do pré-sal” como um dos projetos de seu portfólio de maior potencial.
O Brasil representa hoje cerca de 30% das reservas da empresa e, em 2020, terá a maior contribuição para sua produção de petróleo. Em conferência com analistas em Londres, o presidente da companhia, Frank Chapman, disse que Corcovado, que está em concessão próxima ao campo de Mexilhão, tem potencial na casa dos bilhões de barris de óleo e gás.
A empresa é operadora do bloco, com 40% de participação, e pretende perfurar dois poços exploratórios este ano para confirmar as projeções. A Petrobras tem os outros 60% do projeto. “Há muito mais potencial naquela região”, afirmou Chapman, que comemorou os resultados exploratórios obtidos no Brasil em 2008.
As participações em projetos como Tupi, Carioca, Guará e Iara garantem à BG hoje uma reserva estimada em 3 bilhões de barris, volume maior do que todas as reservas provadas da companhia. Este ano, a Petrobras trabalha ainda para confirmar o reservatório de Iguaçu, que fica na mesma concessão de Carioca. Chapman confirmou que a exploração do pré-sal é viável com petróleo abaixo dos US$ 40 por barril, como já havia sido afirmado pela Petrobras.
O presidente da BG disse não ver riscos de suspensão dos projetos por conta do cenário adverso. “(O pré-sal) não é só um projeto da Petrobras, é um projeto do Brasil. A Petrobras terá forte apoio do governo. Não tenho dúvida de que os projetos acontecerão”, comentou o executivo. Em 2020, disse Chapman, o Brasil terá a maior contribuição para a produção de petróleo e gás da BG, com mais de
400 mil barris por dia.
Além dos poços de Corcovado, a companhia participará da perfuração de pelo menos mais sete poços no País este ano. A empresa anunciou lucro recorde em 2008, de 5,4 bilhões de libras, 65% superior ao de 2007. As finanças da companhia não sofreram forte impacto da crise no quarto trimestre, por conta da grande exposição ao mercado de gás natural, menos volátil do que o de petróleo.
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