Cabotagem

Cabotagem prevê demanda até 20% maior para este ano

    A navegação de cabotagem, mesmo em condições adversas e com altos custos, deverá elevar em pelo menos 20% os negócios para as empresas do segmento este ano em relação ao ano passado. Mas, apesar do crescimento ser expressivo se comparado com as projeções de avanço ...

Redação
04/04/2006 00:00
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    A navegação de cabotagem, mesmo em condições adversas e com altos custos, deverá elevar em pelo menos 20% os negócios para as empresas do segmento este ano em relação ao ano passado. Mas, apesar do crescimento ser expressivo se comparado com as projeções de avanço do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, ainda está muito aquém da sua potencialidade. 
   Apesar de o potencial para transporte de contêineres ser de 1,7 milhão anualmente, o Brasil fechou o ano de 2005 com apenas 360 mil unidades transportadas. Em 2005, o setor incrementou em 30% sua receita. Mas algumas das grandes operadoras instaladas no país ainda apostam neste mercado e anunciam novos investimentos.
    É o caso da Aliança Navegação e Logística , que alocou dois navios para o mercado nacional, o Aliança Brasil e o Aliança Europa, antes utilizados na rota Brasil-Europa. Ao todo, neste semestre, serão 10 navios para cabotagem. Com os dois novos serão 4,8 mil TEUs (contêiner de 20 pés) a mais ou elevação de 30% na capacidade. A empresa aguarda a liberação de US$ 240 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) para a construção de outros quatro navios de 2,6 mil TEUs de capacidade cada.
    - O projeto já recebeu prioridade do Fundo de Marinha Mercante (FMM) e encontra-se em análise no BNDES -, diz José Antônio Cristóvão Balau, diretor de Operações, Logística e Cabotagem.
    De acordo com o diretor, a perspectiva é que ainda neste semestre a empresa obtenha os recursos do BNDES. A meta é movimentar 250 mil TEUs em 2006, contra 200 mil TEUs do ano passado. A empresa obteve faturamento global de US$ 900 milhões em 2005. Atualmente, opera regularmente em 12 portos nacionais e possui 15 escritórios próprios no Brasil.
    A empresa é do grupo alemão Hamburg-Süd . Outra companhia que prevê crescimento em demanda - 40% a mais este ano - é a Octrans Logística , que realiza cabotagem por meio de balsas oceânicas.
    Este ano já foram realizados 10 projetos para o transporte de grandes peças e maquinários. No ano passado foram nove projetos com mais de 12 mil toneladas movimentadas em todo o País. Outra operadora que deverá elevar sua participação com a cabotagem é a Maersk Line . Com o processo de finalização da aquisição por, aproximadamente, US$ 3 bilhões da P&O Nedlloyd , a empresa irá oferecer uma maior expansão geográfica de atuação e um escopo de serviços realinhado com o mercado.
    Já a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) irá investir R$ 75 milhões no terminal multimodal (Tercam) de Camaçari (BA). Os aportes estão programados para os próximos dois anos. O Tercam integra diferentes modais de transporte, como ferrovia, rodovia e porto, além de serviços de navegação costeira (cabotagem) e de longo curso. O terminal vai funcionar como um centro de serviços, oferecendo completas e modernas soluções logísticas, com grandes reduções dos custos de distribuição.
    De acordo com o vice-presidente executivo do Syndarma, Claudio Décourt, apesar do valor dos fretes em queda e de um possível crescimento da economia, maior que os modestos 2,3% de 2005, a tendência para 2006 é que os serviços de cabotagem apresentem aumento menor que o do ano passado (30%). A razão são os elevados custos operacionais dos navios e a diferença de preços do óleo combustível que acabam inibindo os empresários a investir em ampliação da frota.
     Segundo Décourt, ao contrário do que acontece com os navios de longo curso, isentos de tributação sobre combustível, os navios de cabotagem têm de arcar com os impostos sobre o diesel - PIS, Cofins, ICMS e Cide. A isenção concedida aos navios de longo curso é um dos pontos da política de fomento à exportação do País. 
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