O caos voltou a se instalar na madrugada e manhã da terça-feira (28) na via Anchieta, que liga São Paulo à Baixada Santista. A fila de veículos chegou a 24 quilômetros no sentido litoral, mas outros trechos que dão acesso ao porto e ao polo industrial de Cubatão também registram lentidão.
Na segunda-feira (27) à noite começou a vigorar a proibição da Prefeitura de Cubatão para que os pátios reguladores de carretas recebam caminhões fora do horário comercial, das 8 horas às 18 horas. Como consequência, veículos de cargas ficaram parados na via Anchieta por mais de três horas. O ônibus em que estava a educadora física Meyre Jansen, voltando de São Paulo, ficou das 23 horas às 03h20 no mesmo local, na altura do km 53 da Anchieta. "Foi um inferno, os caminhões fecharam a pista e a Ecovias dizia que o tráfego estava congestionado. Estava parado. Ninguém resolvia o problema. Imagina se todo dia for assim".
Os dois estacionamentos reguladores de carretas em Cubatão servem para triar os veículos rumo ao porto de Santos. No dia 8 deste mês foi registrado o maior número de veículos acessando o porto: 12.234 veículos, mas sem congestionamentos.
As carretas se dirigem ao Ecopátio Cubatão e ao Rodopark e de lá são enviadas aos terminais marítimos conforme a capacidade de recepção desses. A restrição da Prefeitura de Cubatão atende pleito da indústria de Cubatão, que viu seus acessos travados nos últimos meses em razão das filas de carretas destinadas ao porto. Ocorre que ambos os estacionamentos recebem a maior parte dos veículos à noite, em razão do rodízio de caminhões na capital.
Na segunda-feira, a Prefeitura de Cubatão disse, por e-mail, que "decidiu valer-se de suas prerrogativas e usar a legislação municipal visando a minimizar os graves problemas causados diariamente a sua população e ao polo industrial da cidade". O decreto que disciplina o funcionamento dos pátios de caminhões é baseado no artigo 1º da Lei municipal 1894/90, informou.
A administração municipal reconhece, contudo, que essa não é solução para o problema dos congestionamentos. "A solução efetiva e definitiva do problema deve ser procurada em nível metropolitano, com a participação de representantes das cidades, Condesb (comitê que reúne as nove cidades da Baixada Santista), Codesp, Ciesp, entre outros órgãos.
Ontem a Prefeitura de Cubatão foi procurada pelas empresas administradoras do pátios e pela Codesp para debater a questão. Uma reunião deve ser agendada para discutir o assunto.