Redação TN Petróleo, Agência Petrobras
Apesar de um ano desafiador, com queda de preço do petróleo no mercado internacional na ordem de 18%, além de uma redução de 23% no crackspread do diesel, os resultados da Petrobras em 2023 foram considerados “excepcionais”, nas palavras do seu presidente, Jean Paul Prates. Nesta quinta-feira, a companhia anunciou o segundo maior lucro líquido da história, chegando a R$ 124,6 bilhões. Prates e a diretoria executiva concederam entrevista coletiva na sede da empresa, no Rio de Janeiro, nesta sexta-feira (08/03).
“Entregamos um resultado excepcional, tendo em vista as condições e cenários que vivemos no ano passado. Além de ser um começo para nós, era um momento de reconsideração de várias missões, do papel da Petrobras, da forma dela atuar e de como as pessoas a veem. Mas arrumamos a casa e começamos a construir a Petrobras do futuro”, disse Prates, em coletiva de imprensa nesta sexta-feira.
Com Ebitda de R$ 262,2 bilhões, o segundo maior já registrado pela companhia, a Petrobras se destacou entre as empresas que mais cresceram a produção em 2023 em relação às majors e com melhor índice de reposição de reservas. Isso demonstra que as recentes medidas de gestão sinalizam a mudança de foco no curto prazo que marcou os últimos anos da Petrobras para uma nova visão de longo prazo, trocando, por exemplo, o pagamento de dividendos em níveis muito acima das empresas pares pela priorização de investimentos que vão perpetuar o valor gerado pela companhia.
Redução da dívida financeira
O balanço divulgado pela Petrobras mostrou ainda que a dívida financeira da companhia diminuiu em US$ 1,2 bilhão em 2023 em relação a 2022. A dívida bruta, apesar de ter crescido, permanece controlada, no patamar de US$ 62,6 bilhões. O aumento se deu por conta, principalmente, do afretamento de quatro novas plataformas de produção (FPSOs) que iniciaram a produção em 2023. Essas unidades valorizam o ativo da empresa, além de reafirmar o compromisso da companhia de aumentar sua capacidade produtiva com mais eficiência. Segundo o diretor Sergio Leite, desde 2019, os afretamentos de plataformas passaram a ser considerados na dívida pela norma contábil internacional (IFRS 16). Vale ressaltar que a dívida bruta segue limitada a US$ 65 bilhões, patamar saudável para empresas do segmento e porte da Petrobras.
Dividendos extraordinários
A Petrobras anunciou ainda que o Conselho de Administração (CA) autorizou o encaminhamento à Assembleia Geral Ordinária (AGO), prevista para 25 de abril de 2024, da proposta de distribuição de dividendos equivalentes a R$ 14,2 bilhões relativos ao 4º trimestre de 2023. Caso haja aprovação da AGO, considerando os dividendos antecipados pela companhia ao longo do exercício, ajustados pela Selic, os dividendos totais do exercício de 2023 totalizarão R$ 72,4 bilhões. Já o lucro remanescente do exercício, de R$ 43,9 bilhões, a proposta do CA é de que seja integralmente destinado para a reserva estatutária, podendo ser utilizado exclusivamente para pagamento de dividendos no futuro.
“A gente segue pagando dividendo compatível com a nossa estratégia de crescimento. Investimos em projetos rentáveis que vão gerar dividendos futuros e garantir vida sustentável para a nossa empresa. Estamos olhando para s novas energias, sem abrir mão da produção de petróleo”, afirmou o presidente.
Fator de Utilização das Refinarias
Para 2024, a Petrobras segue apostando em bons números. Nas refinarias, por exemplo, a tendência é que o Fator de Utilização (FUT) atinja altos níveis, como no passado, que chegou a 97%.
Novas sondas
Atualmente, a Petrobras está com seis processos de contratação de sondas em andamento que devem atender a necessidade da companhia. Em 2023, a companhia atuou com um total de 35 sondas.
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