Redação TN Petróleo/Assessoria
De acordo com a Organização Marítima Internacional (IMO), o transporte marítimo é responsável por 3% das emissões globais de gases de efeito estufa (GEEs). Em resposta a este cenário, a IMO estabeleceu as metas ambiciosas de reduzir as emissões de GEEs da indústria naval em 70% até 2050, além de diminuir a intensidade de carbono das emissões em 40% até 2030.
Nesse contexto, a Trafigura está liderando iniciativas significativas para mitigar seu impacto ambiental. A empresa anunciou a encomenda de quatro navios de transporte de gás que operarão com amoníaco de baixo teor de carbono. Um estudo recente encomendado pela Trafigura revela que mais de 200.000 barris diários de fuelóleo poderão ser consumidos por petroleiros devido a desvios na rota para o Cabo da Boa Esperança, enfatizando a urgência de alternativas sustentáveis.
No Brasil, o Porto Sudeste, ativo da Trafigura, se destaca como pioneiro em várias iniciativas ambientais. O porto foi o primeiro a adotar a ferramenta da Rightship, que mensura as emissões de GEE do escopo 3, uma ação inédita entre os terminais portuários do país. Além disso, o Porto Sudeste se comprometeu a reduzir em 50,4% as emissões de GEE dos escopos 1 e 2 até 2033, em comparação aos níveis de 2021.
"Estamos determinados a liderar a transformação do setor marítimo em direção a práticas mais sustentáveis", afirma Ulisses Oliveira (foto), Diretor de Relações Institucionais e Sustentabilidade na Porto Sudeste. "Com a parceria com a RightShip, podemos obter dados precisos e percepções valiosas para medir as emissões das embarcações no porto e criar estratégias eficazes para reduzir nossa pegada ambiental."
Outra importante alternativa para a descarbonização do setor é o gás natural. O relatório LNG Outlook 2024 aponta que o GNL é uma das principais alternativas aos combustíveis convencionais, com uma expectativa de aumento de 114% na quantidade de navios movidos a esse tipo de energia. A Macaw Energies, com suas soluções de baixo carbono, transforma gases que seriam queimados durante a extração de petróleo em GNL, utilizando a tecnologia F2X para capturar metano e convertê-lo em LiquidFlare.
Filipe Bonaldo, sócio-diretor da A&M Infra, acredita que o caminho para a descarbonização está no uso dos biocombustíveis. "A descarbonização dos transportes é uma rota sem volta. O setor marítimo, assim como o de aviação e transporte terrestre, necessita de soluções para reduzir suas emissões. No Brasil, temos uma alta capacidade de produção de biocombustíveis e biodiesel, que ainda são subutilizados em relação ao seu potencial. No curto prazo, os biocombustíveis se mostram como a alternativa mais viável, pois oferecem uma modelagem econômica favorável mesmo sem a taxação de emissões, algo que acreditamos ser uma medida de médio prazo. Portanto, o uso de biocombustíveis é o primeiro passo lógico para acelerar a descarbonização no transporte marítimo", comenta Bonaldo.
Fale Conosco
21