Redação TN /Assessoria
A inclusão, a diversidade e a equidade no mercado de trabalho estão na pauta de Governança das principais companhias do Brasil. Mas se em 2016 o diagnóstico de colaboradores nessas categorias era considerado adequado, hoje a maioria das principais lideranças e CEOs do país entendem que a diversidade nas empresas atualmente está abaixo do que deveria. É o que aponta a percepção desse público em debate promovido em São Paulo na última quarta-feira, dia 31 de julho, pelo Instituto Ethos, em parceria com a PwC.
“A responsabilidade das empresas é enorme frente aos desafios e as oportunidades de transformação e inclusão no país. E a responsabilidade de suas lideranças ainda maior”, afirma Caio Magri, diretor presidente do Instituto Ethos, ao apresentar os resultados preliminares do Perfil Social, Racial e de Gênero das 1.100 Maiores Empresas do Brasil e suas Ações Afirmativas, uma das pesquisas de maior impacto sobre diversidade no país, realizada pelo Instituto Ethos. Para Magri, o mercado de trabalho é uma das áreas que mais precisam dessa transformação e as empresas podem e devem atuar nesse campo.
Para Andréa Álvares, presidente do Conselho Deliberativo do Instituto Ethos e mediadora do debate, a falta de inclusão não é só problemática para as empresas, mas pode gerar perda de potencial para transformação. “A presença de diferentes perspectivas, gêneros, experiências com o mundo é enriquecedora. Ela traz não só a mitigação dos riscos para as empresas, mas também potencial de inovação e criação de novos negócios”, diz.
Margareth Goldenberg, gestora executiva do Movimento Mulher 360, um dos apoiadores da pesquisa Perfil, ressalta: “O desafio da inclusão de mulheres negras nas empresas, especialmente acima dos cargos de entrada, ainda é muito grande. Entre o desafio da inclusão e a ação nas companhias está uma lacuna que precisamos vencer de forma mais rápida. Precisamos trabalhar a cultura das empresas e trazer uma abordagem inclusiva em todos os níveis hierárquicos”.
O sócio presidente da PwC Brasil, Marco Castro, também pontuou que, ao invés de criar argumentos para a inclusão não acontecer, é preciso criar movimentos para acelerar as ações afirmativas.
Ana Lúcia Melo Custódio, diretora-adjunta do Instituto Ethos que acompanha a realização da pesquisa Perfil desde seu início, em 2001, complementa: “A atual percepção das lideranças de que é preciso avançar na agenda de inclusão e diversidade é de certa maneira positiva, porque pode mobilizar as companhias no desenvolvimento de iniciativas”. E convida: “Se há desconforto, vamos mudar essa realidade”.
Pesquisa completa será divulgada em setembro
Em sua sétima edição, a pesquisa Perfil é realizada em parceria com o Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica) e avalia a diversidade nos diferentes níveis hierárquicos, desde quadro funcionais até os conselhos de administração. Contará este ano com novidades em relação à última edição, realizada em 2016, como o aumento do número de empresas avaliadas - a partir da lista das 1.000 maiores empresas no Brasil e as 100 principais instituições financeiras do país, segundo lista do Valor Econômico. Os dados serão apresentados na Conferência Ethos São Paulo, que acontece nos dias 18 e 19 de setembro, na capital paulista.
SOBRE O INSTITUTO ETHOS
O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social é a organização da sociedade civil brasileira pioneira na mobilização de empresas por uma atuação justa e responsável. O Ethos nasceu ASG (ESG), pois desde 1998, as pautas da responsabilidade social, da ética e da sustentabilidade guiam todas as suas atividades. O Instituto desenvolve indicadores para auxiliar as empresas a compreenderem a sua situação e os caminhos para se tornarem mais diversas, inclusivas e éticas. Com mais de 460 associadas, o Ethos realiza diversas atividades de advocacy colaborativo e coordena a Conferência Brasileiro de Mudança do Clima ao lado das principais organizações do setor.
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