A EDP prevê contrair, até final do ano, um novo empréstimo de US$ 1 bilhão para financiar investimentos nos Estados Unidos, adiantou o diretor financeiro da empresa, Nuno Alves.
Agência LusaA EDP prevê contrair, até final do ano, um novo empréstimo de US$ 1 bilhão para financiar investimentos nos Estados Unidos, adiantou o diretor financeiro da empresa, Nuno Alves.
"Vamos emitir até ao final do ano, ou início do próximo, mil milhões de dólares em obrigações para financiar projetos nos Estados Unidos", país onde a EDP Renováveis tem uma capacidade instalada de mais de 2.000 MW e mais de 18.300 MW projetados, disse Alves.
"No quarto trimestre deste ano, a operação deve estar pronta. Se o mercado estiver bem fazemo-la, senão aguardamos um pouco", frisou.
O próprio presidente executivo da companhia, António Mexia, considera que o investimento nos Estados Unidos foi uma das alavancas para a valorização das ações da EDP Renováveis desde janeiro.
"A EDP Renováveis traduz já no seu preço, na sua recuperação - é uma das elétricas que mais subiu desde o início do ano na Europa - à sua capacidade de valorizar a sua exposição a mercados como o dos Estados Unidos, onde a percepção é que a empresa criou mecanismos que permitem o seu crescimento sustentado", disse Mexia à Agência Lusa.
Se Alves valorizou "o apoio inequívoco de nova legislação nos Estados Unidos ao investimento em renováveis", Mexia vai ainda mais longe e diz que o novo presidente Barack Obama é um trunfo para as renováveis: "Não pude votar, mas se pudesse teria votado Obama".
Financiamento
Este ano, a EDP realizou uma emissão de obrigações 1 bilhão de euros em fevereiro (a cinco anos) e outra do mesmo valor já este mês (a sete anos), tendo neste momento uma dívida estimada em 14 bilhões de euros.
Por outro lado, o diretor financeiro da empresa recordou que a EDP dispõe de cerca de 4,1 bilhões de euros de liquidez financeira, resultantes de linhas de crédito no valor de 2,59 bilhões e outros 1,43 bilhões em caixa.
Além disso, poderão se juntar aos recursos cerca de 350 milhões de euros resultantes da securitização do déficit tarifário na Espanha.
"A securitização na Espanha está a ser conduzida centralmente pela associação espanhola da Indústria Elétrica (Unesa)", explicou Alves, antes de acrescentar que "a seguir ao Verão deverá estar pronta".
Sobre o programa de redução de custos na EDP, Nuno Alves estimou que a empresa deverá "cumprir ou mesmo ultrapassar" o objectivo para este ano: um corte de 96 milhões de euros.
Entre as medidas mais relevantes tomadas este ano para conter custos, conta-se o enxugamento das estruturas de chefias na EDP Brasil (que incluiu a demissão de cerca de 100 funcionários de média e alta cúpula), o controle de custos com consultoria e a melhoria de contratos de prestação de serviços.
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