Petrobras 60 anos

Estatal comanda a visão de futuro da indústria brasileira de O&G

Com a meta de dobrar sua produção de petróleo até 2020 - que passará da média atual de quase 2,3 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d) para 4 milhões de boe/d em sete anos (produção no Brasil) - a Petrobras

Revista TN Petróleo
03/10/2013 13:35
Estatal comanda a visão de futuro da indústria brasileira de O&G Visualizações: 179 (0) (0) (0) (0)
Com a meta de dobrar sua produção de petróleo até 2020 - que passará da média atual de quase 2,3 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d) para 4 milhões de boe/d em sete anos (produção no Brasil) - a Petrobras completa hoje (3) 60 anos de história, ciente de seus desafios e perspectivas que comandam a imensa cadeia produtiva do setor, que movimenta parte crucial da economia do país.

Os campos operados pela estatal no Brasil respondem por algo em torno de 93% da produção de petróleo e gás natural, sendo que 91,4% da produção total de petróleo e 73,1% do gás natural nacional foram extraídos por 784 poços marítimos – o restante foi produzido por 8.266 poços terrestres. São responsáveis por essa produção 311 concessões, operadas por 25 empresas – 81 são concessões marítimas e 230 terrestres.

Líder mundial em tecnologia para exploração de petróleo em águas profundas, a empresa tem contratadas 28 sondas de perfuração marítimas. Esses equipamentos estão sendo, pela primeira vez, construídos no Brasil, e começam a ser entregues em 2015. Para transportar o petróleo até a costa, 49 navios de transporte foram encomendados, cinco deles já entregues.

Na área de Refino, a Petrobras também planeja um grande salto. A produção de derivados, entre eles diesel, gasolina e querosene de aviação, subirá dos atuais 2,1 milhões de barris por dia para 3 milhões bpd em 2020. A Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e o Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro) serão os grandes responsáveis pelo aumento. O primeiro trem da Refinaria Abreu e Lima está previsto para entrar em operação em novembro de 2014 e o segundo em maio de 2015. Já o primeiro trem do Comperj começará a operar em agosto de 2016.

No segmento de fertilizantes, a Petrobras vai quase dobrar a atual capacidade de produção de ureia, atingindo 3,5 milhões de toneladas em 2020. Para isso, duas unidades de fertilizantes, uma no Mato Grosso do Sul e outra no Espírito Santo, estão sendo construídas. Em julho deste ano, essa capacidade - que era de 1,1 milhão de tonelada/ ano - chegou a 1,8 milhão tonelada/ano com a aquisição da Fábrica de Fertilizantes do Paraná.

Para conseguir dobrar de tamanho, a companhia desenvolve tecnologia de ponta. O Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), além das pesquisas em seus laboratórios, coordena 49 redes temáticas, com 88 universidades, um dos maiores modelos de colaboração entre empresas e academia no Brasil. Os temas de cada rede são relacionados às metas tecnológicas da companhia. Com a descoberta do pré-sal, a escala e a complexidade das demandas da Petrobras têm aumentado, estimulando várias empresas fornecedoras, incluindo multinacionais, a construir centros de pesquisa no Brasil, em locais próximos às instalações da companhia ou de universidades parceiras.

"O papel histórico da Petrobras na área de pesquisa e desenvolvimento foi fundamental nesses últimos 40 anos. No Brasil, a companhia é um paradigma na parceria empresa-universidade. Ela consegue trazer de dentro da academia a solução para muitos problemas da indústria de óleo e gás", afirmou para a TN Petróleo o diretor de Tecnologia e Inovação da Coordenação dos Programas de Pós-Graduação em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), Segen Estefen.

"Destes 60 anos, podemos comemorar, pelo menos, 35 anos de parceria (da Petrobras) em P&D com as universidades brasileiras. Ao longo destes anos a parceria funcionou seguindo dois vetores: o financiamento direto das pesquisas permitindo a implantação de uma infraestrutura compatível e essencial para o desenvolvimento e o alinhamento com os desafios tecnológicos para o avanço do setor de óleo e gás na Brasil", disse à TN o professor do curso de Engenharia de Petróleo da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Sergio da Fontoura. Para ele, os desafios técnicos-científicos continuam a crescer considerando os complexos cenários geológicos a serem enfrentados para explorar as reservas brasileiras notadamente as presentes nos reservatórios carbonáticos do pré-sal e nas fontes de gás nos folhelhos orgânicos ou como mais conhecidos, “shale gas”.

"A grande contribuição nos próximos anos é a continuação do que já foi feito e do que é feito hoje: trabalharmos juntos, dividindo os desafios", afirma.


Indústria atenta

A indústria se posiciona de forma positiva quanto ao papel que a Petrobras terá nos próximos anos. “Sem dúvida, a Petrobras completa 60 anos como uma das líderes do setor e consolidando o Brasil como um dos principais produtores do mundo”, afirma Pedro Alem Filho, gerente executivo de política industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

No entanto, ele afirma que quando se olha o conjunto da cadeia de P&G, o cenário é diferente. “As empresas brasileiras que fornecem para o setor ainda enfrentam problemas de competitividade que as impedem de acompanhar o nível de desenvolvimento tecnológico da Petrobras”, afirma o executivo da CNI. Segundo ele, os itens de maior valor agregado e maior conteúdo tecnológico ainda são, em sua maioria, importados ou fabricados localmente por subsidiárias de empresas transnacionais.

“É importante ter claro que este cenário não é culpa da Petrobras, mas de um conjunto de fatores que vão do Custo Brasil à insuficiência de instrumentos adequados para fomentar o investimento e a inovação, passando por um marco regulatório inadequado”, pondera, lembrando que a Petrobras tem atraído diversos de seus fornecedores globais para o Brasil.


Desenvolvimento integrado

“A exploração e produção em águas ultraprofundas e no pré-sal, que tornaram a Petrobras referência mundial vão possibilitar o desenvolvimento da indústria como um todo”, acredita Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, presidente do Sistema Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro).

A grande expectativa do mercado é a expansão da produção do petróleo do pré-sal, “com a interação dos elos da cadeia de fornecedores, em especial no estado do Rio de Janeiro, por concentrar a operação da Bacia de Campos”. Ele reconhece que a petroleira tem tido papel importante na transmissão de conhecimento, preocupação com a sustentabilidade e na geração de emprego e renda, entre outros. “A expectativa é que ela continue contribuindo para o desenvolvimento da indústria, mirando sempre os casos de sucesso mundiais e se afastando dos casos em que os desdobramentos positivos não foram concretizados”.


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