Plataformas

Fabricantes cobram mais conteúdo nacional

<P>Fabricantes nacionais de bens de capital para a indústria de petróleo e gás alegam que grande parte das fábricas ainda está à espera da demanda de projetos da Petrobras. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), muitas empresas, inclusive fabrican...

Jornal do Commercio
21/11/2006 00:00
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Fabricantes nacionais de bens de capital para a indústria de petróleo e gás alegam que grande parte das fábricas ainda está à espera da demanda de projetos da Petrobras. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), muitas empresas, inclusive fabricantes de válvulas, estão trabalhando com média de 50% de suas capacidades instaladas. No caso dos bens de capital, o presidente do Conselho de Óleo e Gás da Abimaq, José Velloso Dias Cardoso, estima que os níveis de conteúdo nacional nas plataformas não passe dos 40%.

Há condições de elevarmos esses níveis. Por falta de capacidade da indústria nacional é que não vai ser. O conteúdo nacional de bens de capital nas plataformas ainda é baixo, afirma Velloso, reconhecendo que, de um modo geral, os níveis de conteúdo nacional nas plataformas vem aumentando.

Diretor-adjunto da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), Oswaldo Pedrosa estima que os índices de conteúdo nacional em relação aos bens de capital em plataformas esteja entre 45% e 50% do total fornecido. Ele alega que a principal dificuldade de se elevar o nível de contratação na indústria nacional é em relação à escala de produção dos fabricantes daqui.

Não faz sentido se construir poucos geradores ou compressores aqui. É uma questão de todo o mundo, a indústria offshore é muito globalizada. Às vezes, é mais lógico importar, analisa, ressaltando que a busca por 100% de conteúdo nacional não é necessariamente a melhor política.

Velloso Dias contesta, principalmente, a afirmação do gerente de Implementação de Projetos da Petrobras, Antônio Carlos Justi, de que faltam válvulas e outros equipamentos no mercado, e que, em função disso, haverá atraso na entrega da plataforma P-54, que está sendo construída no estaleiro Mauá, no Rio de Janeiro. O executivo da Abimaq afirma que os fabricantes de válvulas estão ociosos. Em muitas fábricas, revela, as operações ocorrem em apenas um turno, quando há capacidade para se realizar até três turnos de produção.

Ele acusa, como o principal motivo para o atraso na obra da P-54, o atraso do pagamento de alguns fornecedores por parte do Mauá-Jurong, responsável pela execução da obra. Velloso Dias alega também que a Petrobras prorrogou ao máximo a compra de equipamentos, o que fez com que alguns fabricantes tivessem tempo escasso para realizar as entregas. O Mauá Jurong não quis comentar as declarações da Abimaq.

Isso tudo foi extremamente prejudicial para o andamento da obra. Muitos fabricantes tiveram que reter a entrega de equipamentos em função da falta de pagamentos de entregas anteriores. Garanto que não houve escassez de válvulas, como o alegado pela Petrobras, justificou.

A estatal confirmou que vem sofrendo com atrasos na entrega de alguns equipamentos, e que um dos itens mais afetados são as válvulas.

Segundo a Petrobras, essa situação decorre do aquecimento do mercado para componentes da indústria de óleo e gás. É uma situação mundial. A companhia, por meio de sua assessoria de imprensa, garante que vem pagando os serviços contratados de acordo com a sua execução física, sem qualquer tipo de antecipação.

A P-54 é uma Unidade Flutuante de Produção, Armazenagem e Descarregamento (FPSO), e terá capacidade para produzir 180 mil barris de petróleo por dia e 6 milhões de metros cúbicos diários de gás natural. Ela está orçada em US$ 782 milhões e será instalada no campo do Roncador, na Bacia de Campos. A previsão é de que a unidade seja concluída entre março e abril de 2007, de dois a três meses depois do prazo inicialmente previsto.

Na avaliação de Oswaldo Pedrosa, há uma escassez de válvulas não só no mercado interno. Ele sustenta que a afirmação da Petrobras procede, e que a questão é global, diante de um mercado intensamente aquecido.

É uma questão mundial. Houve falta de válvulas no caso da P-54. Onde deveria ter entrado válvulas, foram colocados tubulações de forma provisória, para não atrasar ainda mais a obra, observa.

Um diretor de uma empresa associada à Abimaq que forneceu à P-54, que não quer ser identificado, afirma que chegou a se reunir com a Petrobras e o Mauá Jurong para tratar da questão. Na ocasião, conta, a Petrobras se comprometeu a pagar o sinal para início de fabricação dos equipamentos a serem fornecidos.

Fonte: Jornal do Commercio

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