Energia Eólica

Investidores internacionais descobrem no Brasil os melhores ventos do mundo para fazendas de energia eólica

The Washington Post, 29/01/2018
29/01/2018 14:04
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No Nordeste brasileiro, para além das praias e resorts paradisíacos, encontram-se alguns dos melhores ventos do mundo para gerar eletricidade.

Bem-vindo a Serra Branca. É o céu dos geradores eólicos de energia. Como nenhum outro lugar, a região abriga ventos perfeitos para girar turbinas. Prova mais recente disso foi demonstrada pela Voltalia, empresa francesa de energias renováveis, que acaba de ganhar contratos para expandir suas fazendas e produzir eletricidade eólica a custos mais baixos já vistos no Brasil.

"Nossa estratégia é ganhar escala naquela região", diz Robert Klein, diretor-presidente da Voltalia no Brasil. "Volume de produção é fundamental para sermos competitivos".

Os planos de expansão da Voltalia deixam transparecer o enorme potencial para o mercado de energia eólica no Brasil. Já operam no país turbinas capazes de gerar quase 11 gigawatts, o que, segundo dados de 2016 do Conselho Mundial de Energia Eólica, colocam o país na 5ª posição do ranking mundial.

As brisas consistentes dão ao Brasil uma média de 39% de aproveitamento constante da capacidade instalada. É o melhor índice do mundo. E o estado do Rio Grande do Norte, onde fica Serra Branca, tem índices mais elevados ainda, com ventos de alta velocidade e pouca mudança de direção. Isso explica por que o estado responde pela maior capacidade eólica do país, com 2,7 gigawatts instalados, seguido da Bahia, com 1,6 gigawatts.

Alta eficiência

Duas das fazendas eólicas da Voltalia estão ranqueadas entre as "top 5" em eficiência no Brasil, em 2016, com aproveitamento de 60,8% e 58,4%, segundo classificação da Bloomberg New Energy Finance (BNEF).

Com "enormes recursos eólicos e alguns dos melhores ventos do mundo", o Brasil "tem o potencial de um mercado muito forte" - avalia Gurpreet Gujral, analista do Macquarie Bank. O país tem como meta elevar a capacidade de produção de energia limpa para 19 gigawatts até 2026, diversificando suas fontes.

Mais ventos significam mais eletricidade à venda, o que permite à Voltalia oferecer preços mais competitivos. No mês passado, a companhia ganhou contratos licitados pelo governo para fornecer energia em diferentes 5 projetos, totalizando 155 megawatts. Num dos leilões, ofereceu entregar eletricidade por R$ 96,90 o megawatt-hora, um recorde em termos de preços baixos.

A empresa deverá investir R$ 867 milhões nos projetos, segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). As usinas do primeiro leilão deverão se integrar ao sistema em dezembro de 2020. As do segundo leilão, em dezembro de 2022.

A Voltalia está implantando fazendas eólicas capazes de gerar 1.000 megawatts na região, e deverá entrar na disputa na próxima rodada de leilões, em abril. Parcerias com fornecedores, como fabricantes de turbinas, têm ajudado a Voltalia a manter os custos baixos - segundo o diretor da empresa.

"Nosso apetite continua voraz", assegura Robert Klein.

"Os lances feitos pela Voltalia nos leilões foram surpreendentes", diz Helena CHung, analista da BNEF. "Mas a empresa está no topo da geração de energia eólica no Brasil, com projetos operando com excelente produtividade. E os preços das turbinas vêm caindo, devido à acirrada disputa dos últimos leilões".

Os lances agressivos da Voltalia foram espelhados por outros empreendedores, como a Enel Green Power, que ofereceu R$ 97 por megawatt-hora, o que mostra o alto nível da demanda reprimida, depois de dois anos sem novos leilões. O governo cancelou dois leilões em 2016, quando a recessão econômica fez diminuir o consumo de energia elétrica.

Agora, com a economia começando a se recuperar e com aumento do consumo de energia, volta a crescer o interesse por novas usinas geradoras.

"O fato de o Brasil estar retomando os leilões é muito importante", diz Robert Klein. "A indústria eólica estava parada e agora renasce de uma forma brilhante", conclui.

A Companhia Paranaense de Energia (Copel) é sócia da Voltalia no Complexo Eólico de São Miguel do Gostoso, no Rio Grande do Norte, inaugurado em outubro do ano passado. A´Copel detém 49% das ações do empreendimento, enquanto os franceses controlam o negócio com 51% de participação.

" A Copel está alinhada à demanda de toda a população por fontes mais sustentáveis e baratas de energia", disse à época da inauguração o presidente da empresa, Antonio Guetter. "Por isso, participamos de projetos como do Complexo de São Miguel do Gostoso, no Rio Grande do Norte, onde os ventos sopram com mais abundância, para diversificar a matriz energética e garantir retorno para os paranaenses".

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