Valor Econômico
O Ministério Público do Trabalho (MPT) do Rio abriu inquérito para investigar irregularidades na segurança e saúde dos trabalhadores empregados nas obras de construção da usina de aço da multinacional alemã ThyssenKrupp, a Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), em Santa Cruz (RJ). A procuradora do MPT Juliane Monbelli disse ao Valor que foi embargado o canteiro de obras do pier do terminal de embarque tocado pelo consórcio Carioca e a Andrade Gutierrez, porque os operários estavam trabalhando a quatro metros de altura sem cinto de segurança, correndo risco de vida. Até ontem, segundo a procuradora do MPT, o embargo estava em vigor.
De acordo com porta-voz da empresa, 90% das obras da CSA estavam funcionando ontem. O consórcio Carioca e a Andrade Gutierrez estavam ultimando o cumprimento das exigências feitas pelo MPT e pelos auditores fiscais da Superintendência do Ministério do Trabalho, que visitaram a obra da CSA na segunda-feira. A ThyssenKrupp-CSA e as duas construtoras, segundo apurou o Valor, fizeram terça-feira uma visita â Superintendência do Trabalho. Na ocasião, a ThyssenKrupp pediu vistoria permanente nas obras para evitar irregularidades relativas a segurança e saúde dos 15 mil trabalhadores que no momento tocam o projeto. Neste grupo estão incluídos 150 chineses, que constroem a coqueria. A procuradora do MPT disse que a situação destes empregados estrangeiros, incluindo peões e supervisores, estavam em situação regular com autorização do Ministério do Trabalho para trabalharem no Brasil.
O MPT pretende fazer a Thyssen e as empresas por ela contratadas para as diversas unidades do complexo siderúrgico, que inclui além da usina de aço e da coqueria uma usinas térmica, a assinarem um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), comprometendo-se a seguir as exigências da legislação trabalhista sobre condições de segurança dos trabalhadores na obra. Caso contrário, o MPT poderá ajuizar ação civil pública para as empresas responderem na Justiça, além da multa. "O objetivo do MPT é adequar a conduta das empresas imediatamente. A gente quer que eles se ajustem. Vamos chamar a ThyssenKrupp e suas subcontratadas para uma audiência em breve", disse a procuradora Juliane Monbelli, que trabalha no inquérito junto com a procuradora Valéria Sá Carvalho Corrêa.
A assessoria da TKS confirmou informações da matriz de que a entrada em operação da siderúrgica vai ser atrasada entre quatro e seis meses, o que vai encarecer a obra. O investimento saltará de "3 bilhões para 3,7 bilhões de euros". Ao invés de começar a operar em março, a usina que deve produzir 5 milhões de toneladas de placas de aço ao ano para exportação, só deve começar a funcionar no terceiro trimestre do ano que vem. A Vale do Rio Doce tem uma participação de 10% na CSA.
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