Redação/Assessoria
De acordo com dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), o Brasil ocupa a quarta posição no ranking mundial de acidentes de trabalho, atrás apenas de países como China, Índia e Indonésia. Esse ano, no Dia Nacional da Prevenção ao Acidente de Trabalho, 27 de julho, as empresas do país, principalmente os profissionais de segurança e saúde ocupacional (SST), têm uma responsabilidade ainda maior: além de atuarem no combate aos vírus, precisam manter a saúde e os aspectos emocionais de todo o time em dia, minimizando os riscos de ocorrências.
Segundo o levantamento do Observatório Digital de Segurança e Saúde do Trabalho, a cada 3 horas e 40 minutos morre um trabalhador em decorrência de acidentes de serviço. Os números da Previdência Social registram cerca de 700 mil casos de acidentes ocupacionais no país.
Resultantes de diversos fatores, o que ocupa lugar de destaque como causa de acidentes de trabalho é o fator humano, que compreende as características psicossociais do trabalhador, atitudes negativas para com as atividades prevencionistas, aspectos da personalidade, falta de atenção, entre outros comportamentos.
“O que algumas pessoas desconhecem é que os aspectos emocionais estão ligados diretamente à segurança dos colaboradores. Com a incerteza e medo do cenário atual, muitos ficam mais estressados e ansiosos, podendo influenciar no desempenho profissional, na capacidade de concentração, raciocínio e memória, aumentando o risco de acidentes”, explica a psicóloga Nayara Teixeira (foto), gerente técnica na MAPA Avaliações.
Outro aspecto elencado pela especialista é que a ansiedade, medo e o estresse no trabalho também podem levar a problemas comportamentais, incluindo abuso de álcool e drogas. “Alguns transtornos provocam alterações cognitivas e neurofisiológicas, fazendo com que o colaborador apresente certa confusão em relação à realidade, inclusive na diminuição da percepção de risco e perigo iminente, contribuindo para o aumento de risco de acidentes”, ressalta a especialista.
Colaboradores que atuam nos serviços essenciais
Alguns setores da economia são essenciais para a sociedade e não podem parar, são os chamados serviços essenciais. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) ressalta a importância de se aumentar a conscientização sobre a adoção de práticas seguras nos locais de trabalho e o papel que os serviços de segurança e saúde ocupacional desempenham.
“Para esses colaboradores e empresários, a sobrecarga é ainda maior, pois, além da pressão sobre as incertezas mundiais, soma-se o medo de estarem expostos aos riscos no ambiente. Nessas empresas, a equipe de Segurança do Trabalho deve estar ainda mais alinhada e atenta sobre os aspectos físicos e emocionais”, explica a psicóloga da MAPA.
Identificado os riscos por meio de dados
Com o teste MAPA é possível fazer uma avaliação individual de cada colaborador, permitindo considerar suas características e competências de forma contextualizada, bem como os indicadores de risco de acidente. “Com o resultado, conseguimos visualizar, em indicadores, as características pessoais que podem prevenir ou contribuir, em menor ou maior grau, com o envolvimento do colaborador em acidentes”, comenta.
Segundo a psicóloga, os indicadores dizem respeito aos acidentes causados por um comportamento caracterizado como precipitado e/ou negligente, considerados os principais motivos causadores de falha humana. “Além disso, são verificadas estratégias de enfrentamento, que permitem aos colaboradores lidar com as adversidades do trabalho e se proteger da exposição ao risco”, finaliza Nayara.
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