E&P

Negócio de britânica BP na mira da Petrobras

Jornal do Brasil
04/04/2005 00:00
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A Shell Brasil e a Petrobras estão de olho na participação da British Petroleum (BP), do Reino Unido, no bloco de exploração de petróleo e gás BFZ-2, na Foz do Amazonas, no qual são sócias. O presidente da subsidiária brasileira da companhia anglo-holandesa, Vasco Dias, e o gerente corporativo da área de Exploração e Produção da Petrobras, Francisco Nepomuceno, confirmaram que as empresas estudam a divisão da participação da congênere no bloco. Além de sócia no BFZ-2, a Petrobras também divide com a BP o bloco BMFZ-A1, também na Foz do Amazonas.
Nepomuceno revelou que aguarda apenas o resultado da análise geofísica do bloco BFZ-2, prevista para julho, para definir o futuro do negócio. Disse acreditar, porém, que a tendência deverá ser de as duas sócias assumirem a participação da BP. Com relação ao bloco BMFZ-A1, que é dividido apenas com a Petrobras, Nepomuceno avalia como provável a saída dos dois sócios.
O gerente executivo explicou que a Shell e a Petrobras deverão perfurar um novo poço no BFZ-2 provavelmente no próximo ano. Até o fim de 2005, justificou, a sonda que será utilizada nesse trabalho já deverá estar ocupada com a perfuração de novos poços nas Bacias de Santos (dois), Ceará (dois), Barreirinhas, no Maranhão (dois) e Pará-Maranhão (um).
Desde 1998 com o BFZ-2, cuja concessão recebeu na chamada Rodada Zero, que precedeu o primeiro leilão de áreas da Agência Nacional do Petróleo (ANP) em 1999, a BP investiu cerca de US$ 200 milhões na perfuração de três poços nos dois blocos. No ano seguinte, a empresa arrematou o BMFZ-A1, juntamente com a Petrobras. O objetivo da BP, à época, era sagrar-se como a primeira operadora estrangeira a produzir petróleo em fronteira ecológica como a Foz do Amazonas.
Segundo Nepomuceno, embora o BMFZ-A1 deva ser devolvido neste ano, o BFZ-2 ainda deverá receber novos investimentos dos sócios que ficarem, na perfuração de novos poços. De qualquer maneira, o BMFZ-A1 ainda terá seus dados geofísicos reinterpretados, em um trabalho que deverá ser concluído entre maio e julho deste ano, segundo informações da BP e de Nepomuceno.
Embora tenha se negado a dar maiores detalhes dos entendimentos, o presidente da Shell informou que as conversas estão sendo encaminhadas no sentido de um ``rearranjo`` total da configuração da área. Nepomuceno justificou o insucesso nos trabalhos conduzidos até agora, ao lembrar que só foi detectada a presença de gás natural nos blocos perfurados. Segundo o executivo, os altos custos ambiental e logístico dos blocos torna necessária a descoberta de petróleo. Se fosse em uma área de menor risco, justificou, a viabilidade comercial dos blocos seria mais facilmente justificada.
Embora a BP tenha informado que o futuro da divisão de E&P da empresa no Brasil ainda dependa dos trabalhos geofísicos nos dois blocos, os funcionários da própria subsidiária brasileira da companhia britânica já foram comunicados da decisão de dispensa da matriz, no último dia 27 de janeiro, apurou o JB. Segundo informações da própria subsidiária brasileira, qualquer que seja a decisão, a saída da BP se limitaria somente ao setor de E&P, não atingindo, no entanto, a divisão de combustível de aviação (Air BP), lubrificantes (Castrol) e petroquímica. Fontes que preferiram não ser identificadas afirmam que a matriz britânica teria optado, na verdade, por sair definitivamente do Brasil, em favor de outras regiões do mundo como a Rússia e a Ásia.

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