Jornal do Commercio
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) vai pedir investimentos para a ampliação do sistema de transmissão e geração de energia da Região Sul, que hoje enfrenta uma das piores secas de sua história. Atualmente, o Sul vem sendo abastecido em grande parte por energia gerada nas regiões Norte e Sudeste/Centro-Oeste e por térmicas a gás e a carvão. As hidrelétricas da região estão operando no limite mínimo de segurança, com o objetivo de recompor o nível dos reservatórios.
Para o diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, um reforço do sistema elétrico no sul do País poderia garantir maior segurança no abastecimento em períodos de seca, além de permitir ampliação das exportações de energia brasileira para a Argentina. Atualmente, a região é conectada ao resto do Brasil por três troncos de 500 kilovolts (kV), todos saindo do linhão de Itaipu.
Por conta da seca, o sistema está operando praticamente no limite de sua capacidade, com a transferência de 5,2 mil megawatts (MW) médios de energia e picos de 6,4 mil megawatts. A energia importada de outras regiões é hoje responsável pelo abastecimento de 60% do consumo dos estados do sul, que chega a 8,8 mil MW médios. “A gente pode se surpreender com a queda de uma dessas linhas”, comenta Chipp, justificando a necessidade de mais uma linha.
Aproveitando a integração nacional do sistema elétrico, o ONS consegue enviar energia das grandes hidrelétricas do norte do País, que vem sofrendo com fortes enchentes, para enfrentar o péssimo nível de chuvas, que atingiu 15% de sua média histórica nos estados do Sul. As hidrelétricas dessa região estão com 37% de sua capacidade de armazenamento de energia.
emergÊNCIA. A operação de emergência do ONS, que conseguiu interromper a queda do nível das hidrelétricas, contempla ainda a geração em tempo integral da térmica de Araucária, no Paraná, movida a gás natural, e de usinas a carvão no Rio Grande do Sul. Chipp diz que a previsão é que as chuvas comecem a cair em breve - o período chuvoso na região começou em maio - contribuindo para recompor o nível das barragens. Ele sugere, porém, que os novos investimentos poderão garantir maior segurança no futuro.
Além disso, diz que a tendência é de uma necessidade cada vez maior de exportações para a Argentina, que enfrenta problemas no suprimento de gás natural e compra energia brasileira no inverno. Hoje, as exportações para o país vizinho estão limitadas à energia gerada pela térmica Sepé Tiarajú, da Petrobras, que está localizada no Rio Grande do Sul e vem sendo operada a óleo diesel.
Fale Conosco