O acordo é baseado na complementaridade. A Petrobras busca novas fronteiras exploratórias de gás e a Vale busca disponibilidade energética para seus projetos.
A Petrobras e a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) assinaram nesta terça-feira (10/01) um protocolo de entendimentos para identificar e avaliar oportunidades de exploração e produção de gás natural em Moçambique.
O acordo é fundamentado na complementaridade entre os negócios das duas companhias. A Petrobras busca novas fronteiras exploratórias de gás natural, enquanto a CVRD busca disponibilidade de energia para a instalação de plantas de processamento de minério e pólos de atividade siderúrgica na região.
O presidente da Vale, Roger Agnelli, informou, ainda, que a companhia também está aberta a vários modelos de parceria com a Petrobras, inclusive participando no transporte ou na produção de gás. Agnelli ressalta, entretanto, que o objetivo da Vale é ter acesso ao gás para viabilizar os projetos da companhia. "A disponibilidade energética é um aspecto crítico no mundo", comenta.
Para a Petrobras, além do benefício de entrar em um negócio de exploração juntamente com o consumidor das possíveis descobertas, o empreendimento é uma oportunidade de expansão da companhia na região do Leste Africano, onde a empresa já possui uma participação na Tanzânia.
"Temos a possibilidade de ampliar nossa participação em uma área reconhecida como potencial produtora de gás", argumenta o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli.
Segundo Gabrielli, a Petrobras já fez estudos em Moçambique há 15 anos, mas os resultados não se mostraram economicamente viáveis na época. O gerente executivo da área internacional, João Figueira, acrescenta que depois destes estudos, Moçambique já viabilizou alguma exploração e produção de gás e encontrou mercado para o gás natural na África do Sul. O representante da embaixada de Moçambique no Brasil, Agostinho Timana, acrescentou que o país africano tem uma quantidade significativa de gás natural, o que permitiu o investimento em um gasoduto de 900 km até a África do Sul e que permanece a dúvida sobre se o país teria ou não petróleo.
Embora haja perspectivas de o gás natural ser encontrado em Moçambique tanto em terra, quanto águas rasas e profundas, o gerente da Petrobras, informo que ainda será feita a interpretação dos dados sísmicos fornecidos pelo governo moçambicano a partir do qual a Petrobras vai informar as áreas pelas quais tem interesse.
A partir desta manifestação de interesse, o governo de Moçambique decidirá se abre concorrência internacional ou convida a Petrobras para uma negociação direta para aquisição de direito exploratório sobre os blocos considerados atrativos.
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