A Petrobras estuda a construção de um gasoduto que transportará o gás descoberto na Bacia de Santos, no campo gigante de Mexilhão, até o Rio Grande do Sul, Estado que importa 70% da energia elétrica que consome.
Jornal do CommercioA Petrobras estuda a construção de um gasoduto que transportará o gás descoberto na Bacia de Santos, no campo gigante de Mexilhão, até o Rio Grande do Sul, Estado que importa 70% da energia elétrica que consome. De acordo com o planejamento estratégico da estatal, que leva em consideração um crescimento anual de consumo de gás de 14,2%, a produção em Santos será iniciada em 2009. O diretor de Gás e Energia da Petrobras, Ildo Sauer, acredita, porém, que este prazo pode ser encurtado. Eventualmente vamos antecipar a produção, afirmou.
A crise de energia na Argentina inviabilizou a conclusão do gasoduto de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul. O projeto, que envolve a Petrobras e outras empresas, tem o objetivo de atender a parte da demanda de combustíveis e fornecer energia elétrica ao Estado. Uma cláusula de exclusividade assinada pelas empresas participantes impede, porém, que a Petrobras ou qualquer dos outros sócios possa transportar gás no Rio Grande do Sul em outro projeto, sem a concordância de todos os parceiros.
O acordo envolve a Gaspetro (subsidiária da Petrobras do setor de gás natural), Ipiranga (brasileira), Repsol YPF (hispano-argentina), Total Fina (francesa), Tecgas NV-Techint (argentina) e Nova Gás Internacional (canadense).
"Lamentavelmente esta cláusula existe", admitiu Sauer. Ele salienta, porém, que isto não chega a pôr em risco o projeto da estatal de levar o gás descoberto em Santos, no Campo de Mexilhão, ao Rio Grande do Sul, já que o acordo, assinado em novembro de 1999, termina em dezembro de 2005.
Segundo Sauer, a antecipação de produção vai depender de contratos futuros de consumo. Parte do Campo de Mexilhão já teve declarada sua viabilidade comercial mas, por enquanto, o suprimento do consumo pode ser feito com os projetos em andamento, segundo avaliação da direção da Petrobras.
"O crescimento da demanda por gás até 2010 é realmente expressivo. Mas não podemos esquecer que o planejamento estratégico sofrerá revisões anuais. No momento, consideramos suficiente o abastecimento com o gás do Espírito Santo, Macaé, Nordeste, Urucu e, principalmente, o importado da Bolívia", diz Sauer.
O gasoduto Uruguaiana-Porto Alegre, com 615 quilômetros de extensão, pretendia fazer a interconexão das principais bacias de gás natural do Brasil, da Argentina e da Bolívia, garantindo o fornecimento de um combustível econômico e com baixa emissão de poluentes nas regiões Sul e Sudeste do País. A área de influência do gasoduto abrangia, aproximadamente, 23 municípios brasileiros, atravessando o Estado do Rio Grande do Sul. "Agora a Argentina não tem gás nem para seu próprio consumo. Como esperar a importação para o Brasil?", comentou Sauer.
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