Gás natural

PL do novo mercado de gás corre risco de ser inócuo, alerta associação das distribuidoras, diz Abegás

Redação/Assessoria
14/08/2020 13:13
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A discussão sobre o novo mercado de gás natural ganhou força com o regime de urgência aprovado no fim de julho na Câmara. O governo diz que o projeto vai destravar investimentos no setor, embalados pelo aumento da produção do pré-sal. Mas a Abegás, associação que reúne as distribuidoras de gás, defende mudanças no texto. Na visão das empresas, faltam diretrizes claras para aumentar a demanda. A reclamação é que o PL pode se tornar inócuo se for aprovado da forma como está.

Marcelo Mendonça, diretor de estratégia da Abegás, explica que o mercado vai acompanhar o desenvolvimento da demanda. E o texto em tramitação seria pouco efetivo nesse ponto porque é redundante confirma regras que já existem. Hoje as produtoras reinjetam nos poços grande parte do gás natural porque não têm mercado. Para mudar isso, Mendonça defende a inclusão de algumas políticas de estados no PL.

InstitucionalO maior consumo de gás natural no país é na geração de energia e, atualmente, as térmicas são acionadas quando há necessidade. A Abegás defende que as usinas entrem na base do sistema elétrico, operando de forma contínua. Seria também uma garantia para o sistema. Nos últimos anos, aumentou a participação das energias eólica e solar, cuja geração varia de acordo com a luz do sol e o regime de ventos. As hidrelétricas mais novas, sem grandes represas, também têm uma produção pouco regular, que depende da vazão dos rios. Outra sugestão para o PL é que as térmicas sejam construídas no interior do país, próximas aos centros comunitários. Isso levaria ao investimento em gasodutos, obras de infraestrutura que geram muitos empregos, e reduziria a perda de energia na transmissão. Hoje as usinas ficam próximas ao litoral, de onde chega o gás natural.

A Associação tenta convencer os parlamentares a popularizar o gás natural como combustível de veículos pesados. Essa tecnologia já existe no país, mas a grande maioria dos ônibus e caminhões consome diesel. O Brasil importa algo como US$ 7 bilhões por ano desse combustível, tratado como vilão da qualidade do ar nas grandes cidades; o gás natural polui menos. Pelo cálculo da Abegás, caso o país converta todo o consumo de diesel, o aumento na demanda por gás natural seria equivalente a toda a capacidade do Gasoduto Brasil-Bolívia, que hoje atende o Sudeste e o Sul do Brasil.

O Novo Mercado de Gás foi apresentado pelo governo como um caminho para o crescimento da economia porque o potencial da produção do pré-sal é realmente grande e ela precisa ser escoada. Mas falta a demanda pelo combustível. Sem a viabilidade comercial, as produtoras hoje reinjetam o equivalente a três vezes a capacidade do gasoduto Rota 3, que a Petrobras está construindo do mar até o Comperj, no Rio. A Abegás tem usado uma analogia para explicar a situação: é como se o país, com problemas de dinheiro e emprego, estivesse guardando dinheiro debaixo do colchão. A estratégia não resolver os problemas. E ainda há o risco de a moeda mudar, porque o mundo está buscando energias mais limpas.

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