Valor Econômico
O aumento de 15% no preço do óleo diesel vai influenciar no preço do frete das empresas de transporte de cargas e pode impactar outros custos industriais, afetando a inflação no atacado. Ao consumidor, contudo, o efeito nos índices de preços será quase nulo, pois o combustível (por ser pouco usado em carros de passeio) nem entra em alguns cálculos de índices de preço.
Na previsão do vice-presidente da Confederação Nacional do Transporte (CNT), Nilton Gibson, o reajuste do frete deve variar entre 3% e 4%. Ele prevê que o maior impacto será no transporte de grãos, devido à carência de infra-estrutura nas estradas. Para o restante da safra que, segundo o vice-presidente da CNT, vive um bom momento, o reajuste não será imediato. "Será repassado, mas não de imediato, será feita uma negociação entre a empresa e o cliente".
O economista André Braz, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), considera prematuro estimar o impacto do reajuste de 15% do óleo diesel na inflação. O percentual de aumento é para o combustível que sai das refinarias. Nas bombas, a alta foi estimada em 8%.
Outro fator enumerado pelo economista, para a prudência nas estimativas de impacto na inflação, é o fato da frota de carros a diesel ser pequena no caso dos carros de passeio. O economista da FGV acredita, no entanto, que o reajuste do diesel poderá ter um efeito maior no atacado. O diesel tem peso de 2,5% no Índice de Preços por Atacado (IPA), da FGV. "Para qualquer ponto percentual de aumento do diesel no atacado, o reflexo no IPA é em torno de 0,03 ponto percentual. Então, para o IPA, sim, a variação no preço dos combustíveis deve ter um impacto mais expressivo", disse André Braz.
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