Capacidade e flexibilidade de usinas despacháveis são necessárias ao atendimento à demanda crescente por energia.
Redação TN Petróleo/Assessoria CopelEm apresentação ao Conselho de Administração da Copel (CAD), nesta quarta-feira (3/9), o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Thiago Guilherme Ferreira Prado, apontou a capacidade e a flexibilidade na geração e distribuição de energia como desafios para o atendimento às demandas crescentes do setor energético nacional.
“O desafio é ter flexibilidade. É ter usinas despacháveis. Usinas que, quando precisarmos chamar para gerar, estejam disponíveis rapidamente, porque pode parar de ventar subitamente, ou ter uma nuvem sobre a radiação solar. São mudanças climatológicas rápidas que afetam a geração renovável variável e você precisa ter recursos para contrabalancear isso, com agilidade. E a tecnologia da hidroeletricidade atende muito bem a esse problema”, afirma o presidente da EPE, ligada ao Ministério das Minas e Energia.
Segundo Prado, a reserva de capacidade energética é fator relevante neste contexto. O último leilão promovido pelo Ministério das Minas e Energia foi feito em 2021 e há outro previsto para 2026. “O Leilão de Reserva de Capacidade é um processo competitivo muito importante. Dentro do Plano Decenal da EPE, a gente identifica a necessidade crescente, todos os anos, de agregar capacidade na rede para atender aos requisitos do sistema”, observa.
Para o presidente do Conselho de Admnistração da Copel, Marcel Martins Malczewski, a palestra do presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) “trouxe um excelente resumo da realidade atual e do que temos pela frente no setor elétrico”.
De acordo com o presidente da EPE, das duas consultas públicas em andamento pelo Ministério das Minas e Energia, em uma delas já foi identificado um produto específico para a hidroeletricidade, como forma de dar oportunidade a usinas que tenham poços, sem máquinas instaladas, e que estejam dispostas a comercializar potência no leilão. É o caso da Copel, que possui capacidade de ampliação das suas usinas de Foz do Areia e Segredo.
“São usinas que foram construídas com a visão de suprir energeticamente o sistema. Como o problema agora é outro, queremos atender capacidade e ter potência, faz sentido instalar novas máquinas nas usinas que já existem. É um produto oportuno, que casa bem com a necessidade do sistema. Temos mais de 7 Gigawatts de usinas nessa condição e a nossa expectativa é que tenha bastante concorrência nesse produto no leilão”.
Prestadora de serviços de estudos e pesquisas ao Ministério de Minas e Energia (MME), para subsidiar o planejamento do setor energético, a EPE é responsável pelo Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) que traz uma visão integrada e as perspectivas da expansão do setor de energia para o período de 2026 a 2035.
Potencial de novas usinas hidrelétricas
Segundo Thiago Guilherme Ferreira Prado, estudos da EPE apontam que há 12 GW de potencial hidrelétrico, que não afetam terras indígenas, unidades de conservação e populações tradicionais que possam ser desenvolvidos.
“São usinas que podem ser construídas. Também identificamos oportunidades para usinas hidrelétricas reversíveis, que podem ser construídas em ciclo fechado, em que você escolhe o local dos reservatórios e tem flexibilidade locacional. Podemos fazer essas usinas de ciclo fechado no Nordeste, por exemplo, onde está tendo curtailment ou restrições energéticas. Você pode atender à rampa absorvendo a energia quando é gerada e não tem carga para consumir. Pego essa energia, bombeio água de um reservatório para outro e turbino ela para fazer a rampa ou a ponta”, explica.
Thiago Guilherme Ferreira Prado fez uma avaliação positiva da reunião com o Conselho de Administração da Copel. “O CAD quis ouvir a visão de futuro da EPE para o setor eletro-energético. Mostramos um pouco da visão dos próximos 10 anos e alguns pontos do Plano Nacional de Energia (PNE 2055), que está em desenvolvimento com um olhar ao Brasil para os próximos 30 anos, e no qual estão contemplados compromissos pela neutralidade de carbono e a introdução de novas tecnologias”.
Ao final da reunião do Conselho de Administração (CAD) da Copel, o presidente da companhia, Daniel Slaviero, agradeceu ao palestrante, que pontuou a geração hídrica para o atendimento às demandas por energia. “Agradeço ao Thiago Guilherme Ferreira Prado pela excelente apresentação. Sei que ele é muito sensível à valorização da geração hídrica, o principal ativo nacional no LRCAP”.
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