Cabotagem

Problemas dos portos estão fora do cais, avalia Maersk

O diretor-geral no Brasil do armador Maersk Line, Peter Gyde, afirmou que o país não  precisa de mais portos, mas, sim, de acessos para conseguir entrar e sair deles, incentivo  à cabotagem e menos burocracia. A controladora da Maersk Line, a A. P. Maersk-Moller, &nbsp

Valor Econômico
16/08/2013 10:10
Visualizações: 845
O diretor-geral no Brasil do armador Maersk Line, Peter Gyde, afirmou que o país não  precisa de mais portos, mas, sim, de acessos para conseguir entrar e sair deles, incentivo  à cabotagem e menos burocracia. A controladora da Maersk Line, a A. P. Maersk-Moller,  compilou dados recentes para mostrar como hoje o principal problema dos portos está fora do cais.
 
 
Especificamente sobre o porto paulista de Santos, os tempos permanência dos navios estão  aumentando por conta, principalmente, das dificuldades de acesso, avalia o executivo.
 
 
O tempo médio de espera de um navio de contêiner para atracar aumentou 166% nos últimos dez  anos, chegando a 16 horas no ano passado. No mesmo período, o tempo médio total da estadia  do navio no porto, contando a espera para atracar e o tempo de operação no cais, subiu  34,6%, para 35 horas. Os números são da Agência Nacional de Transportes Aquaviários  (Antaq).
 
 
"Podemos investir em navios, nos terminais, mas isso não vai resolver o problema. Estamos  tentando incentivar os interessados a participar de um debate público, porque no final do  dia, isso está prejudicando o crescimento, os funcionários e os consumidores", disse o executivo.
 

Segundo dados da empresa, o custo do transporte rodoviário de Mato Grosso até Santos é  entre 25% a 40% mais caro do que para Paranaguá (PR), por exemplo. "Está evidente que o  grande gargalo está fora do porto, estamos sentindo pressão muito grande tanto para chegar  quanto para sair com a carga", afirmou o diretor comercial do armador no Brasil, Mario  Veraldo. "O que ampliou o caos não foi o aumento expressivo de volume, mas o aumento dos  caminhões represados", completou. A Maersk não soube mensurar os custos disso.

 
Nos últimos dois meses, houve navios que esperaram até 72 horas para atracar, mesmo tendo  janela de atracação - contrato com o terminal para atracar em determinado dia. "O que  estava ruim, piorou", disse Veraldo.

 
Nos últimos dois meses, houve navios que esperaram até 72 horas para atracar, mesmo com  janela de atracação

 
No caso do armador, o problema é que não há como desviar os grandes navios para outros  portos porque nem todos têm calados operacionais capazes a receber as embarcações. Santos  continua, assim, sendo um porto considerado imprescindível para descarregar parte da carga  antes de o navio seguir viagem.
 
 
A Maersk Line realiza um trabalho junto aos embarcadores para pulverizar a carga entre  caminhão, trem e cabotagem. Os custos de transporte terrestre podem ser reduzidos pelo uso  de soluções intermodais, de 16% a 20% mais econômicas. Mas a solução definitiva, admite  Veraldo, passa pela definição clara de um plano de infraestrutura de acesso ao porto de  curto, médio e longo prazos.
 
 
O porto de Santos vem batendo seguidos recordes de movimentação. Nos últimos 20 anos o  volume mais que triplicou, mas as duas margens do porto (Santos e Guarujá) continuam tendo,  cada qual, uma única entrada para carretas.

 
Dentro do porto, a segregação completa entre a linha férrea e a via de caminhões ainda  depende do fim da obra das avenidas perimetrais, que constam do PAC e estão atrasadas.

 
O ministro dos Portos, Leônidas Cristino, concorda que pouco adiantará aumentar a  capacidade e os ganhos de produtividade no cais se os acessos não melhorarem. O governo  federal está se reunindo com o governo do Estado de São Paulo (responsável pelos acessos terrestres) e com as prefeituras de Cubatão, Santos e Guarujá para definir saídas. "Há  vários projetos interessantes, de acessos, viadutos, alargamentos. Vamos trabalhar para  avançar", disse o ministro.

 
A A.P Moller-Maersk é um conglomerado dinamarquês de navegação e operação portuária, entre  outras empresas, que está expandindo a atuação no Brasil. Um programa de investimentos  iniciado em 2008 prevê aportes de US$ 6 bilhões, entre novas embarcações dedicadas aos  tráfegos internacionais com o país e a BTP, um novo terminal de contêineres. O terminal é  uma parceria da subsidiária APM Terminals com outro operador de terminais, a TIL.
Mais Lidas De Hoje
veja Também
COP30
Setor de biocombustíveis lança Carta de Belém na COP30 e...
17/11/25
COP30
Caminhão 100% a biodiesel cruza o Brasil rumo à COP30 e ...
17/11/25
Gás Natural
Decisão da ANP sobre revisão tarifária de transporte vai...
17/11/25
COP30
Inovação com coco de piaçava em usina de biodiesel na Ba...
17/11/25
COP30
Alerta na COP30: sem eletrificação, indústria não cumpri...
17/11/25
Etanol
Hidratado e anidro fecham a semana valorizados
17/11/25
COP30
Setor de óleo e gás usa tecnologia para acelerar a desca...
15/11/25
COP30
Encontro promovido pelas distribuidoras de energia elétr...
15/11/25
COP30
Fórum do IBP debate novas tecnologias e desafios na insp...
14/11/25
Apoio Offshore
Svitzer Copacabana chega para fortalecer operações de GN...
14/11/25
BRANDED CONTENT
Merax, 20 anos de confiança em soluções que movem o seto...
14/11/25
Mossoró Oil & Gas Energy 2025
Mossoró Oil & Gas Energy terá debates estratégicos em 10...
14/11/25
COP30
IBP promove painéis sobre descarbonização, metas globais...
14/11/25
Eólica Offshore
Japão e Sindienergia-RS: em visita a Porto Alegre, embai...
14/11/25
Bacia de Campos
Novo prazo de recebimento de propostas para o FPSO do pr...
14/11/25
Royalties
Participação especial: valores referentes à produção do ...
14/11/25
COP30
Indústria brasileira de O&> atinge padrões de excelência...
14/11/25
Pré-Sal
União aumenta sua participação na Jazida Compartilhada d...
14/11/25
COP30
Líderes e negociadores da COP30 receberão cartas de 90 a...
13/11/25
Energia Elétrica
Projeto Meta II: CCEE e PSR apresentam proposta para mod...
13/11/25
COP30
ANP participa do evento e avança em medidas para a trans...
13/11/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.