Valor Econômico
A usina siderúrgica que a Gerdau planeja erguer em Pernambuco receberá investimentos de US$ 600 milhões para a produção de 1 milhão de toneladas de vergalhões por ano. O anúncio foi feito pelo governador Eduardo Campos (PSB) ontem durante o evento de inauguração de uma indústria da fabricante de bebidas Campari no porto de Suape, a 40 quilômetros do Recife.
Segundo Campos, representantes da empresa estiveram no Estado neste mês escolhendo uma área de 150 hectares para instalar a nova fábrica. O terreno é 50 hectares maior do que aquele inicialmente solicitado pela companhia que já opera no Estado com uma unidade também de aços longos - a Açonorte.
Em agosto, durante teleconferência para a divulgação de seus resultados financeiros trimestrais, o presidente da Gerdau, André Gerdau Johannpeter, anunciou a construção de duas novas usinas, sendo uma em Pernambuco e outra na Espanha. Na ocasião, a empresa informou que iria investir na unidade pernambucana US$ 400 milhões até 2011 para produzir 500 mil toneladas de aço por ano a partir de sucata, com possibilidade de expansão para 1 milhão de toneladas.
Procurada ontem pelo Valor, a Gerdau - segunda maior fabricante de aço bruto no país (longos e especiais), atrás do grupo ArcelorMittal (aços longos, planos e inox) - informou que existe um projeto para a instalação de uma nova usina em Pernambuco. Não confirmou, entretanto, os números divulgados pelo governador. Segundo a companhia, o investimento previsto é de US$ 400 milhões.
Sobre a capacidade instalada de produção, a empresa informou que ainda está realizando estudos para determiná-la.
Hoje, a Açonorte, que também produz vergalhões, tem uma unidade industrial apta a fazer 150 mil toneladas por ano.
O projeto da Gerdau não é o único previsto para os próximos anos em Pernambuco. Em junho, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) anunciou que pretende investir a partir de meados de 2009 até US$ 6 bilhões em uma usina com capacidade para processar até 3,5 milhões de toneladas de aço por ano em Suape.
A primeira fase do projeto, que tem seis anos de duração, prevê a fabricação de 500 mil de toneladas por ano de aços longos, segmento dominado por Gerdau, ArcelorMittal e Votorantim. O aço da CSN será voltado para fabricação de parafusos, telas e vergalhões.
O principal imã para a instalação de novas plantas siderúrgicas no Nordeste tem sido o consumo da própria região, principalmente de produtos voltados para a construção civil. Do lado imobiliário, o setor tem recebido impulso com as parcerias que estão sendo firmadas entre incorporadoras nordestinas e do Sudeste. Além disso, vários empreendimentos de grande porte estão sendo erguidos no Nordeste, refinarias da Petrobras e fábricas da Perdigão e da Sadia.
A compra de itens siderúrgicos na região, entretanto, não tem ficado restrita a itens da construção civil. Neste mês, entraram em funcionamento, por exemplo, dois projetos que demandam muito aço: o estaleiro Atlântico Sul e a fabricante de aerogeradores Impsa.
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