Gazeta Mercantil
Companhia de Gás de Santa Catarina (SC Gás) apresenta no próximo dia 5 de março, em Lages, a maior cidade do Planalto Serrano, o projeto Gasoduto da Serra Catarinense. Terá 208 quilômetros e será o maior em extensão de rede de distribuição da empresa, que hoje possui 760 quilômetros. Sairá de Indaial, no Médio Vale do Itajaí, e passará por 22 municípios. O presidente da SC Gás, Ivan Ranzolin, afirma que o projeto foi orçado em R$ 180 milhões e que uma assembléia geral para viabilizar os recursos está agendada para o dia 27 de março entre a Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc) e os demais sócios da companhia. A estatal Celesc possui 17% do capital total da empresa, a Gaspetro e a Mitsui Gás participam com 41% cada e a Infragas 1%.
Ranzolin afirma que a SC Gás pretende com o novo traçado do gasoduto atender as fábricas do setor de papel e celulose instaladas na região, que contempla os municípios de Rio do Sul, Otacílio Costa e Correia Pinto. "Temos um pré-contrato assinado com a Klabin, de 140 mil metros cúbicos/dia", diz. O Gasoduto da Serra está previsto para entrar em funcionamento em 2011. Em outubro de 2008, a companhia catarinense vai desembolsar R$ 20 milhões para iniciar a obra.
"A SC Gás pode expandir muito suas atividades e tem pressa de ampliar a clientela", diz o presidente Ivan Ranzolin. O contrato de consumo com a Petrobras – o take or pay - é de 2 milhões de metros cúbicos/dia até 2019, mas a demanda atual é de 1,62 milhão de metro cúbico/dia. "Cada mil metro cúbico vendido a mais é lucro para a companhia", pondera. A previsão é que em 2011 a demanda alcance este volume no estado, de 2 milhões m3/dia. Depois disso, a companhia conta com a entrada do gás que deverá ser explorado junto com o petróleo na Plataforma da Petrobras na Bacia de Santos-Sul, que está a 150 quilômetros da costa catarinense.
Este projeto foi apresentado à Petrobras há quatro meses e inclui a construção de um gasoduto em São Francisco do Sul. Ranzolin diz que esta plataforma queima gás diariamente e que de lá podem ser extraídos 2 milhões de m3/dia, suficiente para resolver o problema dos três estados do Sul, hoje dependentes do insumo vindo da Bolívia. "Temos os ramais para distribuir o gás para o Rio Grande do Sul e Paraná", afirma o presidente.
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