COP30
Redação TN Petróleo/Assessoria IBP
O desenvolvimento de soluções tecnológicas aliada à integração entre os diversos atores da cadeia de óleo e gás foi um dos caminhos apresentados nesta sexta-feira, 14/11, no painel "Colaborando para Acelerar a Descarbonização na Indústria de Óleo e Gás", na COP30, em Belém. O presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), Roberto Ardenghy (foto), destacou na abertura do debate que a indústria brasileira já opera na fronteira tecnológica da mitigação de emissões, com destaque para o desenvolvimento de soluções inovadoras que ganham relevância internacional.
Promovido pelo presidente da COP 30, André Corrêa do Lago, o painel reuniu lideranças globais do setor energético para discutir caminhos concretos de redução das emissões. Para Ardenghy, a descarbonização é uma das principais linhas de trabalho para atingir números significativos de redução das emissões. "Aqui na COP, chamamos isso de roadmap. O setor vive um momento em que compromisso, tecnologia e escala precisam caminhar juntos para produzir resultados palpáveis", afirmou.
O presidente do IBP reforçou que a indústria brasileira já opera na fronteira tecnológica da mitigação de emissões, com destaque para o desenvolvimento de soluções inovadoras que ganham relevância internacional. Ardenghy ressaltou ainda que a discussão climática não pode ignorar a realidade das emissões globais. Citou o exemplo do Turcomenistão, país cuja emissão anual por metano chega a 50 milhões de toneladas de CO₂ equivalente, enquanto o Brasil opera em torno de 2 milhões, em um contraste que revela a assimetria entre nações e a necessidade de mecanismos de transferência de tecnologia. "Como convencer o Turcomenistão a reduzir? Talvez oferecendo a ele uma solução tecnológica que ainda não utiliza para melhorar sua eficiência e diminuir emissões. É disso que se trata colaborar", afirmou.
Patrick Pouyanné, CEO da TotalEnergies, reforçou a necessidade da transferência de tecnologia. "Se a tecnologia existe, mas não circula, ela não resolve o problema climático". Já o diretor global de Energia e Extrativas do Banco Mundial, Demetrios Papathanasiou, lembrou que a transição energética exige uma convergência inédita entre políticas públicas, financiamento e capacidade industrial. "A velocidade da descarbonização global depende da nossa habilidade de reduzir custos e ampliar o acesso a essas soluções", afirmou.
O secretário de Petróleo, Gás e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, Renato Dutra, reforçou o compromisso do país na agenda de descarbonização e ressaltou que o Brasil atua no processo de transição com vantagens estruturais. "O Brasil combina uma indústria madura com uma matriz energética já mais limpa, o que nos permite inovar mais rápido", disse.
Viviana Coelho, gerente executiva de Mudanças Climáticas da Petrobras, mostrou que o setor privado vem implementando ferramentas e tecnologias para descarbonizar e sintetizou o desafio interno da indústria, dizendo que "é preciso reduzir emissões enquanto continuamos entregando energia em escala".
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