A Superintendência do Porto do Rio Grande (SUPRG) inicia, nesta semana, uma dragagem emergencial no canal de acesso ao porto. A draga Kaishuu, da empresa Jan de Nul, chegou a Rio Grande no dia 2 de dezembro. O volume a ser dragado é de 1,6 milhão de m³ e a previsão é de que o serviço tenha duração de dois meses. O investimento é de R$ 22 milhões.
De acordo com o superintendente do porto, Dirceu Lopes, a realização da dragagem irá garantir as condições de navegabilidade, mantendo a profundidade do canal de acesso. "Temos o compromisso com a comunidade portuária de assegurar as melhores condições operacionais. O complexo portuário tem que estar permanentemente apto a receber os grandes navios, que são cada vez mais frequentes em Rio Grande", avaliou.
A área a ser dragada abrange do cais norte do Porto Novo até a boia 1, que fica a 12 km de distância da entrada dos Molhes da Barra. Com a grande quantidade de dias chuvosos no estado, a água das chuvas é escoada pela Lagoa dos Patos até o canal de acesso ao porto, o que leva a um acúmulo de sedimentos e, consequentemente, ao assoreamento do canal. No momento, a draga Kaishuu está fundeada na área Eco.
Responsabilidade ambiental
De acordo com o chefe da Divisão de Meio Ambiente, Saúde e Segurança (DMASS/SUPRG), Alexandre Caldeirão Carvalho, é importante salientar que a realização da dragagem possui autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A Superintendência solicita ao órgão ambiental uma aprovação prévia do local de descarte dos sedimentos de dragagem. Além disso, uma equipe da DMASS realiza semanalmente uma amostragem do material que está sendo dragado, de acordo com o programa estabelecido e aprovado pelo Ibama, e outra equipe técnica da SUPRG acompanha a dragagem em período integral.
Acúmulo de lama na praia do Cassino
O chefe da DMASS também destaca a ocorrência no balneário Cassino, no último final de semana, de lama na beira da praia. Carvalho destaca que este acontecimento trata-se de um processo natural de formação de um bolsão de lama. "Dependendo das condições climáticas, dos ventos, das correntes e das chuvas, essa lama é liberada na beira da praia. Este é um acontecimento mais comum nos anos em que há maior incidência de chuvas".
Entretanto, segundo ele, "é fundamental esclarecer que a dragagem ainda não iniciou no canal de acesso ao porto. Portanto, nota-se que não há uma relação direta entre a dragagem e a lama na praia".