Reuters, 14/01/2021
Autoridades venezuelanas se reuniram nos últimos meses com pequenas empresas locais que atuam em campos de petróleo para propor que elas passem a operar campos pertencentes à estatal PDVSA, embolsando parte dos lucros, segundo seis pessoas com conhecimento das negociações.
As conversas indicam que o presidente Nicolás Maduro, que enfrenta um colapso na produção de petróleo e sanções impostas pelos Estados Unidos na tentativa de retirá-lo do poder, busca atrair investimentos para o país com ofertas de termos mais atrativos dos que os vistos em um plano de 2018 que recuou em alguns termos da política nacionalista para o setor.
Não ficou claro se alguma companhia de fato assinou os contratos em discussão. Qualquer tentativa de abertura ao setor privado na Venezuela enfrenta diversos obstáculos, incluindo a cautela de empresas em atuar com a PDVSA após anos de atrasos em pagamentos e em meio às sanções aplicadas pelos EUA.
Até o momento, as empresas que demonstraram interesse nos novos acordos são relativamente pequenas —entre elas, estão a S&B Terra Marine Services, com sede próxima ao lago Maracaibo, no oeste da Venezuela, e a Arco Services, sediada no Estado de Monagas, de acordo com três das fontes, que falaram sob condição de anonimato.
Nenhuma das empresas respondeu a pedidos de comentários, assim como a PDVSA e o Ministério do Petróleo da Venezuela.
O governo aprovou recentemente uma lei “anti-bloqueio”, que permite que acordos no setor de petróleo possam ser assinados sob sigilo, devido ao risco de sanções. Além disso, membros do partido socialista — que recentemente obteve controle da Assembleia Nacional em votação que tem sido questionada — prometeram reformas legislativas para permitir uma maior participação privada na indústria petrolífera do país.
“Nosso objetivo é aumentar a produção para 1,5 milhão de barris por dia (bpd) com novos mecanismos de produção, financiamento e comercialização”, disse Maduro na noite de terça-feira, em discurso anual à Assembleia Nacional, sem fornecer detalhes.
Isso faria com que os níveis de produção voltassem aos vistos em 2018, após uma queda para apenas 434 mil bpd em novembro.
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