Opinião

BNDES: Brasil precisa avançar muito em inovação

Redação TN/ Ascom Anpei
29/04/2014 21:07
BNDES: Brasil precisa avançar muito em inovação Imagem: Divulgação Visualizações: 377

 

Apesar do amadurecimento do sistema nacional de ciência, tecnologia e inovação, o Brasil precisa avançar muito ainda se quiser se tornar um ator de peso em inovação no mercado internacional. O País ainda tem debilidades, mas pode aproveitar seus pontos fortes para explorar as várias oportunidades que o desenvolvimento tecnológico vem gerando em termos de novos negócios, de forma a exercer um papel de protagonismo no mundo global.
Essas foram as posições apresentadas por Luciano Coutinho, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), durante a 14ª Conferência Anpei, evento realizado nesta segunda e terça-feira, em São Paulo.
Coutinho fez um breve histórico sobre a evolução da economia brasileira dos anos 1980, marcados pela crise da dívida externa, alta inflação e instabilidade, para o período atual. Após a conquista da estabilidade da moeda com o Plano Real, em 1994, o Brasil ainda passou por um período crítico até, pelo menos, o começo dos anos 2000. Em seu relato, o presidente do BNDES destacou que, nesse período, o sistema nacional de ciência, tecnologia e inovação foi amadurecendo, com os empresários se engajando cada vez mais nas atividades de inovação, até chegar ao atual estágio de atração de centros de pesquisa de grandes empresas para o País.
"Uma das nossas debilidades é que não pudemos desenvolver no Brasil uma base de indústrias de tecnologia de informação e comunicação, especialmente software e serviços, que são o principal motor de inovação no complexo empresarial", apontou. Além disso, segundo ele é possível identificar, no mercado global, um grupo de seis ou sete setores em que o ciclo de inovação é rápido. "Esses setores são relativamente pequenos no Brasil, onde há um peso maior dos segmentos mais intensivo em escala [de produção] e onde peso relativo da inovação é menor", disse. "Há um problema de configuração das indústrias que se somou ao cenário da crise. Isso explica o Brasil ter 0,5% do gasto privado em inovação em proporção ao Produto Interno Bruto (PIB)", prosseguiu.
Para o economista, o Brasil vive um momento privilegiado, já que a economia tem seus fundamentos preservados, o que permite o desenho de estratégias de longo prazo. "Isso está em nossas mãos e precisamos fazê-lo em um momento no qual a crise acirrou a concorrência e também porque, não obstante a crise, muitas das principais economias emergentes e desenvolvidas tiveram uma compreensão estratégica do papel da inovação. Os países que assim o fizeram, ao invés de recuar, avançam no engajamento", analisou.
Para ele, diversas oportunidades estão se abrindo. Ele citou a forte aceleração tecnológica em vários campos, como a explosão da telefonia móvel, dos sistemas wireless, dos aparelhos de processamento baratos e diversificados, o potencial da microeletrônica, a nova sociabilidade promovida pela internet e a internet das coisas (em que pequenos artefatos, sensores e chips emissores de radiofrequência permitirão a automação de objetos diversos), sistemas de smart grids, gerenciamento de grandes bancos de dados, além das transformações no campo das ciências da vida, da saúde, com novas aplicações.
"Os sistemas de infraestrutura e de informação vão mudar o paradigma, e nesses momentos surgem janelas de oportunidade. Precisamos pensar em como o Brasil pode capturar alguns desses processos", destacou. Para isso, Coutinho defendeu que o Brasil utilize seus vetores competitivos, como a capacidade de explorar petróleo em águas profundas e inovações para o agronegócio. "Vejo mais oportunidades do que riscos. O risco que corremos é o da inação, da 04:19 28/04/2014apontou.
"Temos capacidade de avançar, de coordenar políticas", prosseguiu. Ele citou como exemplo positivo o Plano Inova Empresa. Dos R$ 32 bilhões para investimento até final de 2014, R$ 16 bilhões já foram contratados. "Ainda que os instrumentos tenham de ser aperfeiçoados, o setor privado está respondendo de maneira ativa, o que, tenho certeza, vai gerar uma mudança de quadro nas próximas edições da Pintec", destacou. "Tenho convicção e confiança de que não há nada no Brasil e em seu sistema empresarial e de ciência e tecnologia que nos impeça de galgar um lugar competitivo no mundo", encerrou.

Apesar do amadurecimento do sistema nacional de ciência, tecnologia e inovação, o Brasil precisa avançar muito ainda se quiser se tornar um ator de peso em inovação no mercado internacional. O País ainda tem debilidades, mas pode aproveitar seus pontos fortes para explorar as várias oportunidades que o desenvolvimento tecnológico vem gerando em termos de novos negócios, de forma a exercer um papel de protagonismo no mundo global.

Essas foram as posições apresentadas por Luciano Coutinho, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), durante a 14ª Conferência Anpei, evento realizado nesta segunda e terça-feira, em São Paulo.

Coutinho fez um breve histórico sobre a evolução da economia brasileira dos anos 1980, marcados pela crise da dívida externa, alta inflação e instabilidade, para o período atual. Após a conquista da estabilidade da moeda com o Plano Real, em 1994, o Brasil ainda passou por um período crítico até, pelo menos, o começo dos anos 2000. Em seu relato, o presidente do BNDES destacou que, nesse período, o sistema nacional de ciência, tecnologia e inovação foi amadurecendo, com os empresários se engajando cada vez mais nas atividades de inovação, até chegar ao atual estágio de atração de centros de pesquisa de grandes empresas para o País.

"Uma das nossas debilidades é que não pudemos desenvolver no Brasil uma base de indústrias de tecnologia de informação e comunicação, especialmente software e serviços, que são o principal motor de inovação no complexo empresarial", apontou. Além disso, segundo ele é possível identificar, no mercado global, um grupo de seis ou sete setores em que o ciclo de inovação é rápido. "Esses setores são relativamente pequenos no Brasil, onde há um peso maior dos segmentos mais intensivo em escala [de produção] e onde peso relativo da inovação é menor", disse. "Há um problema de configuração das indústrias que se somou ao cenário da crise. Isso explica o Brasil ter 0,5% do gasto privado em inovação em proporção ao Produto Interno Bruto (PIB)", prosseguiu.

Para o economista, o Brasil vive um momento privilegiado, já que a economia tem seus fundamentos preservados, o que permite o desenho de estratégias de longo prazo. "Isso está em nossas mãos e precisamos fazê-lo em um momento no qual a crise acirrou a concorrência e também porque, não obstante a crise, muitas das principais economias emergentes e desenvolvidas tiveram uma compreensão estratégica do papel da inovação. Os países que assim o fizeram, ao invés de recuar, avançam no engajamento", analisou.

Para ele, diversas oportunidades estão se abrindo. Ele citou a forte aceleração tecnológica em vários campos, como a explosão da telefonia móvel, dos sistemas wireless, dos aparelhos de processamento baratos e diversificados, o potencial da microeletrônica, a nova sociabilidade promovida pela internet e a internet das coisas (em que pequenos artefatos, sensores e chips emissores de radiofrequência permitirão a automação de objetos diversos), sistemas de smart grids, gerenciamento de grandes bancos de dados, além das transformações no campo das ciências da vida, da saúde, com novas aplicações.

"Os sistemas de infraestrutura e de informação vão mudar o paradigma, e nesses momentos surgem janelas de oportunidade. Precisamos pensar em como o Brasil pode capturar alguns desses processos", destacou. Para isso, Coutinho defendeu que o Brasil utilize seus vetores competitivos, como a capacidade de explorar petróleo em águas profundas e inovações para o agronegócio. "Vejo mais oportunidades do que riscos. O risco que corremos é o da inação, da 04:19 28/04/2014apontou.

"Temos capacidade de avançar, de coordenar políticas", prosseguiu. Ele citou como exemplo positivo o Plano Inova Empresa. Dos R$ 32 bilhões para investimento até final de 2014, R$ 16 bilhões já foram contratados. "Ainda que os instrumentos tenham de ser aperfeiçoados, o setor privado está respondendo de maneira ativa, o que, tenho certeza, vai gerar uma mudança de quadro nas próximas edições da Pintec", destacou. "Tenho convicção e confiança de que não há nada no Brasil e em seu sistema empresarial e de ciência e tecnologia que nos impeça de galgar um lugar competitivo no mundo", encerrou.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Indústria Naval
Norsul é a primeira empresa da América Latina a adotar p...
10/11/25
Niterói
Tomorrow Blue Economy movimenta Niterói em contagem regr...
08/11/25
Resultado
Lucro líquido da Petrobras chega a US$ 6 bilhões no terc...
07/11/25
Resultado
Portos batem novo recorde de movimentação de produtos no...
07/11/25
Bahia
Porto de Salvador deve dobrar capacidade com financiamen...
06/11/25
Resultado
Log-In Logística Integrada cresce 12,3% e registra recei...
06/11/25
Apoio cultural
Transpetro une preservação cultural e desenvolvimento su...
06/11/25
Visita
PortosRio conhece iniciativa norueguesa voltada à pesqui...
05/11/25
Investimentos
Setor de navegação investiu mais de R$ 70 milhões em açõ...
04/11/25
Evento
Porto do Açu e Porto de Antuérpia-Bruges assinam carta d...
03/11/25
OTC Brasil 2025
Petrobras estuda ter centro logístico no Amapá enquanto ...
03/11/25
OTC Brasil 2025
OTC Brasil 2025 reúne mais de 23 mil pessoas no Rio de J...
31/10/25
Resultado
Porto de Itajaí cresce em 8 meses 127% acima do registra...
30/10/25
OTC Brasil 2025
OTC Brasil conecta potencial da Margem Equatorial a inve...
30/10/25
OTC Brasil 2025
Porto do Açu e IKM avançam em parceria para criação do p...
30/10/25
Brandend Content
Intercabos® celebra 25 anos de excelência e inovação no ...
30/10/25
OTC Brasil 2025
Inteligência Artificial, CCUS e descomissionamento sinal...
30/10/25
OTC Brasil 2025
ONIP e Firjan promovem reunião com a Transpetro
30/10/25
Reconhecimento
Primeira edição do Prêmio Navegue + Brasil reconhece emp...
30/10/25
OTC Brasil 2025
Porto do Açu e SISTAC assinam acordo para fornecer servi...
29/10/25
Royalties
Valores referentes à produção de agosto para contratos d...
29/10/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.