Redação TN Petróleo/Assessoria
O Brasil entrou na rota do hidrogênio. Até 2025, o país tem o potencial para produzir hidrogênio em escala em diversos estados do território nacional. Essa realidade teve início em fevereiro de 2021, quando o governo do Ceará anunciou um projeto de implantação de um hub de hidrogênio verde no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP).
“O lançamento pelo governo cearense foi o primeiro passo para colocar o Brasil no mapa global do hidrogênio. Desde o anúncio até hoje, foram captados US$ 20 bilhões de investimentos em toda a cadeia produtiva do hidrogênio verde, incluindo plantas de energia renovável e de eletrólise, e produção de derivados, como a amônia, entre outros”, disse Monica Saraiva Panik (foto), especialista em tecnologias de hidrogênio e células a combustível, diretora de Relações Institucionais da Associação Brasileira do Hidrogênio (ABH2), mentora da Mobilidade a Hidrogênio da SAE Brasil e curadora do núcleo temático “Transformação Energética – Hidrogênio” da BW Expo Summit Digital, durante o BW Talks Hidrogênio: Caminho Crescente e Irreversível, promovido no dia 5 de maio.
De acordo com Monica, a partir desse anúncio, mais estados lançaram seus projetos, como o Rio de Janeiro, no Porto de Açu; em Pernambuco, no Porto de Suape; no Rio Grande do Norte, em Minas Gerais, na Bahia, no Piauí e no Rio Grande do Sul, sempre em cooperação com o setor privado. “Esse movimento é importante, pois é possível entender qual o potencial de cada região, uma vez que cada uma delas conta com fontes de energia específicas”, explicou. O Ministério de Minas Energia também está engajado nesse setor, ao realizar estudos específicos para avaliar o potencial brasileiro e a demanda futura, bem como tem trabalhado juntos às agências regulatórias nos temas de certificação e arcabouço regulatório.
O hidrogênio pode ser utilizado em diversos setores, como o aço, fertilizantes, cimento, energia e transporte, por exemplo. Como resultado, haverá oportunidades para todos os portes de empresas, pois a cadeia produtiva do hidrogênio conta com prestadores de serviços e fornecedores em diferentes áreas. Sobre a geração de empregos, Monica avaliou que haverá a criação de novas funções e a chance para profissionais que atuam em outros segmentos e setores como o elétrico, o de gases industriais, o de biocombustíveis e o de refinarias.
Durante o evento online do Movimento BW, iniciativa da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema), a especialista em tecnologias de hidrogênio e células a combustível ponderou que existem dois modelos de negócios vigentes nos projetos anunciados. O primeiro são os hubs, onde as regiões portuárias implantarão a infraestrutura para produção, armazenamento, transporte, utilização e exportação de hidrogênio e todas as atividades relacionadas à cadeia produtiva. Já o segundo é a energia distribuída, ou seja, a geração independente pela indústria para produzir hidrogênio, e outros insumos que podem substituir as matérias primas de origem fóssil, como o carvão, e reconvertendo, se for de interesse, o hidrogênio em energia.
Para Monica, a aposta no hidrogênio é vital, pois a descarbonização é um caminho sem volta. “As empresas estão com planos voltados para emissão zero e para a fabricação de produtos verde. E o Brasil tem inúmeras fontes de energia para produção de hidrogênio em grande escala, podendo se tornar um país exportador de hidrogênio verde e atender a demanda global de descabonização na indústria e no transporte.”
Por fim, ela ressaltou o pioneirismo do Movimento BW para trazer o tema do hidrogênio para o país, em 2019, ressaltando sua importância para a descarbonização do planeta e para o atendimento das metas globais para diminuir os impactos da mudança climática.
O BW Talks Hidrogênio: Caminho Crescente e Irreversível está disponível no site oficial do Movimento BW.
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