Jornal do Commercio
Com o crescimento do comércio exterior no Brasil, a Cyrela Commercial Properties (CCP), especializada em locação de imóveis comerciais, decidiu apostar no desenvolvimento de centros de distribuição. Em cinco anos, a empresa pretende estar presente com galpões para armazenagem de produtos nos principais centros urbanos, portos e aeroportos do País, segundo o diretor de propriedades comerciais da CCP, Nessim Daniel Sarfati.
A empresa desenvolve dois centros logísticos, um próximo ao Porto de Suape, em Pernambuco, e outro na Rodovia Dutra, em São Paulo, no local da antiga fábrica da Brinquedos Estrela. A CCP investirá R$ 64 milhões em três galpões em Suape e R$ 100 milhões em quatro a cinco galpões na Dutra. O aporte, disse Sarfati, será feito com recursos próprios, financiamentos bancários, contratos de pré-locação ou mix dessas alternativas.
Pelo menos um dos galpões - tanto em Suape, quanto na Dutra - ficará pronto no segundo semestre de 2009. De acordo com Sarfati, o cronograma de entrega dos demais será definido pela negociação com os clientes. O Centro Logístico Suape tem 270 mil metros quadrados de área total e 90 mil de área construída pela Andrade Mendonça. Já o Centro Logístico Dutra tem 230 mil metros quadrados de área total e 140 mil de área construída pela Sanca.
Segundo o diretor da CCP, está em estudo a construção de mais dois galpões em regiões próximas a portos e aeroportos, tais como São Paulo (Porto de Santos e Aeroporto Viracopos), Rio de Janeiro (Aeroporto do Galeão), Espírito Santo (Porto de Vitória), Santa Catarina (Portos de Itajaí e Navegantes) e Minas Gerais (Aeroporto de Confins).
A CCP pretende construir outros dois galpões ao redor de centros urbanos; sendo um deles no Rio de Janeiro. "É foco tentar estar presente onde exista demanda por logística. Tudo dependerá de tendência de mercado, dos preços e da limitação de capital. Hoje, o maior gargalo é encontrar bons negócios e clientes interessados em ocupar esses espaços", afirmou Sarfati.
De acordo com ele, o investimento médio por galpão é de R$ 80 milhões. Com isso, o investimento total que a CCP pode vir a realizar em centros de distribuição já chega a quase meio bilhão de reais.
"Tem muita gente fazendo galpão, mas não é qualquer um que pode fazer investimentos nesse montante. Queremos brigar pela nossa fatia de mercado. Além disso, tem muito galpão com pouca qualidade: com um telhado e quatro paredes. Mas é preciso ter espaço calculado, portas bem localizadas, piso específico, enfim, todo um planejamento que permita maior movimentação de cargas", disse.
Um galpão demora, em média, quatro meses para ser construído. A companhia já tem três centros de distribuição na Rodovia Castello Branco próximo ao Rodoanel, em São Paulo. Hoje, 6,7% da receita bruta da CCP - que no primeiro semestre deste ano foi de R$ 49,9 milhões - vêm da locação de centros de distribuição. Sarfati afirmou que essa fatia deve aumentar, mas não soube informar quanto.
"Começamos há três anos na área de galpões e esperamos replicar o sucesso que tivemos em escritórios comerciais", disse.
A locação de edifícios corporativos representa 55,1% da receita bruta total da companhia. Outros 34,3% vêm da locação de shopping centers, 2,6% da prestação de serviços de administração e 1,4% da prestação de serviços de estacionamento.
Na locação de edifícios comerciais, a CCP tem projetos em desenvolvimento, sobretudo no Rio de Janeiro. Segundo Sarfati, dez terrenos na Barra da Tijuca aguardam aprovação da Prefeitura para início das obras.
Esses terrenos, informou, equivalem a mais de 100 mil metros quadrados de escritórios corporativos, que começarão a ser construídos no ano que vem. No Rio de Janeiro, a CCP já tem dois imóveis comerciais no Leblon e um, a ser entregue no início de novembro, na Barra da Tijuca.
A empresa tem prédio comercial em Salvador, na Bahia, e está de olho na expansão para outros Estados. "Estamos sempre em busca de oportunidades", afirmou Sarfati.
Em São Paulo, onde já tem 12 edifícios corporativos e três shopping centers - ABC Plaza Shopping, Shopping D e ITM Expo -, a CCP inicia em janeiro de 2009 a construção de três torres, sendo duas na Avenida Engenheiro Luis Carlos Berrini e uma na Avenida Paulista.
"São três torres gigantescas, com mais de 100 mil metros quadrados", disse. A empresa tem 183,5 mil metros quadrados de área locável e 250 mil metros quadrados em projetos em desenvolvimento.
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