Opinião

Competitividade da indústria dos EUA cresce com o xisto

Preço do gás natural no país despencou.

Valor Econômico
24/01/2014 11:43
Visualizações: 265 (0) (0) (0) (0)

 

A revolução do xisto mudou o cenário energético nos Estados Unidos. Com o forte aumento da produção de petróleo e gás natural a partir do fim da década passada, o país entrou numa era de abundância de energia, caminhando a passos rápidos em direção à autossuficiência, um fenômeno com implicações econômicas e geopolíticas importantes. As importações de petróleo estão em queda, tendência que deve continuar nos próximos anos - as vendas brasileiras do produto aos EUA, por exemplo, já caíram bastante. Além disso, o preço do gás natural despencou, reduzindo significativamente custo de energia no país.
A exploração de petróleo e gás natural do xisto reverteu a tendência de queda da produção que se observava do começo dos anos 1970 até 2005, dando impulso a uma trajetória de forte crescimento. Em 2013, a produção combinada de petróleo e gás atingiu o nível mais elevado desde 1971, segundo números da Administração de Informação de Energia (EIA, na sigla em inglês), que espera um número recorde para este ano.
Como resultado desse avanço tecnológico, que permite a extração do petróleo e do gás das rochas de xisto, o país passou a produzir uma fatia cada vez maior da energia consumida. De janeiro a setembro do ano passado, a produção doméstica foi equivalente a 84,5% do consumo energético, o número mais elevado desde 1987, considerando também fontes como carvão, nuclear e combustíveis renováveis.
Em relatório divulgado neste mês, a BP estima que os EUA vão alcançar a autossuficiência em energia em 2035. Há também a possibilidade de que a independência venha bem antes para o conjunto da América do Norte, incluindo a produção do Canadá e do México. Para o Citigroup Global Markets, isso pode ocorrer antes do fim da década. Nesse quadro, os EUA dependerão cada vez menos do petróleo do Oriente Médio, uma região marcada por grande instabilidade política.
As estatísticas mostram o claro recuo das importações americanas de petróleo. De janeiro a novembro do ano passado, as compras externas do produto ficaram em US$ 251,4 bilhões, 14% menores do que em igual período de 2012 (o resultado de dezembro ainda não foi divulgado). Não por acaso, as exportações de petróleo do Brasil para os EUA têm recuado. Em 2013, atingiram US$ 3,5 bilhões, quase 38% a menos do que em 2012.
A produção petrolífera dos EUA tem crescido a uma velocidade de fato impressionante. Na semana encerrada em 10 de janeiro, ela ficou em 8,16 milhões de barris por dia, 2,4 milhões de barris a mais do que há dois anos - o equivalente a toda a produção da Nigéria em setembro. São números que levam alguns analistas a falar na "América Saudita".
Não há consenso sobre o impacto do aumento da produção americana sobre as cotações internacionais do produto, mas há quem veja espaço para uma queda considerável dos preços.
O Citigroup Global Markets considera possível que o barril do Brent, negociado hoje na casa de US$ 107, oscile na casa de US$ 70 a 90 no fim da década. Se a queda de fato ocorrer, vai afetar a economia de nações que dependem muito do produto, como as da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
A revolução do xisto também provoca outro efeito importante sobre a economia americana. Ao derrubar os preços do gás natural, barateou o custo de energia no país, aumentando a competitividade da indústria manufatureira dos EUA. As cotações do gás natural estão um pouco abaixo de US$ 4 por milhão de BTU (British termal units), um valor muito inferior aos quase US$ 13 que haviam sido atingidos na metade de 2008. Indústrias intensivas em energia tornaram-se mais competitivas. Os baixos preços do gás são um dos fatores apontados por várias empresas como um dos motivos para montar novas fábricas nos EUA, e não em outros países, como a China.
Como se vê, a redução da dependência energética nos EUA tem um impacto importante sobre a economia americana e sobre o mundo. As menores exportações de petróleo do Brasil para o mercado americano são um exemplo disso. E, se os preços do produto de fato caírem no mercado internacional, as perspectivas para a exploração das reservas no pré-sal poderão ser menos favoráveis do que pareciam há alguns anos.

A revolução do xisto mudou o cenário energético nos Estados Unidos. Com o forte aumento da produção de petróleo e gás natural a partir do fim da década passada, o país entrou numa era de abundância de energia, caminhando a passos rápidos em direção à autossuficiência, um fenômeno com implicações econômicas e geopolíticas importantes. As importações de petróleo estão em queda, tendência que deve continuar nos próximos anos - as vendas brasileiras do produto aos EUA, por exemplo, já caíram bastante. Além disso, o preço do gás natural despencou, reduzindo significativamente custo de energia no país.

A exploração de petróleo e gás natural do xisto reverteu a tendência de queda da produção que se observava do começo dos anos 1970 até 2005, dando impulso a uma trajetória de forte crescimento. Em 2013, a produção combinada de petróleo e gás atingiu o nível mais elevado desde 1971, segundo números da Administração de Informação de Energia (EIA, na sigla em inglês), que espera um número recorde para este ano.

Como resultado desse avanço tecnológico, que permite a extração do petróleo e do gás das rochas de xisto, o país passou a produzir uma fatia cada vez maior da energia consumida. De janeiro a setembro do ano passado, a produção doméstica foi equivalente a 84,5% do consumo energético, o número mais elevado desde 1987, considerando também fontes como carvão, nuclear e combustíveis renováveis.

Em relatório divulgado neste mês, a BP estima que os EUA vão alcançar a autossuficiência em energia em 2035. Há também a possibilidade de que a independência venha bem antes para o conjunto da América do Norte, incluindo a produção do Canadá e do México. Para o Citigroup Global Markets, isso pode ocorrer antes do fim da década. Nesse quadro, os EUA dependerão cada vez menos do petróleo do Oriente Médio, uma região marcada por grande instabilidade política.

As estatísticas mostram o claro recuo das importações americanas de petróleo. De janeiro a novembro do ano passado, as compras externas do produto ficaram em US$ 251,4 bilhões, 14% menores do que em igual período de 2012 (o resultado de dezembro ainda não foi divulgado). Não por acaso, as exportações de petróleo do Brasil para os EUA têm recuado. Em 2013, atingiram US$ 3,5 bilhões, quase 38% a menos do que em 2012.

A produção petrolífera dos EUA tem crescido a uma velocidade de fato impressionante. Na semana encerrada em 10 de janeiro, ela ficou em 8,16 milhões de barris por dia, 2,4 milhões de barris a mais do que há dois anos - o equivalente a toda a produção da Nigéria em setembro. São números que levam alguns analistas a falar na "América Saudita".

Não há consenso sobre o impacto do aumento da produção americana sobre as cotações internacionais do produto, mas há quem veja espaço para uma queda considerável dos preços.

O Citigroup Global Markets considera possível que o barril do Brent, negociado hoje na casa de US$ 107, oscile na casa de US$ 70 a 90 no fim da década. Se a queda de fato ocorrer, vai afetar a economia de nações que dependem muito do produto, como as da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

A revolução do xisto também provoca outro efeito importante sobre a economia americana. Ao derrubar os preços do gás natural, barateou o custo de energia no país, aumentando a competitividade da indústria manufatureira dos EUA. As cotações do gás natural estão um pouco abaixo de US$ 4 por milhão de BTU (British termal units), um valor muito inferior aos quase US$ 13 que haviam sido atingidos na metade de 2008. Indústrias intensivas em energia tornaram-se mais competitivas. Os baixos preços do gás são um dos fatores apontados por várias empresas como um dos motivos para montar novas fábricas nos EUA, e não em outros países, como a China.

Como se vê, a redução da dependência energética nos EUA tem um impacto importante sobre a economia americana e sobre o mundo. As menores exportações de petróleo do Brasil para o mercado americano são um exemplo disso. E, se os preços do produto de fato caírem no mercado internacional, as perspectivas para a exploração das reservas no pré-sal poderão ser menos favoráveis do que pareciam há alguns anos.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Diesel
A partir de amanhã (18/04), Petrobras ajusta preços de d...
17/04/25
Internacional
Por ordem do governo dos EUA, Equinor suspende atividade...
17/04/25
Combustíveis
ANP esclarece sobre normas para exibição de preços de co...
17/04/25
Petrobras
RPBC comemora conquista do selo verde de Cubatão
17/04/25
Parceria
Petrobras e Coppe promovem parceria para reduzir perdas ...
16/04/25
Logística
Omni Táxi Aéreo é contemplada pela MAERSK para operação ...
16/04/25
Rio de Janeiro
Incertezas fazem Firjan projetar crescimento da economia...
16/04/25
Amazonas
Fundo de US$ 20 bi geraria royalties verdes suficientes ...
16/04/25
ANP
Laboratórios podem se inscrever até 23/04 no Programa de...
16/04/25
Refino
RPBC comemora 70 anos, com 11% da produção de derivados ...
16/04/25
Petrobras
US$ 1,7 bilhão serão investidos na destinação sustentáve...
16/04/25
Evento
Naturgy debate papel do gás natural na transição energét...
16/04/25
Combustíveis
ICONIC Base Oil Solutions é a nova distribuidora da Chev...
15/04/25
OTC HOUSTON 2025
Chris Lemons, mergulhador comercial de renome mundial, s...
15/04/25
SPE
Sustentabilidade da indústria de óleo e gás
15/04/25
Oportunidade
Omni Táxi Aéreo abre inscrições para Programa de Estágio...
14/04/25
Parceria
Petrobras e Coppe assinam termo de parceria para reduzir...
14/04/25
Eficiência Energética
Foresea desenvolve tecnologias para redução de emissões ...
14/04/25
Oferta Permanente
ANP contempla Margem Equatorial nos Blocos do 5º Ciclo d...
14/04/25
Etanol
Anidro cai 2,48% e hidratado fecha em alta pela 2ª seman...
14/04/25
Vitória PetroShow 2025
Vitória Petroshow 2025 consolida-se como o maior evento ...
13/04/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

22