Indústria naval

Consultor defende importação de navios

"A principal vantagem é que ao substituirmos navios estrangeiros afretados por importados, estaremos reduzindo o dispêndio de divisas", argumenta o consultor.


26/10/2005 02:00
Visualizações: 136 (0) (0) (0) (0)

O diretor da consultora Merco Shipping Marítima Ltda, Arsênio Carlos Nóbrega, sugere a redução de impostos para permitir a importação de navios no Brasil enquanto as propostas de construção de embarcações mercantes não saem do papel.

O consultor, que é engenheiro naval e professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (EPUSP), reconhece o teor polêmico de sua proposição no momento em que a indústria naval brasileira inicia seu processod e renascimento. No entanto, Nóbrega sustenta o caráter temporário das importações, que deveriam ser suspensas tão logo a indústria brasileira tenha capacidade de assumir integralmente a demanda que venha a surgir de armadores nacionais.

"A principal vantagem desta medida é que ao substituirmos navios estrangeiros afretados por navios importados, estaremos reduzindo o dispêndio de divisas", argumenta Nóbrega, que também considera aspectos positivos da importação o fato de que representa uma capitalização para a empresa. "No afretamento, a companhia apenas paga pelo uso, com a importação, a companhia adquire um bem e poderá dispor dele de forma operacional ou comercial, revendendo o navio em períodos de custos mais elevados", analisa.

Segundo Nóbrega, a importação de navios poderá, inclusive, facilitar a solicitação de financiamentos para a construção de outras embarcações, uma vez que o patrimônio da empresa aumenta e, conseqüentemente, amplia-se sua capacidade de garantir empréstimos. O consultor admite, no entanto, que esta situação de maior robustez patrimonial só ocorre após a quitação da importação e que antes, a compra figura como um endividamento ainda maior, o que também poderia prejudicar a liberação de financiamentos.

O presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Navegação Marítima (Syndarma), Hugo Pedro de Figueiredo, complementa com a informação de que uma outra via de importação seria o afretamento de casco nu. "É uma prática de leasing, no qual a aquisição completa nunca ocorre e sim a troca permanente por embarcações mais modernas", resume.

Figueiredo ressalta que a posição do Syndarma é por uma indústria de construção naval nacional competitiva e confiável. O executivo espera que os estaleiros aproveitem a demanda da Transpetro para se modernizar e ampliar o parque de construção brasileiro. No entanto, Figueiredo também comenta que no que se refere à importação, há uma visão diferente entre os dois setores envolvidos na indústria naval.

"A medida é ruim para a construção naval, mas se estes construtores não conseguem atender à demanda das empresas de navegação, também não é justo que as navegadoras não possam se expandir porque não têm navios", avalia e acrescenta: "O ideal é se encontre um equilíbrio e que as construtoras possam atender as demandas das navegadoras."

A carga tributária atual sobre a importação de navios inviabiliza o negócio, pois o valor dos impostos chega a 53% do valor FOB (Free on board - sem incluir a despesa com transporte) da embarcação. Os impostos incidentes são: imposto de importação, com alíquota de 25%; IPI, alíquota de 10% e ICMS, que no caso do Rio de Janeiro, acrescentam mais 18%.

As informações fora divulgadas durante a palestra sobre a Indústria Naval - Construção Naval no Brasil promovida pela Câmara de Comércio Brasil-Alemanha, nesta quarta-feira (26/10), no Rio de Janeiro.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Rio Grande do Norte
Mossoró Oil & Gas Energy começa amanhã (26)
25/11/24
Internacional
Na Inglaterra, ORPLANA destaca o futuro da cana-de-açúca...
25/11/24
Firjan
Na Firjan, Petrobras lança planos Estratégico 2050 e de ...
25/11/24
Royalties
Valores referentes à produção de setembro para contratos...
25/11/24
Evento
Subsea Symposium - Nas águas profundas da tecnologia
25/11/24
Termelétrica
Flash Energy fecha contrato de compra de energia do Merc...
25/11/24
Seminário
IBP promove seminário sobre reforma tributária no setor ...
25/11/24
Etanol
Hidratado fecha a semana praticamente estável e anidro v...
25/11/24
PE 2025-2029
Plano de Negócios 2025-2029 da Petrobras é apresentado c...
22/11/24
Bacia de Campos
Porto do Açu recebe P-26 para suporte a Reciclagem Verde
22/11/24
Gasolina
ANP publica painel dinâmico com dados de qualidade da ga...
22/11/24
Apoio
OceanPact apoia Mubadala Brazil SailGP Team, liderado pe...
22/11/24
Energia Solar
Brasil alcança 3 milhões de instalações com energia sola...
22/11/24
Resultado
Subsea7 atinge US$ 321 milhões em EBITDA ajustado no 3T2...
21/11/24
Pré-Sal
Com projeto Búzios 9, Tenaris reforça posição como forne...
21/11/24
Inclusão social
Dia da Consciência Negra: Mulheres negras empreendedoras...
20/11/24
Parceria
Amcham destaca parceria estratégica entre Brasil e EUA n...
20/11/24
Etanol
Aprovação de projeto que regulamenta mercado de carbono ...
20/11/24
MME
Resultados do GT de transições energéticas são integrado...
19/11/24
Salvador
Encontro Internacional de Energia já está com inscrições...
19/11/24
Biocombustíveis
Petrobras Biocombustível e Banco do Brasil assinam acord...
19/11/24
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

21