Indústria naval

Consultor defende importação de navios

"A principal vantagem é que ao substituirmos navios estrangeiros afretados por importados, estaremos reduzindo o dispêndio de divisas", argumenta o consultor.


26/10/2005 02:00
Visualizações: 408

O diretor da consultora Merco Shipping Marítima Ltda, Arsênio Carlos Nóbrega, sugere a redução de impostos para permitir a importação de navios no Brasil enquanto as propostas de construção de embarcações mercantes não saem do papel.

O consultor, que é engenheiro naval e professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (EPUSP), reconhece o teor polêmico de sua proposição no momento em que a indústria naval brasileira inicia seu processod e renascimento. No entanto, Nóbrega sustenta o caráter temporário das importações, que deveriam ser suspensas tão logo a indústria brasileira tenha capacidade de assumir integralmente a demanda que venha a surgir de armadores nacionais.

"A principal vantagem desta medida é que ao substituirmos navios estrangeiros afretados por navios importados, estaremos reduzindo o dispêndio de divisas", argumenta Nóbrega, que também considera aspectos positivos da importação o fato de que representa uma capitalização para a empresa. "No afretamento, a companhia apenas paga pelo uso, com a importação, a companhia adquire um bem e poderá dispor dele de forma operacional ou comercial, revendendo o navio em períodos de custos mais elevados", analisa.

Segundo Nóbrega, a importação de navios poderá, inclusive, facilitar a solicitação de financiamentos para a construção de outras embarcações, uma vez que o patrimônio da empresa aumenta e, conseqüentemente, amplia-se sua capacidade de garantir empréstimos. O consultor admite, no entanto, que esta situação de maior robustez patrimonial só ocorre após a quitação da importação e que antes, a compra figura como um endividamento ainda maior, o que também poderia prejudicar a liberação de financiamentos.

O presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Navegação Marítima (Syndarma), Hugo Pedro de Figueiredo, complementa com a informação de que uma outra via de importação seria o afretamento de casco nu. "É uma prática de leasing, no qual a aquisição completa nunca ocorre e sim a troca permanente por embarcações mais modernas", resume.

Figueiredo ressalta que a posição do Syndarma é por uma indústria de construção naval nacional competitiva e confiável. O executivo espera que os estaleiros aproveitem a demanda da Transpetro para se modernizar e ampliar o parque de construção brasileiro. No entanto, Figueiredo também comenta que no que se refere à importação, há uma visão diferente entre os dois setores envolvidos na indústria naval.

"A medida é ruim para a construção naval, mas se estes construtores não conseguem atender à demanda das empresas de navegação, também não é justo que as navegadoras não possam se expandir porque não têm navios", avalia e acrescenta: "O ideal é se encontre um equilíbrio e que as construtoras possam atender as demandas das navegadoras."

A carga tributária atual sobre a importação de navios inviabiliza o negócio, pois o valor dos impostos chega a 53% do valor FOB (Free on board - sem incluir a despesa com transporte) da embarcação. Os impostos incidentes são: imposto de importação, com alíquota de 25%; IPI, alíquota de 10% e ICMS, que no caso do Rio de Janeiro, acrescentam mais 18%.

As informações fora divulgadas durante a palestra sobre a Indústria Naval - Construção Naval no Brasil promovida pela Câmara de Comércio Brasil-Alemanha, nesta quarta-feira (26/10), no Rio de Janeiro.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Combustíveis
Postos Petrobras mantêm liderança em confiança com progr...
21/10/25
Petrobras
Perfuração é liberada na Margem Equatorial
21/10/25
Etanol
Setor naval busca no etanol brasileiro uma alternativa a...
21/10/25
Projeto
Parceria entre Neoenergia e Estaleiro Atlântico Sul most...
21/10/25
OTC Brasil 2025
PPSA realiza evento sobre Leilão de Áreas Não Contratada...
21/10/25
ANP
Transmissão do 3º Ciclo da Oferta Permanente de Partilha...
21/10/25
Combustíveis
Petrobras reduz preços da Gasolina A em 4,9% para distri...
21/10/25
Pré-Sal
União recebe R$ 1,54 bilhão por acordo celebrado entre P...
21/10/25
Margem Equatorial
Concessão de licença para perfuração na Margem Equatoria...
20/10/25
Margem Equatorial
Manifestação da ABESPetro sobre o licenciamento da Marge...
20/10/25
Combustíveis
Fiscalização do abastecimento: ANP firma acordo com o Ip...
20/10/25
Negócio
Transpetro lança licitação para aquisição de barcaças e ...
20/10/25
Etanol
Anidro recua 0,15%, e hidratado sobe 0,77%
20/10/25
Exportação
Petrobras irá vender seis milhões de barris de petróleo ...
17/10/25
COP30
IBP e Câmara Brasil-Texas debatem papel estratégico do B...
17/10/25
Bacia de Campos
ANP autoriza retorno da produção do FPSO Peregrino
17/10/25
OTC Brasil 2025
Equinor marca presença na OTC Brasil 2025 e apresenta so...
17/10/25
Firjan
Em reunião do Conselho de Petróleo e Gás da Firjan, pres...
16/10/25
Parceria
Nexio fecha parceria com Porto do Açu para projetos de i...
16/10/25
Pernambuco
Petrobras e Tenenge avançam na construção de nova unidad...
16/10/25
Bacia de Santos
Bacalhau, maior campo internacional da Equinor, inicia o...
16/10/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

23