Indústria naval

Disputa por dique da Petrobras opõe PE e RS

Valor Econômico
20/06/2006 03:00
Visualizações: 414 (0) (0) (0) (0)

A disputa pela construção do dique seco da Petrobras, cujo processo licitatório está sendo conduzido pela Rio Bravo, ganha esta semana novos contornos. O Sindicato da Indústria Metal Mecânica do Estado de Pernambuco (Simmepe) deve entrar, amanhã, com uma ação no Ministério Público Federal questionando, principalmente, a forma como a empresa WTorre, até agora considera a vencedora, obteve a posse do terreno onde pretende construir o empreendimento orçado em US$ 100 milhões.

A briga judicial tem como pano de fundo o impacto na economia estadual que um projeto do gênero acarreta. Somente no caso pernambucano, este impacto pode chegar a 3% do Produto Interno Bruto (PIB), estimado em R$ 40 bilhões, com a geração de até 4 mil empregos durante as obras. O projeto da WTorre será construído no porto Rio Grande, no Rio Grande do Sul.

"O problema é que esta área onde será erguido o dique seco é de propriedade da União e ela somente poderia ter sido repassada mediante processo licitatório. Jamais este terreno poderia ter sido repassado ao Governo do Estado que em seguida o repassou a WTorre", diz o presidente do Simmepe, Sebastião Pontes Filho. Além da questão da doação e da posse do terreno, a ação também vai questionar a falta de licenciamento ambiental, a inexperiência da WTorre ou de seus parceiros na área naval e offshore e a não comprovação de experiência em projetos similares.

O secretário do Desenvolvimento e Assuntos Internacionais do governo gaúcho, Luis Roberto Ponte, defendeu a legalidade da transferência da área de 450 mil metros quadrados no porto de Rio Grande para o consórcio liderado pela WTorre, assinada em maio. De acordo com ele, a construtora foi a única a manifestar interesse no terreno para a implantação do dique seco, o que permitiu dispensar o processo de licitação.

Conforme Ponte, a maior parte da área, que estava "ociosa", pertence ao Estado, que conta com autorização legislativa para fazer a doação em caráter "oneroso" exclusivamente para a construção de um estaleiro ou outra operação do mesmo tipo. Isso significa que a empresa que recebeu o terreno se compromete a cumprir metas pré-determinadas de empregos, faturamento e produção. O prazo do contrato é de 12 anos, com possibilidade de renovação.

A parte da área que pertencia à União também foi repassada ao Estado com a finalidade de implantação de um estaleiro ainda à época da licitação promovida pela Petrobras para a construção de petroleiros, explica o secretário. De acordo com o governo gaúcho, o dique seco terá 140 metros de comprimento por 130 de largura, uma altura livre de 16,5 metros e calado de até 13,8 metros. A expectativa do Estado é que as obras comecem em meados de julho, com a geração de até 2 mil empregos durante a construção e de 2,4 mil quando o dique entrar em operação.

"A Camargo Corrêa, que ficou em segundo lugar na licitação para a construção do dique seco, já está fazendo um estaleiro em Pernambuco. A empresa possui expertise e possui parceiros com experiência na área naval, tem terreno e tudo o mais. Além disso as vantagens fiscais oferecidas pelo Rio Grande do Sul são as mesmas existentes em Pernambuco. Não dá para aceitarmos essas irregularidades", afirma Pontes. No momento a Camargo Corrêa está construindo um estaleiro orçado em US$ 170 milhões. Com a construção do dique seco, Pernambuco passaria não apenas a produzir navios e plataformas mas também se tornaria um centro de reparos destas embarcações.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Bacia de Santos
Seagems amplia portfólio de serviços com instalação inéd...
09/04/25
Vitória PetroShow 2025
Exploração de novos blocos poderá triplicar reservas e d...
08/04/25
Evento
Espírito Santo projeta futuro da indústria de petróleo e...
08/04/25
Rio de Janeiro
Firjan e INFIS promovem 3º Seminário de Questões Tributá...
08/04/25
Chamada Pública
Comgás abre chamada pública para aquisição de biometano
08/04/25
Relatório
ANP publica Relatório Anual 2024 com avanços em inovação...
08/04/25
MME
Mistura de 30% de etanol anidro à gasolina foi cientific...
08/04/25
Vitória PetroShow 2025
Lideranças do setor de empreendedorismo e energia convid...
06/04/25
Vitória PetroShow 2025
Márcio Felix destaca a importância estratégica do Vitóri...
05/04/25
Vitória PetroShow 2025
Vitória Petroshow destaca o Espírito Santo como referênc...
05/04/25
PD&I
Embrapii firma primeira parceria com Engie Brasil Energi...
05/04/25
OTC 2025
OTC divulga os vencedores do prêmio Spotlight on New Tec...
04/04/25
Acordo
Petrobras e Braskem assinam acordo para estudos de captu...
04/04/25
Energia Elétrica
KPMG: Brasil é responsável por mais de 40% da demanda de...
04/04/25
Premiação
2º Prêmio Foresea de Fornecedores premia melhores empres...
04/04/25
Transição Energética
Setor de petróleo e gás reforça seu compromisso com a tr...
04/04/25
Evento
Cana Summit 2025 busca avanços e políticas eficazes em n...
04/04/25
Onshore
Produção em campos terrestres de petróleo e gás deve cre...
03/04/25
Economia
Os produtos mais voláteis do mercado e os principais fat...
03/04/25
Evento
Cana Summit: tarifaço dos EUA, PL da Reciprocidade e seg...
03/04/25
Vitória PetroShow 2025
Vitória PetroShow 2025 dá início ao maior evento capixab...
03/04/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

22