Pernambuco

Estaleiro Atlântico Sul será maior cliente da Celpe

<P>O Estaleiro Atlântico Sul será o maior cliente industrial da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) a partir deste ano. O empreendimento está negociando a contratação de 34 megawatts (MW) de energia, com a entrega do insumo prevista para o início do segundo semestre. O consumo do estal...

Jornal do Commercio/PE
26/02/2008 00:00
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O Estaleiro Atlântico Sul será o maior cliente industrial da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) a partir deste ano. O empreendimento está negociando a contratação de 34 megawatts (MW) de energia, com a entrega do insumo prevista para o início do segundo semestre. O consumo do estaleiro será equivalente ao de um município do tamanho de Vitória de Santo Antão (Zona da Mata), que tem cerca de 120 mil habitantes. Hoje, a fábrica de resinas PET da Mossi & Ghisolfi (M&G), em Suape, é a maior compradora industrial de energia da Celpe, com demanda de 15 MW.

“Vamos investir R$ 800 mil na construção de uma linha de transmissão de energia de alta tensão (69 kilovolts). A linha terá três quilômetros e virá da Subestação Porto, em Suape”, destaca o presidente da Celpe, José Humberto Castro. A expectativa é que a linha seja concluída num prazo de 90 dias, depois de fechada a negociação.

A Celpe já faz o atendimento provisório no canteiro de obras do estaleiro. O empreendimento tinha previsão de iniciar o uso da alta tensão a partir de 2009, mas os projetos de ampliação da unidade de construção naval e o início do processamento das primeiras chapas de aço entre julho e agosto fizeram a diretoria do Atlântico Sul antecipar o cronograma.

Além da construção da linha de transmissão, a outra parte do projeto será a construção de uma subestação, que ficará a cargo do estaleiro. Castro revela que a demanda do Atlântico Sul corresponde a 10% de toda a energia elétrica comercializada pela companhia no segmento industrial atualmente.

Castro alerta para o crescimento do consumo de energia no entorno do estaleiro, onde será implantado um pólo naval. Na esteira do empreendimento, algumas empresas já acenaram com a possibilidade de implantação em Suape, a exemplo da Euronavy Tintas Marítimas e Industriais S.A., que deve fornecer 85% de todas as tintas usadas nos navios e nas plataformas de petróleo que serão montadas em Suape.

“Todas essas empresas do pólo naval terão que ser atendidas com energia elétrica. Isso sem falar em outras unidades do complexo industrial, como a Companhia Integrada Têxtil de Pernambuco (Citepe), que acenou para nós com uma necessidade de 100 MW”, adianta Castro.

Além das indústrias, o consumo de energia elétrica também deve crescer em função do aumento da movimentação de trabalhadores e moradores no entorno do Porto de Suape. O próprio Atlântico Sul está estruturando um projeto para construir uma vila operária, com aproximadamente 3 mil casas.

INDÚSTRIAS

Além da demanda de Suape, outros empreendimentos em construção no Estado vão demandar um reforço na geração de energia. As fábricas da Perdigão e da Sadia -- no setor de alimentos --, além da Novartis, da Hemobrás e do Lafepe -- no setor farmacoquímico -- são apenas alguns dos exemplos. Castro diz que só a Perdigão vai consumir 5 MW e demandar investimento de R$ 4 milhões numa linha de transmissão de alta tensão.

Hoje, a Celpe está com sua capacidade de atendimento esgotada. Para atender a novos clientes terá que fechar contrato com as indústrias e comprar energia no mercado. Recentemente, em função da redução do nível de água nos reservatórios das hidrelétricas, a Celpe abrigou nove clientes que estavam no mercado livre de energia.


Fonte: Jornal do Commercio/PE

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