Valor Econômico
Os projetos de construção de dois novos estaleiros no país - um em Rio Grande (RS) e outro em Suape (PE) - receberam, na sexta-feira (18/02), sinal verde do Fundo de Marinha Mercante (FMM). Principal fonte de financiamento da indústria naval brasileira, o fundo se dispõe a financiar 90%, algo como US$ 300 milhões, nos dois empreendimentos. Um dos estaleiros aprovados é do Aker Promar, em Rio Grande, com investimento estimado em US$ 150 milhões - US$ 135 milhões financiados pelo fundo. O outro, da Camargo Corrêa, é orçado em US$ 170 milhões - cerca de US$ 150 milhões a cargo do FMM.
Em nota, a Camargo Corrêa justificou o pedido de financiamento ao FMM. "O objetivo é ter recursos com prazo e custos que possam tornar competitivo o projeto da Camargo Corrêa de construção de embarcações e plataformas a partir de um estaleiro em Suape, em Pernambuco". Segundo a nota, os recursos do fundo permitirão ao grupo preparar-se para disputar encomendas de armadores, no Brasil e exterior, incluindo a Transpetro, a subsidiária de logística da Petrobras.
A encomenda de 42 petroleiros pela Transpetro é aguardada com grande expectativa pela indústria naval do país. Imagina-se que o pacote colocado pela estatal no mercado permitirá reativar a construção de grandes navios. Mas o processo de licitação lançado para selecionar os estaleiros que construirão os navios mostrou-se bastante complexo.
Na sexta-feira, o presidente da Transpetro, Sérgio Machado, confirmou que o prazo final para a entrega das propostas de pré-qualificação, marcado para 28 de fevereiro, poderá ser prorrogado. Se isso ocorrer, será o segundo adiamento. Inicialmente, o prazo vencia em 31 de janeiro. Fonte do Sindicato Nacional da Indústria da Construção Naval (Sinaval), que reúne os estaleiros, disse que a entidade não fez nenhum pedido formal de adiamento. Machado insistiu que possível adiamento será feito por solicitação de alguns estaleiros e, se ocorrer, não passará de 15 dias.
Na reunião, o conselho diretor do FMM também aprovou a construção de 24 balsas graneleiras, orçadas em US$ 23,6 milhões. O financiamento para três navios petroleiros que também estava em pauta será definido na próxima reunião, marcada para maio. A "prioridade" dada pelo FMM aos estaleiros é o primeiro passo para a concessão do financiamento, mas não o garante. Os projetos serão encaminhados ao BNDES, seu agente financeiro, que fará a análise econômico-financeira.
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