Gazeta Mercantil
O setor de distribuição de combustíveis deve acompanhar a desaceleração da economia brasileira e crescer a taxas menores em 2009, espera o superintendente da rede de distribuição Ipiranga, Leocádio de Almeida Antunes Filho. “O nosso negócio tem um comportamento altamente relacionado com o PIB (Produto Interno Bruto). Mas o segmento é resistente a crises e redução de crescimento”, diz Antunes, lembrando que a atividade não costuma apresentar variações anuais bruscas de vendas.
“É um setor com demanda inelástica”, acrescenta o executivo. “Temos a perspectiva de algum crescimento, porém mais reduzido em comparação a 2006, 2007 e 2008″, observa ele, lembrando que ainda não é possível ter uma noção do mercado no último trimestre, apesar da desaceleração aparente.
Conforme dados da empresa, a Ipiranga distribuiu até o terceiro trimestre 8,9 milhões de metros cúbicos de combustível, o equivalente a um crescimento de 9,5% em comparação com o mesmo período do ano passado, enquanto o mercado, nas regiões Sul e Sudeste, apresentou uma evolução de 8% no período, de acordo com informações do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom). No acumulado do ano, a Ipiranga registrou faturamento de R$ 17 bilhões com sua rede de 3,2 mil postos.
A prioridade da empresa para 2009, afirma Antunes, é consolidar a integração da rede Ipiranga com os cerca de dois mil postos da Texaco no País adquiridos pelo grupo Ultra em agosto deste ano por R$ 1,161 bilhão, transação prevista para ser concluída no final do primeiro trimestre de 2009. Com a aquisição, a rede Ipiranga terá aproximadamente 5,2 mil postos de combustíveis e voltará a ter abrangência nacional, já que quando o grupo Ipiranga foi adquirido ano passado a Petrobras ficou com os postos localizados fora das regiões Sul e Sudeste. Com isso, a Ipiranga passará a ter 23% do market share do setor de distribuição de combustíveis no Brasil.
No ano passado, a rede Texaco teve no Brasil uma receita de R$ 11,9 bilhões. Se as duas redes já tivessem unidas em 2007, teriam um faturamento bruto de R$ 32 bilhões. O volume distribuído passaria a ser de 17,9 milhões de metros cúbicos, já que só a Ipiranga comercializou 11 milhões de metros cúbicos no ano passado.
Os resultados da rede Texaco passarão a ser incorporados no balanço da Ipiranga apenas a partir do segundo trimestre do ano que vem. “Isso não quer dizer que estamos à margem dos negócios. A Ipiranga tem acesso às principais informações sobre a performance (da rede Texaco)”, diz Antunes. Neste momento, a norte-americana Chevron, controladora da rede, está separando os ativos de distribuição e exploração de petróleo no Brasil para poder concretizar a venda para o grupo Ultra.
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