<P>A APM Terminals, do grupo Maersk, procura um local na região Sudeste para instalar um novo terminal de contêineres, como apoio logístico às suas operações na América do Sul. Com 50 terminais espalhados por 30 países, a terceira colocada no ranking do setor mundial, segundo a Unctad, a APM...
Valor EconômicoA APM Terminals, do grupo Maersk, procura um local na região Sudeste para instalar um novo terminal de contêineres, como apoio logístico às suas operações na América do Sul. Com 50 terminais espalhados por 30 países, a terceira colocada no ranking do setor mundial, segundo a Unctad, a APM iniciou prospecções nos portos de Santos e São Sebastião, entre outros. A empresa pretende desenvolver um novo pólo, que poderá ser utilizado nas operações de transhipment, nas quais um porto concentrador de carga recebe embarcações de maior porte e as redistribui para portos menores.
A empresa, com sede na Holanda, movimenta por ano cerca de 30 milhões de contêineres, praticamente seis vezes o total do Brasil. O mercado da América do Sul, estimado em 16 milhões de Teus no ano passado, segue a tendência mundial. A companhia já possui um terminal no Brasil, em Itajaí (SC), o Teconvi, desde 2001, cuja expansão média anual tem sido acima de 10%. Em 2007 foram movimentados 669.037 Teus (sigla em inglês para contêineres de 20 pés), o que representou aumento de 10% sobre 2006.
O Brasil puxa as operações na região, principalmente pelo porto de Santos, que sozinho movimentou 2,5 milhão de Teus no ano passado. Chile e Argentina, com aproximadamente 1,8 milhão de teu cada um, colocam-se na sequência, como principais atrativos desse mercado. A APM, além de Itajaí, está presente no porto de Buenos Aires e faz obras no porto de Posorja, no Equador, onde quer movimentar 700 mil Teus a partir de 2009.
Documentos da APM estimam que as operações de transhipment equivaleram a 27% do total mundial, em 2007, para um universo de 400 milhões de contêineres. As taxas de crescimento dos contêineres são projetadas para permanecer estáveis de 7% a 8% até 2015, diz análise da empresa. A China lidera essas operações, com cerca de 100 milhões de Teus.
Segundo Patrício Júnior, principal executivo da APM para a América Central e América do Sul, cuja regional sedia-se na cidade do Panamá, o mercado da América do Sul é muito atraente e o APM Terminals como operador global tem todo interesse de desenvolver terminais e projetos em qualquer lugar em que possamos adicionar valores e serviços para nossos clientes. Ele considera que o Brasil é o maior mercado da América do Sul e tem grande potencial para continuar a crescer nos próximos anos, mas ressalva que, embora o país em termos de logística está indo muito bem em todos os sentidos, os maiores desafios viriam da falta de infra-estrutura em determinados locais que não possuem boas profundidades (calados), boas estradas de acesso e sistemas portuários eficientes, sem contar com a quebra da burocracia portuária. A direção dessas ressalvas pode ser repartida entre Santos e São Sebastião, que são os portos mais visados pela APM. Isto porque, Santos intenta aprofundar o seu canal estuarino para cerca de 15 metros, ante os 12 metros atuais, enquanto São Sebastião, que possui profundidades de até 20 metros, esbarra no item dos acessos rodoviários, sem dispor, ainda, de linha ferroviária. A hipótese com que contam os técnicos desses portos é a de apressar as soluções, em caso de uma decisão da APM, que, no caso, serviria como âncora das mudanças.
Pelo que avalia Patrício Júnior, a empresa não tem limites para o investimento na costa brasileira. O que for necessário (será investido) para adicionar valores e serviços aos nossos clientes e ao mesmo tempo ter uma empresa que seja financeiramente auto-sustentável, com bons lucros e com seus funcionários felizes, assegura.
Desde 2001 a APM Terminals está estabelecida como divisão separada da A. P. Moller- Maersk, grupo que lidera o setor de navegação mundial e está presente em outras atividades, como da exploração de petróleo. O lucro líquido da divisão de terminais foi de US$ 99 milhões em 2006. Mundialmente, a APM é antecedida pela HPH - Hutchison Port Holdings e pela PSA International, com fatias que variam de 7% a 13% do mercado setorial.
Na rede mundial da APM, com 50 terminais, estão incluídos novos ou em expansão, como em Guangzhou e Xiamen, na China; Tangiers, no Marrocos; e Portsmouth (nos EUA). A mais recente parceria foi feita com o governo de Angola, uma concessão para operar o terminal de Luanda.
Nas considerações sobre o futuro que a gigante holandesa faz a seus funcionários e acionistas, está um alerta sobre possível congestionamento nos terminais. Os terminais estão com cerca de 80% de sua capacidade tomada, limite considerado adequado à eficiência da movimentação de contêineres. Congestionamentos começam e emergir como item significativo para os mais movimentados portos de contêineres do mundo e a afetar a segurança das programações, o que contribui para custos e efeitos ambientais para navios que permanecem ociosos.
Fonte: Valor Econômico
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