<P>Muitas empresas planejam a atualização de tecnologias para enfrentar os desafios de águas superprofundas e apostam em inovações para se adaptarem aos requisitos necessários para exploração no pré-sal. Analistas afirmam, no entanto, que ainda é cedo para gastos expressivos relacionados a...
Jornal do CommercioMuitas empresas planejam a atualização de tecnologias para enfrentar os desafios de águas superprofundas e apostam em inovações para se adaptarem aos requisitos necessários para exploração no pré-sal. Analistas afirmam, no entanto, que ainda é cedo para gastos expressivos relacionados a essas reservas.
Por enquanto, o principal obstáculo é o desconhecimento a respeito da viabilidade de exploração e produção nas áreas descobertas. Muitos empresários estão atentos ao tema, mas ainda são poucos os que de fato começaram a investir. Entre estes, os mais notáveis são os de estaleiros, que já percebem aumento de demanda, apesar da crise.
“Sem dúvida, os estaleiros serão as empresas da cadeia produtiva do petróleo que mais receberão encomendas iniciais por conta do pré-sal”, afirmou o secretário executivo do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), Álvaro Teixeira.
Em sua opinião, essas companhias terão de intensificar seus esforços para a construção de plataformas de produção e sondas de perfuração para águas profundas, assim como para a construção de barcos de apoio para as atividades em áreas offshore (situadas sob o leito do mar). Estas, segundo ele, se beneficiarão com maior intensidade dos investimentos no pré-sal.
“Além disso, como a cadeia de bens e serviços envolvidos nas atividades offshore é muito ampla, sem dúvida os investimentos do pré-sal terão um forte impacto na demanda de bens e serviços da indústria nacional e no crescimento do nível de emprego”, afirmou.
Para desenvolver as novas tecnologias, muitas empresas contam com investimentos expressivos em pesquisa e inovações tecnológicas, apostando - em muitos casos - na relação direta com universidades e centros de pesquisa.
Exemplo desse tipo integração é a parceria que a Petrobras mantém com o Laboratório de Documentação Ativa e Design Inteligente da Universidade Federal Fluminense (ADDLabs/UFF), que desenvolve sistemas de alta complexidade para a empresa, baseados em inteligência artificial.
“Por se tratar de um campo de petróleo de grandes proporções, em alta profundidade e de potencial petrolífero ainda não totalmente dimensionado, o pré-sal representa um grande desafio para a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico, pois não poderão simplesmente ser aplicadas técnicas já utilizadas em outros reservatórios”, afirmou o gerente de Projetos do laboratório, Fernando Pinto.
Segundo ele, a produção e a exploração na área demandarão pesquisas e simulações, utilizando sistemas computacionais, inclusive para a combinação de técnicas e a invenção de caminhos de perfuração e exportação do óleo. “Tudo isso está fortemente ancorado na inovação tecnológica”, disse.
Na opinião do gerente, ferramentas que podem vir a ser necessárias à Petrobras, por conta dos obstáculos do pré-sal, estariam voltadas sobretudo para as áreas de geologia, logística e gestão de processos.
Ele afirmou ainda que a integração entre empresas do setor de petróleo e universidades é cada vez maior e mais frutífera. “A indústria se nutre de novas tecnologias e da inquietação da academia e a universidade se aprimora cada vez mais na gestão e entrega dos seus projetos por exigência de um mercado em expansão e cheio de desafios”, afirmou.
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